19 de jan. de 2015

Joaquim Itapary: "O Imortal dá voz ao imoral que grita para não perder benesses pagas com dinheiro de famélicos".

Joaquim Itapary. O imortal da Academia Maranhense de Letras ocupa a cadeira número 04
Joaquim Itapary. O imortal da Academia Maranhense de Letras ocupa a cadeira número 04,
Em todo lugar do mundo civilizado, a elite forma  um segmento da sociedade que produz riqueza  a partir de empreendimentos privados. Enriquece lucrando graças à mais-valia capitalista, mas em compensação gera impostos para o Estado e não depende dos governantes.
No Maranhão  é diferente. Elites, sejam elas intelectuais,  empresariais  ou culturais quase nada produzem por conta própria, são na maioria das vezes meros parasitas do Estado, ganhando benefícios do poder público sem devolver à sociedade o custo que geram aos maranhenses.
O imortal da Academia Maranhense de Letras,  Joaquim  Itapary reagiu enfurecido à demissão da nora, abrigada até o fim do ano passado no Porto do Itaqui (Emap)  onde ganhava um salário de R$ 13 mil.
Itapary achava que o fato de ter supostamente  votado em Flávio Dino,  garantiria a ele e aos familiares a manutenção de privilégios no Estado. Sem o menor constrangimento,  ele atacou o atual governador porque a parente que ganhava super salário no Porto  foi demitida.
A reação de Itapary, embora imoral, é compreensível. O Imortal da AML  construiu a vida atuando no  serviço público desde dos anos 50 graças ao compadrio político. Há exatos 60, ainda nos tempos de Vitorino Freire,  ele foi nomeado Escriturário do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MA).
Sempre transitando por órgãos da administração estadual, o auge da carreira veio com a ascensão de Sarney ao governo do Estado em 1966. A partir daí Itapary foi membro da assessoria especial do governador José Sarney, Diretor da Sudema, criada por Sarney, Secretário de Urbanismo de São Luís indicado por Sarney, Coordenador Regional do Incra no Maranhão, indicado por Sarney, Secretário de Cultura do Maranhão indicado por Sarney, Secretário Chefe da Casa Civil indicado por Sarney e deputado Estadual biônico na ditadura com apoio de Sarney.
Aposentado por invalidez, o imortal não se deu por satisfeito. Apesar da lei proibir expressamente, ele quis ser Superintendente do Iphan no Maranhão.  Parentes e contraparentes  parentes foram abrigados governo Roseana Sarney. A sobrinha de Itapary, por exemplo, foi exonerada da Casa Civil no apagar das luzes do governo anterior. Ganhava, aparentemente, sem trabalhar.
Itapary é dos muitos sobrenomes de ilustres maranhenses que passaram as últimas décadas  sendo privilegiados por laços de compadrio com os donos do poder.
Em Sociologia política, elites que se sustentam graças apenas ao que parasitam da maquina pública, são chamadas disfuncionais e vistas à luz do capitalismo como aberrações que ajudam a enraizar a pobreza endêmica, típica de províncias atrasadas.
O Imortal dá voz ao imoral que grita para não perder benesses pagas com dinheiro de famélicos, mas neste governo as vozes dos que clamam pelo fim dos privilégios de casta em pleno século XXI, agora falam mais alto.

Do blogue Lígia Teixeira, confira aqui!
Enviado por Eri Santos Castro.
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