12 de set. de 2009

A síntese de dois diálogos: Jackson Lago e Zé Reinaldo

A dialética das oposições
Entre teses e antíteses, eis UMA síntese.
Sete apontamentos do verão de 2009
Nos últimos dias conversei separadamente com os ex-governadores Jackson Lago e José Reinaldo. Percebi que não há movimento de um contra o outro ou vice-versa. O que há é um movimento espontâneo dos dois a favor da vitória das oposições. Ambos são conscientes de suas resposabilidades.
1) O governo biônico Roseana Sarney (PMDB) não provocou o esperado estardalharço. Não disse para o que veio e não tem mais tempo para dizer. Entretanto, nos grotões de miséria, onde a barriga vazia atrofia o cérebro, aprisionando o livre pensar, o seu grupo político pode manter a hegemonia a custo que todos sabemos e ainda diminuir sua rejeição nos maiores centros urbanos;
2) Com excessão do ex-governador José Reinaldo e dos deputados federais Domingos Dutra (PT), Roberto Rocha (PSDB) e Julião Amim (PDT), a oposição peca em não ir para o fronte contra o governo biônico Roseana Sarney. O silêncio do pré-candidato Flávio Dino o custará caro, podendo não mais ter o PT ao seu lado ( Cresce no PT o sentimento do partido somar com a construção da unidade das oposições em 2010);
3) O governador deposto precisa sinalizar para a categoria política que mudará o seu próximo governo. O próprio ex-chefe da Casa Civil Aderson Lago reconhece as sua dificuldades de trânsito. Se o governo de Jackson foi de acertos, muitos acertos, é pedagógico ele fazer auto-crítica dos poucos erros que teve: a pouca disposição de atender às reivindicações do funcionalismo ( professores, policiais civis e militares, delegados e auditores); a falta de unicidade, de uma cara única do governo, proporcionando a geração de várias ilhas de interesses particulares e não coletivos dentro do próprio governo. Democracia e descentralização não podem ser confundidos com a inexistência de autoridade. O governador eleito foi Jackson Lago e não o secretário 'A', 'B' ou 'C'.
A coordenação desse processo deverá caber a uma pessoa que tenha não só a confiança de Jackson, mas trânsito fácil nas oposições. O cardiologista Igor Lago é apontado por vários segmentos, não sendo difícil tornar-se unanimidade ( Igor tem o respaldo do seu partido, foi conteporânio de Flávio e Gardenhinha e é reconhecido por Zé Reinaldo, Roberto Rocha, Dutra, Madeira, Haroldo Saboia e tantos outros);
4) O município de São Luís e os demais centros urbanos têm que ser tratados com mais ofensividade, sob pena do grupo da governadora Roseana Sarney ganhar terreno, provocando eclipse nas reais diferências entre os mais de 40 anos de mando de um grupo responsável pelos atuais índices de infelicidade dos maranhenses e a luta heróica de seu povo por dias melhores ( É imperativo o monitoramento da mídia e a construção e utilização de ferramentas alternativas de comunicação com a população);
5) O lado de lá já está com seu time pronto. A governadora biônica Roseana Sarney será mesma a candidata a governadora junto com Lobão e Ricardo Murad para senadores. As oposições precisam ser céleres na costura dos seus nomes. O governador deposto Jackson Lago tem legitimidade de ser o candidato das oposições a governador. José Reinaldo e Bira para senadores e o vice caberia ao PSDB a sua indicação ( O prefeito Madeira filiou o pastor Porto ao PSDB).
O deputado federal Flávio Dino tem o tempo a seu favor, pode muito bem ser reconduzido à Câmara Federal e torna-se em breve prefeito de sua cidade. Já o ex-ministro Edson Vidigal, que deve se filiar ao PPS, pode muito bem seguir o exemplo de Ciro Gomes e candidatar-se a deputado federal;
6) Por outro lado, o centro da tática nos próximos 60 dias é a criação de uma força tarefa para acompanhamento do Recurso Judicial que o STF- Superior Tribunal Federal julgará neste ano ainda sobre a realização de novas eleições para governador, via Assembleia. As chances do provimento desse recurso são enormes. O seu relator é o ministro Ricardo Lewandowisk.
Neste caso, ressalta o ex-governador Zé Reinaldo, ele seria mais uma vez sacrificado, pois não poderia ser candidato a nada porque o seu sobrinho Marcelo Tavares seria governador. Nas eleições passada ele poderia muito bem se eleger senador, mas permaneceu no cargo para não entregar o governo ao grupo Sarney.
7) Por fim, é fundamental a contratação e divulgação de pesquisas quali. e quant. periodicamente, por um instituto nacional. Essas pesquisas deverão nortear melhor a construção da vitória do Movimento pela Libertação do Maranhão.
Enviado por Eri Santos Castro.

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