16 de set. de 2013

O filósofo Janine faz um artigo original: 'Dirceu condenado refaz sua biografia, os embargos infringentes aceitos fica mais difícil alegar-se que o processo foi político e injusto'

O filósofo Renato Janine Ribeiro faz um texto original, no Valor. Ele diz que, até agora, ninguém, entre as pessoas comuns, mudou de opinião ao longo do julgamento. Ou seja, este teria falhado em seu caráter pedagógico. 

O filósofo observa que os próprios defensores da punição severa dizem que o julgamento é político. E que quem talvez mais ganhe com isso, em caso de não aceitação dos embargos, seja Zé Dirceu:

- Ele, mesmo condenado, tem planos. A seu modo, repetirá o discurso de Fidel Castro em 1953, diante dos tribunais do ditador Batista, "A História me absolverá". Não importa que lá fosse uma ditadura e, aqui, uma democracia. É que, justamente porque o julgamento foi convertido em acusação ao PT como um todo, em projeto de criminalizar o partido inteiro do governo, ele falhou. Dirceu nunca será presidente da República, mas lhe deram de presente a politização do julgamento. Ou seja, a conversão do processo do mensalão em processo político. Neste campo, ele tem condições de refazer sua biografia. Certamente, isso é o que seus inimigos menos queriam. Mas eles lhe ofereceram isso ao fazer, de um julgamento que devia ter um foco preciso, uma guerra.

Mas se os embargos infringentes forem admitidos, diz Janine, ficará mais difícil alegar-se que o processo foi político ou injusto. “Dar aos réus o direito de contestar as sentenças, quer sejam as penas mantidas ou reduzidas, protegerá a sentença final da acusação de ter sido política e não jurídica”.


Sugestão de pauta: Maria Alice.
Enviado por Eri Santos Castro.
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