A
Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou nesta quarta-feira
(18) a 52ª Campanha da Fraternidade, na sede da entidade, em Brasília. Neste
ano, o tema do projeto é "Fraternidade: Igreja e sociedade", e o lema
"Eu vim para servir", tema proposto pelo Papa Francisco para as
igrejas mundiais para o período da quaresma.
A
campanha é um projeto de evangelização para as comunidades católicas durante o
período de 40 dias que antecede a Páscoa, com reflexão de temas sugeridos pelo
Papa por todas as dioceses do país.
De
acordo com o secretário-executivo da campanha, Luiz Carlos Dias, o Papa pede
que discípulos vivenciem a quaresma com reflexão, participando de todas as
dinâmicas da sociedade e servindo aos outros.
"No teor da mensagem, ele exorta a vivência da quaresma, a apreciação do tema, reflexão, para que dessa forma a igreja possa contribuir especificamente em relação a esse tema na sociedade, tendo em vista a superação da situação de injustiça em busca de uma sociedade justa e fraterna", disse.
"No teor da mensagem, ele exorta a vivência da quaresma, a apreciação do tema, reflexão, para que dessa forma a igreja possa contribuir especificamente em relação a esse tema na sociedade, tendo em vista a superação da situação de injustiça em busca de uma sociedade justa e fraterna", disse.
Dias
afirmou que durante a campanha, o CNBB pretende impulsionar a coleta de
assinaturas para o projeto de iniciativa popular de reforma política a ser
enviado para o Congresso Nacional. "Precisamos de 1,6 milhão de
assinaturas, quase 2 milhões. Precisamos do empenho das comunidades para esse
projeto", disse.
O
secretário também falou sobre a campanha lançada no ano passado para combater a
violência ("Somos pela Paz") e comentou sobre a preocupação com os
segmentos mais pobres da sociedade.
Reforma política
O
presidente da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, afirmou que a OAB e a CNBB,
junto a outras cem entidades da sociedade civil, se uniram para levar o projeto
à frente. "A Campanha da Fraternidade traz a necessidade de a Igreja se
aproximar da sociedade e contribuir com mudanças importantes, e a população
brasileira exige a reforma política, que venha a ampliar a igualdade de
participação de todos nas disputas eleitorais", disse.
"Não
queremos um sistema político em que o fato de alguns candidatos amealharem mais
recursos financeiros ser fator decisivo sobre quem serão os eleitos. Isso está
no germe dos grandes desvios de conduta e também de representatividade do
sistema eleitoral brasileiro. A OAB e CNBB, junto com outras cem entidades
civis, estão aliadas na defesa de reforma política democrática que exclua o
poder excessivo do dinheiro em campanha."
Durante
o evento, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, falou sobre o
papel do Estado na busca de políticas públicas para combate a fome e a pobreza.
"Nosso compromisso com a Campanha da Fraternidade é procurarmos, dentro
das nossas limitações, colocarmos em prática o ensinamento de Jesus, 'vim para
servir", disse.
Ananias
falou em buscar 'pontos de convergência' entre a campanha e o desenvolvimento
agrário no país. "A aliança é muito clara, a meu ver. A campanha da
fraternidade fala em igreja e sociedade, portanto devemos procurar os pontos de
convergência entre Estado democrático de direito, que é o Estado laico, mas que
também devemos incorporar valores éticos da tradição cristã católica",
disse.
O
ministro disse ainda que o país ainda vive um modelo ultrapassado na política.
"Vivemos num modelo passado, do súdito, vivemos experiências históricas de
autoritarismo, mas estamos construindo um novo modelo, da participação popular,
onde [as pessoas] exercem definitivamente o seu poder", disse.
Da assessoria.
Enviado por Eri Santos Castro.
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