Imprensa e Mensalão – 04/09/2013
PANORAMA
Estadão e Folha dão destaque a réus do mensalão, hoje, com chamadas ao lado das manchetes. Mas com uma diferença. A Folha ouve Valdemar Costa Neto, em sua primeira entrevista desde 2005. O Estadão fala dos planos de Zé Dirceu, mas com texto construído a partir de relatos.
Abaixo do texto sobre Dirceu, o Estadão diz que Joaquim Barbosa deve pedir amanhã a prisão imediata dos réus do mensalão. Ele e ao menos dois outros ministros (entre eles, Gilmar Mendes) defendem o cumprimento imediato, em caso de conclusão da análise dos embargos declaratórios e rejeição dos embargos infringentes.
Os repórteres escrevem que advogados dos réus já discutiam ontem essa possibilidade. “E ressaltavam que esta seria uma nova alteração na jurisprudência da Corte”. Alguns condenados, como Zé Dirceu, “prepararam-se para o fim antecipado do processo”, diz o texto.
Segundo o jornal, parte dos ministros resiste à proposta. Alegam que a Corte daria motivo para as acusações de que houve um julgamento de exceção.
DIRCEU
O título da capa do Estadão diz que o plano do ex-ministro na prisão é “lavar e estudar”. A legenda informa que ele pensa em se declarar preso político.
As fontes para a reportagem de Felipe Recondo são ocultas: “amigos próximos”.
O texto foca no período de prisão, conforme os cálculos do próprio Zé Dirceu, e nos seus planos para esse período. Diz que, nos últimos dias, ele tem se preparado e pensado em como fará para se comunicar, escrever e continuar a fazer política.
Em um cenário de prisão imediata, Dirceu diz (aos amigos) que concederá uma entrevista coletiva e apresentará documentos que mostram não ter havido desvio público do Banco do Brasil.
Os próximos passos seriam o pedido de revisão criminal no Supremo e um recurso à Corte Interamericana de Direitos Humanos. Ele aposta que o julgamento televisionado, sob pressão da opinião pública, “será visto como de exceção no plano internacional”.
O texto se encerra em torno do ministro Celso de Mello. Segundo Recondo, Dirceu disse a amigos que ele pretende publicar uma carta em resposta ao ministro.
COSTA NETO
O deputado Valdemar Costa Neto diz à Folha que o PL tinha um acordo com o PT:
- Fizemos um caixa de campanha de R$ 40 milhões. Isso foi público. Está aqui a Folha [mostrando e lendo reprodução de reportagem no jornal, de 2002]: PL diz que vai participar de caixa de campanha do PT'. Não foi nada escondido. Nós tínhamos R$ 10 milhões e o PT, R$ 30 milhões.
Costa Neto não tem mais esperança de apresentar algum recurso ao STF com sucesso, informa Fernando Rodrigues. O repórter diz que ele só foi loquaz ao falar de Joaquim Barbosa: “É um recalcado, um desequilibrado, um homem sem educação (...) É um homem que bate em mulher”.
Rodrigues fala também sobre “a força de petistas ilustres para influir na nomeação de ministros do STF”. Costa Neto diz que o PT nunca discutiu isso com ele. “Para eu não pedir para eles”, diz. “Porque se já estavam pedindo para eles, não podiam chegar e dizer: Ó, me resolve o caso do Valdemar também”.
MAIS SOBRE O JULGAMENTO
-> o Painel, da Folha, informa que Roberto Barroso repassou para Joaquim Barbosa a relatoria da ação penal 420, derivada do mensalão, que investiga empréstimos do BMG ao PT e a empresas de Marcos Valério. Ele alegou que, pelo regimento interno do STF, a ação tem de ser distribuída ao relator do inquérito.
-> editoriais da Folha e do Estadão criticam a decisão de Barroso sobre o caso Donadon. A Folha diz que já se especula “que a prestidigitação de Barroso possa beneficiar réus do mensalão”.
Enviado por Eri Santos Castro.
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