O dirigente estadual do PDT, Cândido Lima, procurou o blog e abriu o jogo em relação à disputa interna existente atualmente no seio do partido.
Antes que os seus críticos se apressem para desqualificá-lo, Cândido Lima é membro da Comissão Provisória do PDT, ex-secretário geral, coordenador geral da campanha de Jackson Lago em 2006 e 2010, e foi secretário-adjunto da Casa Civil no governo do ex-líder trabalhista, falecido em abril deste ano. Ou seja, Lima tem sim autoridade para falar sobre os questões do seu partido, inclusive sobre a polêmica da entrada do deputado Edivaldo Holanda Júnior (PDT) no PDT para disputar a eleição de prefeito de São Luis.
Vejamos, então, os principais pontos da conversa que Cândido Lima teve com o blog:
CONCEPÇÃO DE PARTIDO
O PDT tem tradição histórica em debater as ações partidárias com as suas bases, a militância e os movimentos. Não existe essa cultura no nosso partido de filiar alguém, com mandato ou não, apenas para disputar uma eleição. Não temos nada contra a filiação do deputado Edivaldo Holanda Júnior, mas não podemos concordar que essa filiação seja discutida apenas tendo em vista uma disputa eleitoral e ainda mais com apenas meia dúzia de gente, lá em Brasília. O que queremos é resgatar a nossa cultura de debate interno e fortalecer o partido política e ideologicamente.
CONHECIMENTO DO PDT
O deputado federal Edivaldo Holanda Júnior não conhece o PDT e o seu hábito de discutir coletivamente os seu projetos. Imagine se essa filiação se efetivar, como é que o deputado dirigirá o partido se ele não tem conhecimento da dinâmica do PDT? Ou ele toparia vir para o partido sem ter o comando partidário em São Luis? Ora, se Edivaldo Júnior entrar no partido para ser candidato irá querer ter poder de mando, mas a sua forma de construção partidária não combina com a do PDT.
INTERESSES
O que as pessoas não sabem é que existem os mais diversos interesses nessa filiação do deputado Holanda Júnior. Primeiro há o interesse do presidente Carlos Lupi, que perdeu o controle do partido no Rio para o companheiro Vivaldo Barbosa, e enfrenta dificuldades nacionalmente. Depois há o interesse do suplente de deputado Weverton Rocha, que deseja assumir a vaga de qualquer jeito. Há também o claro interesse em isolar, ou melhor, de afastar o companheiro Igor Lago da vida partidária, pois quem defende a filiação de Júnior no PDT sabe que é incompatível a presença do deputado e do filho do governador Jackson Lago no PDT. Na verdade, querem impedir de vez que Igor assuma o espólio político do seu pai.
OPOSIÇÃO AO GRUPO SARNEY
Um dos pontos importantes que defendemos é a postura de oposição frontal à oligarquia Sarney. Essa postura será decisiva na escolha dos nossos candidatos a prefeito, no ano que vem. Mas tem gente que prefere inventar candidaturas palatáveis ao grupo Sarney, que não enfrentam de frente essa questão.
ELEIÇÕES 2012
O PDT irá discutir todos os cenários possíveis, desde candidatura própria, passando por uma aliança com candidatura de outro partido, e até mesmo o apoio à reeleição do prefeito João Castelo. Mas essa discussão será no melhor estilo do PDT, ou seja, ouvindo as bases do partido, os filiados e os movimentos. O que não queremos é que decisões tão importantes como o projeto de 2012 seja tomadas apenas por uns poucos iluminados em gabinetes na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Do blogue de Robert Lobato, aqui!
Enviado por Eri Santos Castro.
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