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21 de fev. de 2017

100 Anos da Revolução Russa: 6 escritores da antiga União Soviética

A Revolução Russa foi um dos principais acontecimentos do século XX
No começo do século XX, a Rússia era um país de economia atrasada e dependente da agricultura. Os trabalhadores rurais viviam em extrema miséria e pobreza, pagando altos impostos para manter a base do sistema czarista de Nicolau II. Em 1905, no conhecido Domingo Sangrento, Nicolau II mostra a cara violenta e repressiva de seu governo. Manda seu exército fuzilar milhares de manifestantes. Marinheiros do encouraçado Potenkim também foram reprimidos pelo czar. Começava então a formação dos sovietes, a organização dos trabalhadores russos.
Os movimentos de oposição ao regime czarista russo abriram portas para a formação do chamado Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR). Mesmo influenciados pelos valores marxistas, os integrantes do partido estabeleceram a criação de duas alas políticas fundamentais: mencheviques e bolcheviques. A primeira com uma interpretação mais ortodoxa dos conteúdos marxistas, pelo viés da burguesia, e a segunda defendendo que o governo deveria ser diretamente controlado pelos trabalhadores.
Iniciaram-se muitas greves urbanas e rurais pedindo democracia e mais empregos. Até que em fevereiro de 1917 é derrubada a autocracia russa, levando ao poder Kerensky, da ala menchevique, como governo provisório. Os bolcheviques, liderados por Lênin, organizaram uma nova revolução, que ocorreu em outubro de 1917. Prometendo paz, terra, pão, liberdade e trabalho, ele assumiu o governo da Rússia.
Assim, foi dado origem à União Soviética, o primeiro país socialista do mundo, que durou até 1991. Essa foi umas das grandes revoluções da história, talvez comprada somente à francesa. Os operários expropriaram banqueiros e latifundiários e, inclusive a Igreja, em favor deles mesmos e dos camponeses. Recusaram-se a pagar dívidas do czar aos bancos ocidentais, saíram da Primeira Guerra Mundial, e garantiram às mulheres direitos que apareceriam parcialmente em algumas democracias europeias somente depois da primeira metade do século XX.
Em 2017, completam-se 100 anos da Revolução Russa.  
Que tal relembrar escritores da antiga URSS que contribuíram, e muito, com a literatura universal?

Guerra e paz, de Leon Tolstoi
Tolstoi era conde e nasceu em uma família rica. Bem-sucedido como escritor, atormentava-se com questões sobre o sentido da vida e, por isso, passou a viver  de forma simples como os camponeses. Guerra e paz descreve a campanha de Napoleão Bonaparte na Rússia, ao mesmo tempo em que acompanha os amores e aventuras de Natacha, Andrei, Pierre, Nikolai, Sônia e centenas de coadjuvantes, não menos marcantes.


Os irmãos Karamázov, de Fiódor Dostoiévski
Um dos maiores autores da história da humanidade, posição de extrema responsabilidade e reconhecimento. Suas obras exploram a autodestruição, humilhação e assassinato, além de analisar estados patológicos que levam ao suicídio, à loucura e a homicídios. O último romance do escritor, Os irmãos Karamázov, representa uma síntese de toda sua produção e é tido por muitos como sua obra-prima.


Esqueci como se chama, de Daniil Kharms
Neste livro, o leitor vai saborear dez contos nonsense de Daniil Kharms, uma das vozes mais originais da literatura russa do século XX. Conhecido pelo estilo insólito e bem-humorado de suas histórias, ele nos desafia a olhar o mundo às avessas, sem regras e convenções, contrariando qualquer expectativa pelo que virá a seguir. Em seus contos, dois meninos podem ir da Rússia ao Brasil de avião, mas voltar de carro. No circo pode haver duzentos castores e quatrocentos e vinte mosquitos doutores.
O capote e outras histórias, de Nikolai Gogol
Gogol, o enigmático expoente da literatura russa, foi um contista genial, romancista e teatrólogo. Este volume apresenta ao leitor um panorama geral da obra gogoliana, ao trazer, ao lado de algumas de suas histórias mais conhecidas, “O capote”, “O nariz e Diário de um louco”, duas narrativas folclóricas do ciclo ucraniano: “Viy” e “Noite de Natal”. Como diria Dostoiévski: “Todos nós saímos do Capote de Gógol”.


O percevejo, de Vladímir Maiakóvski
Considerado por muitos o maior poeta da era soviética, Maiakóvski, desde muito cedo, envolveu-se com os movimentos pré-revolucionários. Mas nesta obra, o entusiasmo dele com a Revolução de 1917 dá lugar a uma visão crítica do futuro do socialismo, expressa numa sátira contundente que mistura temas jornalísticos, jingles publicitários, mitos pessoais, canções, política, amor e ficção científica.
As três irmãs, de Anton Tchékhov
O escritor inventou uma nova forma de escrever contos: com o mínimo de enredo e o máximo de emoção. Em suas histórias, criava atmosferas, registrando situações que não se encerravam no final dos relatos – diferente do gênero da época, intrigante, com desfechos inesperados. As três irmãs é considerado uma obra-prima da dramaturgia mundial. Nele, Tchékhov relata o conflito de três mulheres, Olga, Maria e Irina, que vivem no fim do século XIX em uma cidade do interior da Rússia, e desejam, mais do que nunca, voltar a Moscou, onde julgam ter tido uma vida feliz.
Enviado por Eri Santos Castro.
Do Jornal Pravda, Rússia.
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20 de fev. de 2017

CIA identificou sinais de novo golpe militar no Brasil em 1988. O inimigo dos EUA era Leonel Brizola

Leonel Brizola, durante exílio no Uruguai, em 1974. Político gaúcho era visto como um risco por empresários brasileiros
Um ano antes das primeiras eleições diretas para presidente do Brasil, em 1989, os Estados Unidos debatiam um possível novo golpe militar em gestação no país. É o que revela um memorando de 22 de novembro de 1988 preparado por analistas da agência de inteligência americana especificamente para um encontro entre o diretor da CIA e o secretário de Estado George Shultz, no governo Ronald Reagan.
Pasados 27 anos do movimento da Legalidade, que garantiu a posse do vice João Goulart, os americanos não tinham perdido de vista o líder daquela resistência. No documento intitulado "Brasil: a economia e perspectivas para um golpe" os autores do relatório supõem que Shultz provavelmente questionaria o diretor da CIA sobre pressões para uma nova intervenção. A preocupação, desta vez, era com a ascensão de Brizola e as chances de ser eleito presidente: "O secretário deve querer discutir perspectivas para um golpe no Brasil e as chances de Leonel Brizola ser eleito presidente nas eleições presidenciais do ano que vem (novembro 1989)", diz o texto. O boletim destaca que "industriais brasileiros chaves estão enviando sinais, por meio do ex-presidente General Geisel, ao alto comando militar que uma intervenção é necessária". Geisel, que governou o país entre 1974 e 1979, teria "firmemente rejeitado o pedido, pelo menos até agora". 
Além de Brizola, o Departamento de Estado americano estava preocupado com a economia brasileira: a inflação beirava os 1.000% ao ano. O texto critica a administração do então presidente José Sarney, caracterizada por "políticas econômicas vacilantes". Com subtítulo "preocupações militares", o documento aponta deterioração econômica e greve de metalúrgicos como questões que "acenderam o alerta em alguns círculos militares e entre seus aliados no setor econômico". Diz o texto: "Oficiais estão envolvidos com empresários e banqueiros em planos de contingência para uma possível intervenção militar". Entretanto, analistas acreditam que os militares não agiriam dessa vez, "a menos que o agravamento das condições sociais leve a uma destruição da ordem civil".
No contexto das discussões secretas sobre um hipotético novo golpe por setores empresariais e militares, estava a Assembleia Nacional Constituinte, encerrada em setembro de 1988 com avanços consideráveis para a classe trabalhadora.
Analistas acreditam que, eleito em 89, Brizola certamente causaria novas dores de cabeça a Washington: "Ele provavelmente tomaria ações radicais de forma unilateral em relação à dívida externa" e "favoreceria nacionalização do setor bancário, reduzindo investimentos externos e importações em geral".
Clique na imagem para ler a íntegra do documento da CIA

Relatório de 1988 indica pressão de empresários para impedir que Brizola fosse eleito. Clique na imagem para ler a íntegraFoto: Reprodução
Desde o início da redemocratização, a CIA monitorava a fundação de novos partidos no país. No documento chamado "Latin America Review", de 2 de agosto de 1985, há detalhes sobre movimentações políticas, Brizola e o PDT, fundado em 1979. 
"Desde sua criação, o PDT tem servido principalmente como veículo político pessoal para Brizola. O partido é mais forte no Estado do Rio Grande do Sul, onde Brizola foi uma figura política proeminente nas décadas de 1950 e 1960, e no Estado do Rio de Janeiro, onde agora é governador". Na visão americana, líderes militares poderiam impedir a posse de Brizola: "Seja ou não presidente, acreditamos que Brizola continuará a desempenhar um papel importante na política brasileira".
Brizola nunca chegou à presidência. O ex-governador gaúcho, que havia encerrado o mandato no Rio em 1987, acabou em terceiro lugar na disputa ao Palácio do Planalto. Ficou fora do segundo turno por diferença de 454 mil votos em relação ao candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Fernando Collor de Mello venceu o pleito e tornou-se o primeiro presidente eleito pelo voto direto.

Jornal Pravda-Rússia.
Enviado por Eri Santos Castro.
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10 de mar. de 2016

Bomba, bomba,bomba- O que está por trás da criminalização do PT: sobre os 'BRICS', a guerra é de vida ou morte

"BRICS" é a sigla mais amaldiçoada no eixo av. Beltway [onde ficam várias instituições do governo dos EUA em Washington]-Wall Street, e por razão de peso: a consolidação dos BRICS é o único projeto orgânico, de alcance global, com potencial para afrouxar a garra que o Excepcionalistão mantém apertada no pescoço da chamada "comunidade internacional".

Assim sendo, não é surpresa que as três potências chaves dos BRICS estejam sendo atacadas simultaneamente, em várias frentes, já faz algum tempo. Contra a Rússia, a questão é a Ucrânia e a Síria, a guerra do preço do petróleo, o ataque furioso contra o rublo e a demonização ininterrupta da tal "agressão russa". Contra a China, a coisa é uma dita "agressão chinesa" no Mar do Sul da China e o (fracassado) ataque às Bolsas de Shanghai/Shenzhen.

O Brasil é o elo mais fraco dessas três potências emergências crucialmente importantes. Já no final de 2014 era visível que os suspeitos de sempre fariam qualquer coisa para desestabilizar a sétima maior economia do mundo, visando a uma boa velha 'mudança de regime'. Para tanto criaram um coquetel político-conceitual tóxico ("ingovernabilidade"), a ser usado para jogar de cara na lama toda a economia brasileira.

Há incontáveis razões para o golpe, dentre elas: a consolidação do Banco de Desenvolvimento dos BRICS; o impulso concertado entre os países BRICS para negociarem nas respectivas moedas, deixando de lado o dólar norte-americano e visando a construir outra moeda global de reserva que tome o lugar do dólar; a construção de um cabo submarino gigante de telecomunicações por fibra ótica que conecta Brasil e Europa, além do cabo BRICS, que une a América do Sul ao Leste da Ásia – ambos fora de qualquer controle pelos EUA.

E acima de tudo, como sempre, o desejo pervertido obcecado do Excepcionalistão: privatizar a imensa riqueza natural do Brasil. Mais uma vez, é o petróleo.

Peguem esse Lula, ou...
WikiLeaks Já expôs há muito tempo, em 2009, o quanto o Big Oil estava ativo no Brasil, tentando modificar, servindo-se de todos os meios de extorsão, uma lei proposta pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido também como Lula, que estabelece que a estatal Petrobrás (lucrativa) será a única operadora de todas as bacias de petróleo no mar, da mais importante descoberta de petróleo desse jovem século 21: as reservas de petróleo do pré-sal.

Lula não só deixou à distância o Big Oil – especialmente ExxonMobil e Chevron –, mas também abriu a exploração do petróleo no Brasil à Sinopec chinesa – parte da parceria estratégica Brasil-China (BRICS dentro de BRICS).

O inferno não conhece fúria maior que a do Excepcionalistão descartado. Como a Máfia, o Excepcionalistão nunca esquece; mais dia menos dia Lula teria de pagar, como Putin tem de pagar por ter-se livrado dos oligarcas cleptocratas amigos dos EUA.

A bola começou a rolar quando Edward Snowden revelou que a Agência de Segurança Nacional dos EUA (ing. NSA) andava espionando a presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, e vários altos funcionários da Petrobrás. Continuou com o fato de que a Polícia Federal do Brasil coopera, recebe treinamento e/ou são controladas de perto por ambos, o FBI e aCIA (sobretudo na esfera do antiterrorismo). E prosseguiu via os dois anos de investigações da Operação Car Wash, que revelou vasta rede de corrupção que envolve atores dentro da Petrobrás, as maiores empresas construtoras brasileiras e políticos do partido governante Workers’ Party.

A rede de corrupção parece ser real – mas com "provas" quase sempre exclusivamente orais, sem nenhum tipo de comprovação documental, e obtidas de trapaceiros conhecidos e/ou neomentirosos seriais que acusam qualquer um de qualquer coisa em troca de redução na própria pena.

Mas para os Procuradores encarregados da Operação Car Wash, o verdadeiro negócio sempre foi, desde o início, como envolver Lula em fosse o que fosse.

Entra o neo-Elliott Ness tropical

Chega-se assim à encenação espetacularizada, à moda Hollywood, na 6ª-feira passada em São Paulo, que disparou ondas de choque por todo o planeta. Lula "detido", interrogado, humilhado em público (comentei esses eventos em 
"Terremoto no Brasil").

O Plano A na blitz à moda Hollywood contra Lula era ambicioso movimento para subir as apostas; não só se pavimentaria o caminho para o impeachment da presidenta Dilma Rousseff (q seria declarada "culpada por associação"), como, também, já se neutralizaria Lula, impedindo-o de candidatar-se à presidência em 2018. E não havia Plano B.

Como não seria difícil prever que aconteceria – e acontece muito nas 'montagens' do FBI – toda a 'operação' saiu pela culatra.

Lula, em 
discurso-aula, master class em matéria de discurso político, reproduzido ao vivo por todo o país pela internet, não só se consagrou como mártir de uma conspiração ignóbil, mas, mais que isso, energizou suas tropas de massa. Até respeitáveis vozes conservadoras condenaram o show à moda Hollywood, de um ministro da Suprema Corte a um ex-ministro da Justiça, que serviu a governo anterior aos do Workers' Party, além do conhecido professor e economista Bresser Pereira (um dos fundadores do PSDB, que nasceu como partido da social-democracia do Brasil, mas virou a casaca e é hoje defensor das políticas neoliberais do Excepcionalistão e lidera a oposição de direita).

Bresser disse claramente que a Suprema Corte deveria intervir na Operação Car Washpara impedir novos abusos. Os advogados de Lula, por sua vez, requereram à Suprema Corte que detalhasse a jurisprudência que embasaria as acusações assacadas contra Lula. Mais que isso, um advogado que teve papel de destaque na blitz hollywoodiana disse que Lula respondeu a tudo que lhe foi perguntado durante o interrogatório de quase quatro horas, sem piscar – eram as mesmas perguntas que já lhe haviam sido feitas antes.

O professor e advogado Celso Bandeira de Mello, por sua vez, foi diretamente ao ponto: as classes médias altas no Brasil – nas quais se reúnem quantidades estupefacientes de arrogância, ignorância e preconceito, e cujo maior sonho de toda uma vida é alcançar um apartamento em Miami – estão apavoradas, mortas de medo de que Lula volte a concorrer à presidência – e vença – em 2018.

E isso nos leva afinal ao juiz mandante e carrasco executor de toda a cena: Sergio Moro, protagonista de "Operação Car Wash".

Ninguém em sã consciência dirá que Moro teve carreira acadêmica da qual alguém se orgulharia. Não é de modo nenhum teoricista peso pesado. Formou-se advogado em 1995 numa universidade medíocre de um dos estados do sul do Brasil e fez algumas viagens aos EUA, uma das quais paga pelo Departamento de Estado, para aprender sobre lavagem de dinheiro.

Como já comentei, a chef-d’oeuvre da produção intelectual de Moro é artigo antigo, de 2004, 
publicado numa revista obscura, nos idos de 2004 ("Considerações sobre Mãos Limpas", revista CEJ, n. 26, Julho-Set. 2004), no qual claramente prega a "subversão autoritária da ordem judicial para alcançar alvos específicos" e o uso dos veículos de mídia para envenenar a atmosfera política.

Quer dizer, o juiz Moro literalmente transpôs a famosa operação da Justiça italiana de 1990s Mani Pulite ("Mãos Limpas") da Itália para o seu próprio gabinete – e pôs-se a instrumentalizar os veículos da grande mídia brasileira e o próprio judiciário, para alcançar uma espécie de "deslegitimação total" do sistema político. Mas não quer deslegitimar todo o sistema político: só quer deslegitimar o Workers’ Party, como se as elites comprador que povoam todo o espectro da direita no Brasil fossem querubins.

Assim sendo, não surpreende que Moro tenha contado com a companhia solidária, enquanto se desenrolava a Operação Car Wash, do oligopólio midiático da família Marinho – o império midiático O Globo –, verdadeiro ninho de reacionários, nenhum deles particularmente inteligente, que mantiveram íntimas relações com a ditadura militar que, no Brasil, durou mais de 20 anos.

Não por acaso, o grupo Globo foi informado sobre a "prisão" hollywoodiana que Moro aplicaria ao presidente Lula antes de a operação começar, e pode providenciar cobertura que efetivamente tudo encobriu, ao estilo CNN.

Moro é visto por muitos no Brasil como um sub Elliot Ness nativo. Advogados que têm acompanhado o trabalho dele dizem que o homem cultiva a imagem de que o Workers’ Party seria uma gangue que viveria a sanguessugar o aparelho do Estado, com vistas a entregar tudo, em cacos, aos 'sindicatos'.

Segundo um desses advogados, que falou com a mídia independente no Brasil, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Moro é cercado por um punhado de Procuradores fanáticos, com pouco ou nenhum saber jurídico, que fazem pose de Antonio di Pietro (mas sem a solidez do Procurador milanês que trabalhou na Operação Mãos Limpas).

Ainda pior, Moro não dá sinais de preocupar-se com a evidência de que depois que o sistema político italiano implodiu, ali só prosperaram os Berlusconi. No Brasil, certamente se veria a ascensão ao poder de algum palhaço/idiota de bairro, elevado ao trono pela Rede Globo – cujas práticas oligopolistas já são bastante berlusconianas.

Pinochets digitais 
Pode-se dizer que a blitz à moda Hollywood contra Lula guarda semelhanças diretas com a primeira tentativa de golpe de Estado no Chile, em 1973, que testou as águas em termos de resposta popular, antes do golpe real. No remix brasileiro, jornalistas globais fazem as vezes de Pinochets digitais. Mas as ruas em São Paulo já mostram graffiti que dizem "Não vai ter golpe" e "Golpe militar – nunca mais."

Sim, porque tudo, nesse episódio tem a ver com um golpe branco – sob a forma de impeachment da presidenta Rousseff e com Lula atrás das grades. Mas velhos vícios (militares) são duros de matar: vários jornalistas próximos da Rede Globo e ativos agora na Internet já 'conclamaram' os militares a tomar as ruas e "neutralizar" as milícias populares. E isso é só o começo. A direita brasileira está organizando manifestações para o próximo domingo, exigindo – e o que mais exigiriam? – o impeachment da presidenta.

A Operação Car Wash teve o mérito de investigar a corrupção, a colusão e o tráfico de influência no Brasil, país no qual tradicionalmente a corrupção corre solta. Mas todos, todos os políticos e todos os partidos políticos teriam de ser investigados – inclusive e sobretudo – porque em todos os casos esses são corruptos conhecidos há muito tempo! – os representantes das elites comprador brasileiras. A Operação Car Wash não opera igualmente contra todos. Porque o projeto político aliado aos Procuradores do juiz Moro absolutamente não está interessado em fazer "justiça"; a única coisa que interessa a eles é perpetuar uma crise política viciosa, como meio para fazer fracassar a 7ª maior economia do mundo, para, com isso, alcançarem seu Santo Graal: ou aquela velha suja 'mudança de regime', ou algum golpe branco.

Mas 2016 não é 1973. Hoje já se sabe quem, no mundo, é doido por golpes para mudar regimes.


Por Pepe Escobar.
Do site Grupo Beatrice, confira aqui!
Enviado por Eri Santos Castro.
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17 de nov. de 2015

Presidente Russo lidera pelo 3° ano lista da Forbes de pessoas influentes

Apesar das sanções e da recessão econômica no país, presidente russo manteve liderança em lista com personalidades mundiais. Dilma Rousseff, que ocupa a 37ª posição, é a quarta mulher mais bem colocada no ranking.

O presidente russo Vladímir Pútin lidera pelo terceiro ano consecutivo o ranking de personalidades mais influentes produzido pela “Forbes”. O ranking anual foi publicado pela revista norte-americana na quarta-feira (4).
Apesar das sanções ocidentais e da recessão econômica na Rússia, os índices de aprovação de Pútin bateram novo recorde, justificou a publicação.
Na lista, o presidente russo é seguido pela chanceler alemã Angela Merkel, pelo presidente dos Estados Unidos Barack Obama, e pelo Papa Francisco.
Já a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, caiu 6 degraus e figura na 37ª posição, sendo a quarta mulher mais bem colocada na lista.
As 73 personalidades incluídas no ranking da “Forbes” foram avaliadas em relação ao volume de dinheiro que controlam, à quantidade de pessoas atingida por suas decisões e à esfera de sua influência. Esta foi a primeira vez que um presidente em exercício dos EUA não ocupa um dos dois primeiros lugares.
Além de Pútin, outros três russos aparecem no ranking: os presidentes das gigantes estatais de petróleo e gás Rosneft e Gazprom, Igor Sétchin (47°) e Aleksêi Miller (54°), respectivamente, e o magnata Alisher Usmanov (67°).

Top 10 da Forbes

1. Vladímir Pútin (Presidente da Rússia)
2. Angela Merkel (Chanceler alemã)
3. Barack Obama (Presidente dos EUA)
4. Papa Francisco
5. Xi Jinping (Presidente da China)
6. Bill Gates (fundador da Microsoft e presidente da Fundação Bill & Melinda Gates)
7. Janet Yellen (presidente do Banco Central dos EUA)
8. David Cameron (Primeiro-ministro britânico)
9. Narendra Modi (Primeiro-ministro indiano)
10. Larry Page (cofundador do Google e presidente-diretor da Alphabet)

Com material da agência Tass e do relatório da Forbes.
Enviado por Eri Santos Castro.
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26 de out. de 2015

Babilônia em Chamas: Os russos sabem que a Lava Jato é para entregar a Petrobras à Chevron

dilma e putin
É ali, olha, em Foz do Iguaçu !
Esse não é capítulo de uma alucinada “teoria da conspiração”.

Como se sabe, a Rússia é boa de serviços de inteligência.

A quem duvidasse, Putin localizou exatamente as áreas da atuação do ISIS na Síria, bombardeou-as e salvou o regime Assad.

Os americanos ficaram uma fera, porque o Putin aproveitou para acabar também com os ativistas armados e financiados pelos americanos para, em benefício de Israel, derrubar Assad.

Putin deu uma explicação irretocável: não há como distinguir terrorista bem intencionado de mal intencionado!

Mas, de volta à suposta “teoria da conspiração”.

Depois do 11 de Setembro, os americanos passaram a dedicar especial atenção à tríplice fronteira, Brasil, Argentina e Paraguai, a partir de Foz do Iguaçu.

Ali estaria uma base de financiamento de terroristas muçulmanos, de origem árabe.

Como os americanos vieram, os russos do Putin vieram atrás.

E se dedicaram, também, a analisar importante evento ocorrido em Foz do Iguaçu: o Banestado.

A maior lavanderia do mundo!

Por onde saíram fortunas, lavadas, desde então, por Youssef e outros doleiros.

Foi um dos momentos “Péricles de Atenas” do plúmbeo Governo do FHC…

O Juiz Moro da Vara de Guantánamo, que não descansa enquanto não prender o Lula, conhece por dentro a Lava Jato.

Trabalhou nela.

Como conhece por dentro a alma do Youssef, e por isso aceitou que ele fizesse 12.908 delações.

E ainda há outras por vir.

Quando se desgravarem as fitas que os delegados aecistas usaram para grampear o mictório do Youssef.

Foz do Iguaçu, americanos, Banestado, Moro.

Lava Jato!

A Presidenta Dilma Rousseff recebeu uma análise minuciosa, que associa os americanos à fúria vingadora do Moro.

Os agentes da inteligência russa que fizeram a análise encontraram o portador adequado para depositá-la na mesa presidencial.

A Lava Jato tem o objetivo central de prender o Lula.

Isso é tão óbvio que Ilustre colonista da Fel-lha, aquela que é um canhão com o espaço dos trabalhistas e um poodle com o outro, essa mesma diligente colonista resolveu se dedicar ao empresário Bumlai.

Bumlai se tornou o “batom na cueca” do Lula – segundo os moristas pendurados no PiG.

Mas, a Lava Jato, segundo a análise russa, vai além da cana do Lula.

(Com esse zé na Justiça o Lula passa o Natal na cadeia.)

A Lava Jato é um instrumento para desmontar a Petrobras.

E destruir o campo político que mantém a Petrobras sob o controle do povo brasileiro!

Ou seja, ferrar o Lula e ferrar a Dilma para entregar a Petrobrax à Chevron.

Os Estados Unidos não podem conviver com um concorrente nas Américas que tenha petróleo.

E comida.

(Clique aqui para ler sobre a diferença entre o Brasil e a China.)

Um concorrente que tenha um rosto no Atlântico e outro no Pacífico, com a Bi-Oceânica.

E que não faça parte da TPP, aquela aliança contra a China e a Rússia e que se tornou fetiche dos tucanos.

A Lava Jato é o IBAD, o IPES, o Ponto IV, a Aliança para Progresso, a IV Frota, a Operação Brother Sam, o Golbery, o Rubem Fonseca - aqueles instrumentos do Golpe contra Jango, descritos magistralmente no filme “O dia que durou 21 anos”

E, com a ajuda da obra magistral “1964 – a conquista do Estado”, de René Dreifuss, aparecem também no “Quarto Poder”.  

(Como se sabe, o dos chapéus, notável historialista, escreveu 179 volumes para salvar o Golpe de 1964 e não cita o Dreifuss. Prefere defender a tese de que o Jango caiu porque gostava de pernas – de cavalos e coristas.)

Para voltar aos russos.

Os russos consideram o Brasil seu parceiro estratégico nas Américas.

E a Lava Jato é um obstáculo a essa parceria.

Porque a Lava Jato é do Obama.

“Teoria da conspiração”?

O Jango caiu porque não acreditou nelas…

Pensou que o Kruel era aliado...
Por Paulo Henrique Amorim.

Enviado por Eri Santos Castro.
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2 de ago. de 2015

Exclusivo: Brasil e Rússia negociam complexo de lançamentos de foguetes, na Base de Alcântara

Parceria Alcântara: sai Ucrânia, entra Rússia.
Rússia e Brasil estão conduzindo negociações para criar um complexo de lançamentos para o porta-foguetes Angará na base de Alcântara, no Maranhão, de acordo com Aleksandr Medvedev, construtor que está preparando esse equipamento no Centro Khrúnitchev, em Moscou.
"Houve considerações e propostas para a construção de um complexo de lançamento separado para o Angará na base de Alcântara, no Brasil. Lançar da linha do Equador é uma alternativa interessante. Tem muita  chance de gerar concorrência. Agora estão sendo conduzidas negociações", disse Medvedev à agência Tass.
O Brasil oficializou na segunda-feira (27) o fim de um acordo com a Ucrânia para lançamento de foguetes Cyclone 4.
Apesar de rumores sobre a quebra do acordo terem se iniciado já em abril deste ano, somente no final de julho a decisão foi publicada no Diário Oficial da União.
Os prejuízos com o fim do acordo Brasil-Ucrânia podem chegar a R$ 1 bilhão.
Medvedev também afirmou que o futuro porta-foguetes Angará-A3 poderá ser usado no projeto Sea Launch (ver box), junto ao russo-ucraniano Zenit.
Sea Launch
É um serviço de lançamento de foguetes espaciais que usa uma plataforma marítima, a Odyssey, especializada em foguetes Zenit 3SL. O projeto foi uma joint-venture entre EUA, Rússia, Ucrânia e Noruega, mas hoje a maior parte dele pertence à estatal russa Enérguia.

"Por enquanto, essa ideia ainda se mantém. Devemos esperar algumas resoluções, e depois disso pode ser que isso seja levado para frente", disse.
No início deste, divulgou-se que o Brasil poderia abrigar o projeto Sea Launch, responsável por lançar alguns Zenit. Os lançamentos da plataforma marítima foram suspensos em 2014, divulgou-se a suspensão de lançamentos.
Aperfeiçoamento
O construtor explica que o aperfeiçoamento do porta-foguetes Angará-5 para o lançamento de naves espaciais tripuladas custará em torno de 10 bilhões de rublos (US$ 170 milhões), sem contar os gastos na infraestrutura terrestre.
"Planejamos realizar em torno de 2021 o primeiro lançamento do porta-foguetes Angará-5, que poderá colocar cosmonautas em órbita. Os primeiros lançamentos serão não tripulados, já que será preciso confirmar a segurança desse porta-foguetes em lançamentos reais", disse Medvedev.
Além disso, ele diz que os custos dos lançamentos do Angará em 2025 será quase 20% abaixodos do Proton-M.
"É preciso ter em mente que o preço de custo para a preparação do Angará-5 irá diminuir com o aumento da quantidade de artigos fabricados", explica.
Em dezembro do ano passado, o presidente russo Vladímir Pútin participou, por videoconferência, da cerimônia do primeiro lançamento experimental de um porta-foguetes Angará A-5.
Em meados de maio deste ano, o Ministério da Defesa da Rússia apelou ao Tribunal de Arbitragem de Moscou com um pedido de pagamento de 1,8 bilhão de rublos pelo Centro Khrunitchev.
O motivo do pedido não foi divulgado, mas sua relação com o recente acidente do porta-foguetes Proton que levou à perda do satélite mexicano MexSat-1 foi descartada, já que a ação foi iniciada antes do ocorrido.
Da assessoria de comunicação da Embaixada Russa no Brasil.
Com material do jornal Vzgliad, do portal Rossbalt e da agência Tass.
Enviado por Eri Santos Castro.
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9 de jul. de 2015

Rúsia, China, Índia e a África do Sul com #Dilma e o Brasil

Eri Castro compartilhou a foto de Dilma Rousseff.
Na cidade de Ufá, na Rússia, Dilma se reuniu hoje (8) com o presidente Vladimir Putin. A presidenta também participou de jantar em homenagem aos chefes de Estado e de Governo do BRICS.
Amanhã, Dilma dá sequência em sua agenda na VII Cúpula do grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e Africa do Sul, onde os líderes dos cinco países terão oportunidade de tratar do Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS, além do fortalecimento da cooperação nas áreas econômica e comercial. 
Saiba mais:goo.gl/gWzdGo

18 de jun. de 2015

Música clássica marcou celebração do Dia da Rússia no RJ

Orquestras e coros russos se apresentaram em diferentes partes do mundo no último dia 12. Reunidos no Rio de Janeiro, o conjunto de câmara Solistas de São Petersburgo e a jovem pianista Varvara Kutúzova se apresentaram no Theatro Municipal.

27 de mai. de 2015

Teatro Bolshoi realizará 12 apresentações no Brasil em junho


Teatro Bolshoi realizará 12 apresentações no Brasil em junho
No repertório moscovita há 170 anos, “Giselle” é cartão de visita da companhia Foto: Damir Iussupov/Teatro Bolshoi













Na atual temporada, a companhia do Teatro Bolshoi de Moscou já esteve em lugares como Mônaco, Hong Kong e São Petersburgo. Mas poucos são os anfitriões que podem se gabar de ter 12 apresentações agendadas em um mês, como será o caso do Brasil.
Para revisitar o país, após um hiato de mais de 15 anos, o Bolshoi optou por dois espetáculos que há décadas são cartões de visita da companhia: “Giselle” e “Spartacus”. As apresentações ocorrerão nos dias 17 a 21 de junho no Rio de Janeiro, e de 24 a 28 em São Paulo.
As turnês programadas pela companhia são um verdadeiro desafio – tanto para quem se desloca, como para quem recebe. O coletivo, composto por trezentos de bailarinos, é assessorado por um número igualmente grande de especialistas, como maquiadores, figurinistas e cenógrafos, entre tantos outros.
O Teatro Bolshoi de Moscou desembarcou pouquíssimas vezes no Brasil. Depois da primeira vez, nos anos 1950, os bailarinos da companhia só voltaram a se apresentar no país em 1999. Para maiores informações e compra de ingressos, clique aqui
Balé das antigas
“Giselle” permanece no repertório moscovita há 170 anos. Todas as grandes bailarinas da companhia tiveram a honra de interpretar a personagem que dá nome à obra, desde Ekaterina Sankovskaia, contemporânea de Púchkin, a Ludmila Semeniaka e Nina Ananiachvili. 
O público brasileiro irá acompanhar a versão de Vladímir Vassíliev, lendário bailarino russo que, na virada do século, liderou o Teatro Bolshoi, criando sua própria variante do antigo balé. O final do século 20 parece ter juntado, de forma extravagante, o amor ao lacônico e a paixão pela festividade. 
Em sua versão, Vassíliev tentou, com persistência e sensibilidade, ressuscitar o espetáculo que os parisienses viram em 1841. Por isso, restabeleceu muitos detalhes perdidos durante o século e meio em que “Giselle” subiu aos palcos. 
Roma ressuscitada 
“Spartacus” é bem mais novo que “Giselle”. Também está ligado a Vladímir Vassíliev, mas de forma diferente, Vassíliev foi o primeiro e maior intérprete do personagem central do criador Iúri Grigorovitch, notável coreógrafo russo que dirigiu a companhia de balé do Bolshoi entre 1963 e 1995. 
Protagonista atual de “Spartacus” é Ivan Vassíliev, que já colaborou com a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil Foto: Damir Iussupov/Teatro Bolshoi
A história sobre a rebelião dos escravos no período do florescimento da Roma Antiga ganha nova vida ao ritmo da música do compositor armênio Aram Khachaturian: com ritmo e energia poderosos, é melodiosa e facilmente memorizável. 
Além disso, a coreografia de Grigorovitch alia cenas de multidões, combates de gladiadores e orgias aristocráticas com virtuosos monólogos e duetos das personagens principais.No Brasil, o papel principal em “Spartacus” será executado por Ivan Vassíliev, que já colaborou com a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, de Joinville.

Da assessoria.
Enviado por Eri Santos Castro.
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8 de mai. de 2015

Exclusivo: O que os soldados soviéticos liam durante a guerra

O que os soldados soviéticos liam durante a guerra


Soldados de artilharia em campo leem Dostoiévski
 em 1952 Foto: Ullstein Bild/Vostock-Photo






Mesmo durante os anos da Grande Guerra Pátria (1941-1945), o mundo dos livros continuou sendo muito especial na União Soviética. Ainda com os combates, a devastação e a fome, as pessoas liam muito, e novas bibliotecas eram continuamente inauguradas. Só na unidade federativa de Moscou, 200 novosestabelecimentos do gênero foram abertos no período. 
“Com a guerra, o bibliotecário passou a ter novas responsabilidades. Por exemplo, se a biblioteca era atingida por um projétil, ele tinha que selecionar todos os livros que não haviam sido danificados e encaminhá-los a outras instituições”, conta Elena Arlánova, curadora da exposição “Vitória: histórias não inventadas”. 
Na biblioteca Tchernichévski, em Moscou, a exibição apresenta mais de 300 títulos publicados entre 1941 e 1945.
A mostra traz informações curiosas ao visitante. O fato de muitas edições do período terem saído em formato de bolso, por exemplo, não era pura coincidência, mas uma forma de facilitar a leitura pelos soldados em campo.
Seguindo essa fórmula, uma coleção de citações do chefe militar russo Aleksandr Suvorov (1730-1800), exibida na biblioteca, encaixava-se perfeitamente no bolso ou na mochila. 
Para Arlánova, a escolha pela edição de “Preceitos de Suvorov” na época não se deu por acaso. “Um amigo meu veterano costuma dizer que não foram os artilheiros ou os tanquistas que ganharam a guerra, mas os instrutores políticos que preparavam os soldados para a batalha, ao ajudá-los a manter disposição e estado de espírito adequados.”

Política e jardinagem
A literatura publicada então era muito diversificada. De um lado, havia obras filosóficas e políticas: “Diplomacia”, de Harold Nicolson; “A Paz” de André Tardieu; “História da Filosofia em dois volumes”; títulos do diplomata Otto von Bismarck e do filósofo Plutarco; algumas obras sobre a invasão francesa à Rússia em 1812 e sobre os confrontos entre tribos eslavas e germânicas. 
Também foram publicados diversos clássicos, russos e estrangeiros: Shakespeare, Púchkin, Dante, Górki, Dickens e Tolstói. 
Além disso, outras publicações surpreendiam pela temática aparentemente desnecessária para aqueles anos, como era o caso de “Jardinagem Ornamental” e “Caça”, volumes da Grande Enciclopédia Soviética, um álbum artístico do pintor russo Karl Briullov e um livro sobre fundamentos da composição musical, além de partituras de compositores clássicos como Glinka, Rímski-Kôrsakov eRachmaninoff.

Conversação como arma
Além de livros de viés militar e político, a época exigia a publicação de dicionários e guias de conversação. Afinal, o Exército soviético estava se deslocando e chegava a novos países, onde precisava se comunicar com a população local. 
Uma grande quantidade de publicações do gênero foi impressa e, por meio delas, pode-se até esboçar a movimentação do Exército soviético: dicionários polonês-russo, romeno-russo, turco-russo, japonês-russo etc. 
Também era editada literatura nas línguas dos povos da URSS. Assim, as populações das repúblicas podiam ler nas línguas nativas e os russos podiam conhecer as culturas daqueles que lutavam a seu lado, ombro a ombro. Mais de uma dezena de editoras continuava em funcionamento. Muitas foram evacuadas para a retaguarda, mas continuavam a produzir livros.

Livros contra o MP3
Para o especialista em literatura militar Boris Leonov, a guerra trouxe muitas novidades literárias e conferiu valor ainda maior aos livros.
“Esse período nos presenteou com toda uma categoria de literatura militar que se tornou clássica e serviu de base para as futuras obras do século 20. Surgiram muitas obras poéticas, romances e histórias sobre a guerra. Parte dessas foi impressa durante nesses anos”, disse Leonov à Gazeta Russa.
Já os bibliotecários, passaram a exercer uma função quase de pregadores. “Os funcionários das bibliotecas começaram a ir às trincheiras que estavam sendo cavadas para ler em voz alta para quem trabalhava nelas. Eles também o faziam em hospitais”, diz Arlánova.
“Hoje, isso já não é mais possível. As pessoas passam a maior parte do tempo ouvindo MP3 e assistindo a filmes. O livro deixou de ser a base da cultura”, diz Leonov.

Da embaixada russa no Brasil.
Enviado por Eri Santos Castro.
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