Domingo, 10 de Maio de 2009
"O tempo não pára" (Cazuza) - Primeiro ano do "Acorde e Recorde"
Por Robson Jr.
Esta primeira postagem, é na verdade uma homenagem a um homem com problemas de locomoção; Paulo Diniz.
Ainda na infância lá no bairro de Monte Castelo, lembro-me bem da música que tocava no rádio, em que um cantor soltava a voz como se estivesse chorando - "outro dia vinha pela rua, quase morri de ri, pois um cara que passou por mim, chorava fazendo assim, han, han, han, han, han, han, han" - O nome do cantor, Paulo Diniz (o moço da foto acima à direita). Depois de ouvir esta música, a curiosidade de adolescente já apaixonado por rádio, me fez ir buscar outras criações deste cantor. Assim, descobri, "José", "Eu vim de Piri-Piri", "Como?", e tantas outras. Passados muitos anos daquelas lembranças, vejo-me diante do desafio de produzir um show na AABB, de comemoração pelo primeiro ano do programa "Acorde e Recorde". Abdon, irmão de Zeca Baleiro era o então presidente da Associação Atlética Banco do Brasil. Ele e Erionaldson deram a idéia de trazer o Paulo Diniz pra fazer o show de aniversário, topei na hora. Era o ano de 1992.
No dia em que ele chegou fui ao hotel entrevistá-lo, mas antes tivemos a oportunidade de conversar e trocar umas idéias, da minha parte era a realização de fã, estar alí diante de um ídolo e poder reverenciá-lo, descobrir coisas da vida dele. Alo lado daquele homem de cabelos brancos e voz rouca, repousavam duas muletas, apoio necessário para as caminhadas, devido enfermidade que lhe tirara a força necessária para andar como todo mundo. A conversa foi longa, mas uma citação não esqueci -"Sabe bicho, quando eu não tenho inspiração pra escrever minhas próprias letras, busco nos craques da poesia, minha matéria prima para gravar. Foi assim, que gravei, por exemplo, "José", de Carlos Drumond de Andrade".
No dia do show, estávamos todos nervosos. Show é bom pra quem assiste. Pra quem produz é pauleira total. Mas a "casa" encheu, era ainda o salão pequeno da AABB, antes da ampliação que aconteceria meses depois. Não costumo beber, mas naquele dia tomei umas doses de whisky, tava nervoso, mas precisava apresentar meu ídolo. E o show fluiu de forma maravilhosa, o público formado muito pelos ouvintes do programa, cantava todas músicas. Até me empolguei depois do segundo bis do Paulo e continuava insistindo pra que ele permanecesse no Palco.
Alguém da produção cochichou no meu ouvido que ele já tava cansado. Eu exagerei um pouco confesso, mas estava alí um ídolo especial, de talento e luta. Ele agradeceu os aplausos que não paravam, enxugou ao suor do rosto e chamou seus assistentes que lhe entregaram as muletas e o trouxeram para o camarim. Uma noite perfeita, que marcaria definitivamente, uma idéia de programa, que quase 18 anos depois continua firme, há nove anos no comando de Glaydson Botelho.
Postado por Eri Santos Castro.
"O tempo não pára" (Cazuza) - Primeiro ano do "Acorde e Recorde"
Por Robson Jr.
Esta primeira postagem, é na verdade uma homenagem a um homem com problemas de locomoção; Paulo Diniz.
Ainda na infância lá no bairro de Monte Castelo, lembro-me bem da música que tocava no rádio, em que um cantor soltava a voz como se estivesse chorando - "outro dia vinha pela rua, quase morri de ri, pois um cara que passou por mim, chorava fazendo assim, han, han, han, han, han, han, han" - O nome do cantor, Paulo Diniz (o moço da foto acima à direita). Depois de ouvir esta música, a curiosidade de adolescente já apaixonado por rádio, me fez ir buscar outras criações deste cantor. Assim, descobri, "José", "Eu vim de Piri-Piri", "Como?", e tantas outras. Passados muitos anos daquelas lembranças, vejo-me diante do desafio de produzir um show na AABB, de comemoração pelo primeiro ano do programa "Acorde e Recorde". Abdon, irmão de Zeca Baleiro era o então presidente da Associação Atlética Banco do Brasil. Ele e Erionaldson deram a idéia de trazer o Paulo Diniz pra fazer o show de aniversário, topei na hora. Era o ano de 1992.
No dia em que ele chegou fui ao hotel entrevistá-lo, mas antes tivemos a oportunidade de conversar e trocar umas idéias, da minha parte era a realização de fã, estar alí diante de um ídolo e poder reverenciá-lo, descobrir coisas da vida dele. Alo lado daquele homem de cabelos brancos e voz rouca, repousavam duas muletas, apoio necessário para as caminhadas, devido enfermidade que lhe tirara a força necessária para andar como todo mundo. A conversa foi longa, mas uma citação não esqueci -"Sabe bicho, quando eu não tenho inspiração pra escrever minhas próprias letras, busco nos craques da poesia, minha matéria prima para gravar. Foi assim, que gravei, por exemplo, "José", de Carlos Drumond de Andrade".
No dia do show, estávamos todos nervosos. Show é bom pra quem assiste. Pra quem produz é pauleira total. Mas a "casa" encheu, era ainda o salão pequeno da AABB, antes da ampliação que aconteceria meses depois. Não costumo beber, mas naquele dia tomei umas doses de whisky, tava nervoso, mas precisava apresentar meu ídolo. E o show fluiu de forma maravilhosa, o público formado muito pelos ouvintes do programa, cantava todas músicas. Até me empolguei depois do segundo bis do Paulo e continuava insistindo pra que ele permanecesse no Palco.
Alguém da produção cochichou no meu ouvido que ele já tava cansado. Eu exagerei um pouco confesso, mas estava alí um ídolo especial, de talento e luta. Ele agradeceu os aplausos que não paravam, enxugou ao suor do rosto e chamou seus assistentes que lhe entregaram as muletas e o trouxeram para o camarim. Uma noite perfeita, que marcaria definitivamente, uma idéia de programa, que quase 18 anos depois continua firme, há nove anos no comando de Glaydson Botelho.
Postado por Eri Santos Castro.
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