Por Flávio Dino
Em um cenário econômico de dificuldades no país e no mundo, é necessário ter coragem e imaginação para reencontrarmos o caminho do desenvolvimento, com crescimento e distribuição de renda. É verdade que o fim do superciclo das commodities, uma das dimensões da crise global do capitalismo pós-2008, trouxe vários problemas para o Brasil e para o Maranhão. Mas estamos muito longe dos tenebrosos dias de inflação de 84% ao MÊS, que vivemos na segunda metade da “década perdida” (anos 80), ou da Taxa Selic de 30 ou 40%, que também já vivemos. Logo, temos que manter uma atitude gramsciana de “otimismo na vontade” para manter abertas as portas da esperança.
Com essas premissas, tenho apresentado para diferentes públicos o novo momento que o Maranhão vive desde janeiro, em que ficaram para trás a inércia, os privilégios imorais, a corrupção desenfreada. Em lugar desses males, temos um governo que se preocupa em estimular investimentos e iniciativas empreendedoras. Na semana passada, em São Paulo, estivemos na Federação das Indústrias (Fiesp) e com empresários espanhóis, visando apresentar o Maranhão como terra de riquezas e destino de investimentos. Nos debates travados, enfatizei sobretudo a nossa crescente produção, as oportunidades de negócios e a logística especial que o Governo Federal e a iniciativa privada implantaram no Maranhão, desde o início do século 20.
Destacando-se nesse tesouro logístico, que é o Maranhão, está o Porto do Itaqui. Conhecido e usado desde o século 19, o nosso Porto vai completar 100 anos em 2018, a contar das primeiras iniciativas para que ele fosse construído e organizado em termos empresariais. Continuando seu longo processo de aprimoramento, neste ano de 2015 fizemos obras de dragagem, modernizamos a gestão, melhoramos em 1.800% os resultados financeiros, estamos finalizando um novo berço e tivemos esse grande êxito: a inauguração do Terminal de Grãos (Tegram), um projeto que se iniciou no governo de José Reinaldo Tavares. Quando da inauguração, conversei longamente com a Presidenta Dilma, na companhia do estimado governador do Piauí, Wellington Dias. E apresentei à presidenta da República muitas reivindicações em nome do povo do nosso Estado, sempre com olhos postos no desenvolvimento real de nossa economia, buscando ultrapassar a mera “economia de enclave” que aqui se implantou na Era do Coronelismo.
Todos sabemos que o Porto do Itaqui já é, e vai ser cada vez mais, o principal do Arco Norte do Brasil, contando com a melhor localização para os produtores e produtos de vasta área de influência que chega até o Mato Grosso. Temos água e energia, o que vai ser fortalecido com a 13ª Rodada de Leilões da Agência Nacional de Petróleo, a ser realizada no dia 7 de outubro. A conclusão é que temos todas as condições de gerar e receber investimentos que verticalizem cadeias produtivas, foco principal da política de incentivos fiscais constantes do Programa Mais Empresas.
Passada a fase mais aguda dessa crise global, tenho certeza de que vamos colher o que estamos plantando, com trabalho sério e eficiente. Esse trabalho tem como prioridades, neste momento, além do já mencionado, alguns avanços bem concretos. Primeiro, a criação de um ambiente institucional que estimule e proteja o empreendedorismo, premiando o talento, não a “esperteza” ou os compadrios. Segundo, a melhoria de nossa infraestrutura rodoviária, em todas as regiões. Terceiro, o mapeamento e a organização rigorosa de todas as cadeias produtivas já existentes, removendo obstáculos e apoiando quem produz. Quarto, a melhoria de nossos indicadores educacionais e a formação de novas gerações com mais habilidades e competências – principal requisito para o desenvolvimento e absurdamente abandonado por décadas no Maranhão.
Foi essa a abordagem que levei à entidade que está no centro da economia brasileira, a Fiesp, com ótima acolhida e muitas manifestações de entusiasmo com o que estamos fazendo aqui. Se o MATOPIBA é a última fronteira viável para o crescimento da agricultura no Brasil, o Maranhão é a joia dessa coroa.
Como não ficar otimista, seguindo a recomendação de Gramsci ? Avante.
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