26 de jan. de 2011

Cristovam Buarque quer criar a CPI do Apagão Intelectual


"Acho também que todo parlamentar tem que colocar seus filhos em escolas públicas"

O senador e ex-ministro da Educação Cristovam Buarque (PDT-DF) promete trabalhar duro para que o projeto do segundo Plano Nacional de Educação entre logo na lista de prioridades do parlamento.
Sua intenção, entretanto, é aproveitar o debate pata colocar na ordem do dia suas propostas de mudanças radicais na política de educação brasileira.
Ao Brasil Econômico, o principal porta-bandeira da educação no Congresso Nacional revelou que também pretende instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito para radiografar o setor.
Acredita que o segundo Plano Nacional de Educação será votado logo no Congresso?
Vou propor que o projeto do Plano Nacional de Educação seja colocado em pauta imediatamente como prioridade do Congresso, mas sem pressa para sua aprovação em plenário.
Não adianta apenas definir metas. É preciso mudar a maneira de fazer educação no Brasil. Não acho que o aumento da porcentagem do PIB (gasto) com educação deva ser a primeira discussão. Isso pode levar ao desperdício. Se chover dinheiro nas escolas hoje, vira lama. Para sabe ao certo para onde a verba vai.
Por que pretende instaurar uma CPI da educação? Para investigar o Enem?
O governo está achando que minha intenção é essa, de investigar o Enem. Por isso já estão querendo impedir os parlamentares de assinar o requerimento. Me mandaram esse recado... Mas a idéia não é essa.
Não vou perder tempo com o Enem. Vou sugerir inclusive que o nome seja outro. Em vez de CPI da Educação, a CPI do Apagão Intelectual.
Mas qual é a sua intenção com essa CPI?
Fazer um diagnóstico da educação.
Que mudanças o senhor pretende propor no projeto do segundo Plano Nacional de Cultura?
A federalização da educação básica no Brasil. Esse é um processo para durar 20 anos, mas que deve começar agora. É preciso separar a educação de base do ensino superior, que deveria ir para o Ministério de Ciência e Tecnologia.
Em alguns países, como a Costa Rica, não existe sequer ministério para cuidar do ensino superior. O governo brasileiro se preocupa demais com o ensino superior. Educação de base é coisa de prefeito.
Acho também que todo parlamentar tem que colocar seus filhos em escolas públicas. Tenho um projeto assim parado há anos no Congresso.

Saiu no Brasil Econômico.
Enviado por Eri Santos Castro.
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