O livro “Privataria tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro Júnior, tem
provocado estragos em série no PSDB. Primeiro, expôs a disputa interna
entre Aécio Neves e José Serra – o autor iniciou sua investigação a
pedido do ex-governador mineiro. Segundo, revelou o enriquecimento da
filha, do genro e de pessoas próximas ao ex-governador paulista, que
participaram do processo de privatização. Além disso, expôs ainda o
partidarismo de boa parte da imprensa, que tem demonstrado indignação
seletiva diante dos escândalos de corrupção – na Folha, o caso despertou
até a crítica interna da ombudsman Suzana Singer. O estrago mais relevante, no entanto, pode se dar em relação à sucessão municipal em São Paulo. Sem um candidato natural, o PSDB vinha testando nomes ainda pouco conhecidos do eleitorado, como Bruno Covas, Andrea Matarazzo e José Aníbal – “tudo japonês”, como disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Diante desse quadro, Serra vinha despontando como a única alternativa viável do bloco PSDB/PSD para manter o controle da prefeitura de São Paulo, que tem o terceiro maior orçamento do País. “Já não é mais uma escolha tão simples”, disse ao 247, um dirigente do PSD. “Seria bom encontrar uma alternativa”. O receio é que o tema das privatizações – ou da privataria – contamine o processo, num momento em que o prefeito Gilberto Kassab tem baixa aprovação e aumenta a rejeição a José Serra. É até natural que isso aconteça, uma vez que Serra pretendia “nacionalizar” a disputa municipal em São Paulo. Leia reportagem recente do 247 a respeito: O ex-governador e candidato derrotado à Presidência da República em 2010, José Serra (PSDB-SP), defendeu uma aliança do seu partido com aliados frequentes para enfrentar o PT na disputa pela Prefeitura de São Paulo. O tucano se refere ao grupo do atual prefeito, Gilberto Kassab (PSD). Serra participou da inauguração de uma sala na liderança tucana da Câmara que recebeu o nome de "Artur da Távola". "Em São Paulo vão ter dois lados na eleição, o nosso lado e o do PT. O Lula disse, antes de ficar doente, que o PT deveria trabalhar, unir os diferentes para enfrentar os antagônicos. Não sou habitualmente seguidor do pensamento do Lula, mas, nesse caso, eu sou. Nós temos que ter uma aliança em São Paulo porque essa eleição vai ter dois lados, não vai ter três", disse Serra. O tucano comentou ainda a situação do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, que tem sido questionado por causa de sua atividade como consultor entre 2009 e 2010. Serra afirmou que é preciso dar a Pimentel o mesmo tratamento oferecido a Antonio Palocci, que deixou a Casa Civil após suspeitas de tráfico de influência por meio de consultorias enquanto estava fora do governo. "Não se pode ter dois pesos e duas medidas. O caso do Pimentel é semelhante ao do Palocci. É uma questão de coerência. É como se houvessem ministro de primeira e de segunda classe, ministro acima do bem e do mal e outros que são passíveis de toda sorte de investigação. Para mim, essa história da faxina é um mito", afirmou o tucano.
Saiu no Brasil 247.
Enviado por Eri Santos Castro. Compartilhe. |
19 de dez. de 2011
Estrago de Privataria abala candidatura Serra
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