1 de abr. de 2014

'MATARAM O ESTUDANTE EDSON LUÍS! PODIA SER SEU FILHO!'

'MORREU UM ESTUDANTE! PODIA SER SEU FILHO!'
Há exatos 46 anos, no dia 28 de março de 1968, morria no Rio de Janeiro o jovem Edson Luis, aos 18 anos, com um tiro no peito à queima roupa.
Edson Luis é uma das vítimas mais emblemáticas da ditadura civil militar instaurada pelo golpe de 1964.
Nascido em uma família pobre no Pará, o menino Edson veio para o Rio de Janeiro fazer o segundo grau no Instituto Cooperativo de Ensino.
Naquele dia, os estudantes secundaristas armaram uma manifestação relâmpago para contestar o aumento do preço no restaurante Calabouço, no Centro.
Reprimidos com violência, os jovens revidaram com paus e pedras e, em maior número, forçaram o recuo policial.
O revide foi brutal e absolutamente desproporcional. Tiros foram disparados na direção da multidão de estudantes. Os policiais invadiram o restaurante e Edson foi baleado de perto pelo comandante da tropa da PM. Morreu na hora.
Os estudantes conseguiram evitar na marra que os policiais levassem o corpo. Carregaram Edson Luis em passeata até a Assembleia Legislativa, onde foi velado.
Naquele dia, pelo menos mais seis garotos ficaram feridos. Um deles, Benedito Frazão Dutra, morreu mais tarde, no Hospital Souza Aguiar.
Nos dias seguintes, por todo o Brasil estouraram manifestações de estudantes.
No Rio, no dia do enterro, os cinemas da Cinelândia amanheceram anunciando três filmes: A noite dos Generais, À queima roupa e Coração de Luto.
Centenas de cartazes foram colados na Cinelândia com frases como "Bala mata fome?", "Os velhos no poder, os jovens no caixão" e "Mataram um estudante. E se fosse seu filho?".
Na semana seguinte, no dia 4 de abril, a missa de sétimo dia de Edson Luis ficou marcada pela comoção e pela repressão violenta da cavalaria da PM.
A morte de Edson Luis inicia uma escalada de manifestações populares questionando o regime durante o ano de 1968.
A mobilização serviu de pretexto para a instauração do chamado Ato Institucional número 5, que fechou o Congresso, suspendeu direitos e consolidou a ditadura.
Se vivo, Edson Luis seria um senhor de 64 anos. Muito provavelmente teria filhos e netos.
Mas jamais deixaremos que sua morte precoce tenha sido em vão. Hoje lembramos sua memória, para que nunca mais aconteça.
Edson Luis, presente!

Um comentário:

Paulo Lara disse...

E quantos morrem por ano, quantas crianças desaparecidas todo dia, tudo por culpa deste governo socialista que só sabe falar mal de militares, ajudar Cuba e gastar bilhões em copa do mundo? Daqui 50 anos vão condenar a Dilma e o Lula pelas crianças desaparecidas (políticas) deste governo que não investe em educação e saúde? E os milhares que morrem nos hospitais que mais parecem campos de extermínio? Vai procurar tu turma, pucha-saco de comunista!