Cobrado por seus eleitores a respeito do apoio ao presidente do Senado, José Sarney, o PT chegou ao limite no que se refere ao lastro que tem dado ao peemedebista. A prova está na nota divulgada ontem pelo líder do partido na Casa, Aloizio Mercadante (SP), um texto discutido antes com integrantes da bancada. Nele, o líder, embora diplomático, começa dizendo que “é grave a nova denúncia porque há indícios concretos da associação do presidente do Senado em ato secreto de nomeação do namorado de sua neta” e diz que essa possibilidade de “participação direta” de Sarney deve ser investigada com rigor pelo Conselho de Ética.
A nota deixa aberta a porta para que o PT apoie, dentro do conselho, a instalação de uma investigação direta sobre o presidente Sarney, o que resultaria no afastamento do peemedebista da presidência da Casa. E foi exatamente essa possibilidade que irritou ontem os peemedebistas. Até então, o que estava combinado entre petistas, peemedebistas e petebistas era o arquivamento das representações contra Sarney, exatamente para não dar margem a um afastamento que colocasse no comando do Senado o tucano Marconi Perillo (GO), primeiro vice-presidente.
Em conversas reservadas, os senadores petistas avaliam que tudo está mais complicado depois da divulgação dos diálogos em que a neta de Sarney pede emprego para o namorado. Alguns dizem que o PT já fez o que poderia fazer por Sarney, em se tratando de um partido que defendeu o senador Tião Viana (PT-AC) para presidente da Casa. Citam como exemplo dessa atitude de solidariedade a Sarney os votos em favor de Paulo Duque (PMDB-RJ) para presidente do Conselho de Ética e a defesa no plenário do Senado. Só que, aos poucos, o partido terminou atropelado pelos fatos e por isso vislumbra, agora, que a tese por uma posição mais dura em relação a Sarney ganha fôlego.
Do Correio Braziliense.
Enviado por Eri Santos Castro.
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