Se perguntassem aos maranhenses se os assassinos, seqüestradores e torturadores do empresário Daniel Smith merecem a morte, a grande maioria ia responder que sim. Diria eu até que merecem coisa pior: merecem prisão perpétua e irrevogável em qualquer tempo ou por qualquer razão. Nada há de mais diabólico que uma raça de torturadores e assassinos, de aluguel ou não. E não se deve deixar de pensar na dor das vítimas e das famílias das vítimas, algo de realmente insuportável.
Reflito, entretanto, que ocupando Daniel Smith um cargo especial no Tribunal de Justiça, a execução em poucos dias de todos os que participaram do crime, dois deles, salvo engano, sob custódia do Estado, além das indagações mais complicadas, provoca na sociedade um pavor ainda maior: o de que tenha se atribuído o Estado poder de vida e morte sobre o cidadão. Não houve inquérito, acareação, julgamento e a execução sumária de todos os suspeitos, soa como pena de morte, decretada à revelia do Poder Judiciário não se sabe por quem.
Tantas execuções sugerem que alguém tomou as leis nas mãos e, o que é pior, sugerem a contratação de assassinos de aluguel em substituição à Justiça. Se se trata de uma vingança pessoal, lamentamos que a criminalidade no estado tenha atingido esse ponto de exaustão; se há uma quadrilha eliminando outra, deve toda a sociedade se perguntar o porquê e à polícia cabe investigar o que realmente está acontecendo. E se, na pior das hipóteses, o Estado se atribuiu poder de vida e morte sobre o cidadão, sendo causa e origem de execuções sumárias, estamos vivendo, definitivamente, num território sem lei.
É difícil explicar à população revoltada o que estamos dizendo, mas podemos quase garantir que se não houver uma reação não somente criminosos, mas em breves tempos muitos inocentes serão eliminados neste mesmo cadafalso. É só lembrar no que deu a história dos “justiceiros” (grupos de extermínio) neste país.
Por JM Cunha Santos.
Enviado por Eri Santos Cstro.
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