1 – O resultado do processo contra Jackson Lago tornou-se o ponto mais importante desta disputa eleitoral. Além dele próprio; Roseana e Flávio Dino também dependem do desfecho desta situação. Este processo (motivado pelo Ministério Público) acabou tornando-se a principal “carta” que Sarney tem hoje neste “jogo”.
2 - O Ibope não tem credibilidade. Mas, tem fama. Os números de sua pesquisa causam impacto em boa parte da sociedade.
3 - Roseana enfrenta muita dificuldade nesta eleição. Sobra dinheiro, mas a rejeição é enorme. Sem uma nova interferência do TSE, ela poderá, mesmo com o governo nas mãos, ter um desempenho pior que o de 2006.
4 - O maior sinal da imensa rejeição da oligarquia maranhense é o sumiço da imagem de José Sarney da campanha. Desde o começo, no programa eleitoral de Roseana só aparecem Lula e Dilma.
5 – José Sarney fará tudo que tiver ao seu alcance para jogar os grupos de Jackson e de Flávio Dino um contra o outro. O empate anunciado pela pesquisa IBOPE/Mirante entre Jackson e Flávio é uma forma de acirrar os ânimos entre os comitês destes dois candidatos.
6 – O desejo de Sarney é ganhar a eleição no voto. No abafa! Sem precisar recorrer ao tapetão. O golpe judiciário de 2009 foi um escândalo. As estripulias dele no Senado, expostas dois meses depois da posse ilegítima de Roseana, provocaram uma crise de grande repercussão. Uma nova atitude do TSE, deliberadamente pró-Sarney, será mais um ato indecoroso. Caso isto aconteça, será mais uma mancha na combalida biografia do dublê de “poeta” e “estadista”.
7 – É público e notório os graves problemas que Fernando Sarney tem hoje na Polícia Federal. Infelizmente, este assunto não é tratado na campanha eleitoral do Maranhão. Mas, caso Roseana perca a eleição, Fernando poderá ficar ainda mais vulnerável. Esta situação faz com que Sarney jogue alto nesta disputa. Num cenário como este, se o “velho cacique” sentir o controle da situação lhe escapar das mãos, ele pode apelar. É só lembrar do caso Reis Pacheco...
8 – Roseana está tirando licença do governo. Em seu lugar, vai assumir o desembargador Jamil Gedeon, presidente do Tribunal de Justiça (TJ). Este é um sinal claro de que a máquina vai agir ainda com mais intensidade nesta reta final em favor de Roseana. Ou alguém acredita que Jamil vai se comportar como um magistrado?
9 – Juntos o PSTU, o PSOL e o PCB terão cerca de 2% dos votos validos do Maranhão. Um pouco mais, um pouco menos. Do ponto de vista eleitoral, isto representa muito pouco no meio deste jogo pesado. Mas, do ponto de vista político, estes partidos, agindo em conjunto, poderão ter peso e poder de influência junto a alguns setores da opinião pública.
10 – O ambiente desta disputa eleitoral é predominantemente conservador. Na verdade, vai além do atrasado! Ao final da campanha o que se vê é a política tomar uma enorme goleada do crime organizado. Diante disto, é fundamental que a sociedade civil cumpra o seu papel. Se as organizações de cunho popular, os movimentos sociais, os diferentes militantes de esquerda, os ambientalistas, enfim, os setores verdadeiramente progressistas do Maranhão não tiverem a capacidade de articular e defender uma agenda política (com autonomia e competência), o povo maranhense continuará sendo brutalmente atropelado pelo “trem do atraso”. Isto, independente de quem venha ganhar a eleição. É lógico que, com Roseana, a situação é bem pior. Mas, em qualquer conjuntura, os avanços vão depender muito da capacidade de pressão e controle social.
11 – E finalmente, voltando para a pesquisa do IBOPE, ela coloca João Alberto num patamar de intenção de votos que não convence. No caso do Senado, a eleição é fria e a máquina do governo pesa ainda mais (principalmente porque não existe segundo turno). Mas, João Alberto é um candidato muito ruim. Difícil de ser carregado. Por isto, nesta eleição, Zé Reinaldo tem sido uma ameaça para o grupo Sarney. Nesta disputa o jogo também está indefinido.
Por Emilio Azevedo.
Enviado por Eri Santos Castro.
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