20 de nov. de 2010

Tarso Genro fala de sua viagem à Europa

Nossa agenda aqui tem sido muito corrida, mas felizmente foi bastante produtiva. Eu e o futuro Chefe da Casa Civil, Carlos Pestana,  antecipamos nosso retorno e voltamos neste sábado e, assim, poderemos abrir a semana dialogando com mais profundidade com nossos aliados.
Em entrevista concedida ao repórter Guilherme  Baumhardt, da rádio Band, fiz um balanço da viagem e tratei de algumas questões pontuais referentes ao Estado e ao processo da transição. Compartilho os principais trechos:
A viagem
Nossa agenda não é regional, é muito complexa. Não foi de graça que usamos o slogan “Rio Grande do Sul, do Brasil e do Mundo” na campanha. Nós estamos aqui ouvindo pessoas, empresas, formadores políticos, ouvindo experiências da União Europeia, estabelecendo uma relação do Rio Grande do Sul com a politica externa mundial. Hoje as cidades e estados tem de ter uma politica externa. O Rio Grande do Sul está desenvolvendo uma política externa, de fraternidade e de integração e com aquela visão de que a integração econômica e financeira tem quer ser acompanhada da integração social. Pois, senão, depois a integração do capital fica trancada em função das crises sociais que causa, como o que está ocorrendo na União Europeia.
Encontro com adidos em Portugal
O delegado Paulo Lacerda é o adido policial do Brasil em Portugal e vai estabelecer um regime de colaboração conosco em questões muito importantes. Ele estará integrado ao Estado por um gabinete de segurança Pública, onde a Polícia Federal também estará presente e os adidos terão um papel importante nos estados onde houver esse gabinete integrado.
Encontro com investidores portugueses
Foi um encontro extraordinário, eu esperava que em Portugal houvesse um encontro mais reduzido, mas nessa reunião tínhamos empresários do setor de energia, hospitais, produção de medicamentos, construção civil, polo naval, produção de energia eólica.
Processo de transição
A transição vai bem. É algo um pouco mais demorado, porque as coisas não são resolvidas de maneira arbitrária. É uma frente política de partidos e essa frente tem que respeitar o tempo de cada partido e ao mesmo tempo encaminhar questões que já estão concretizadas, como essa parte do secretariado que já apresentei.
Nossa agenda não é uma agenda típica. Estamos fazendo uma agenda de formação do secretariado a partir de coalizão, que é um coisa complexa, e uma agenda internacional já visando a integração do desenvolvimento econômico do Rio Grande do Sul com a globalização, utilizando uma visão mais autônoma, buscando integrar a globalização a partir de um programa de governo, e não de maneira espontânea para ser sufocada por ele . Ao mesmo tempo em que nosso vice-governador está coordenando lá no Estado a formação do secretariado e a troca de informações, nós estamos aqui já adiantando nossa agenda de desenvolvimento econômico e de busca de investimentos para o Estado, já criando uma situação virtuosa em Portugal e Espanha, que serão parceiros muito importantes não só para o Rio Grande do Sul como também para o Brasil.
Perfil do secretariado
Há determinados quadros que pela sua trajetória estão habilitados a ocupar mais de uma secretaria. Um secretário tem que ser gestor. Quando fui trabalhar no Ministério da Educação, o presidente Lula me disse “sei que não és um especialista, mas um gestor comprovado”. Essa é a característica que tem que ter um ministro ou secretário.
PDT
A conversa com o PDT está evoluindo bem, o presidente Romildo Bolzan tem razão (sobre a chance do partido participar do governo Tarso), estamos informados por ele mesmo que uma grande maioria do PDT quer participar do governo e o resultado vai ser positivo. Eu sempre digo ao meus companheiros quando ficam preocupados que cada partido tem seu tempo e uma dialética interna. É natural que as pessoas fiquem ansiosas para saber quem é o o secretário.
Relação com os partidos
Nunca fizemos nenhuma proposta para o PP entrar no governo, o próprio presidente Pedro Bertolucci reconhece isso, mas queremos uma relação amigável. Vamos procurar o PMDB e PSDB para ver quais as expectativas em relação a nosso governo. E o fato de ser oposição não impede contribuições pontuais, que nós temos que buscar em defesa do Rio Grande.

Da assessoria.
Enviado por Eri Santos Castro.

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