A revista Época da semana traz uma excelente entrevista com a senadora Marina Silva (PT-AC). Eis a diferença entre Dilma e Marina.
ÉPOCA – O meio ambiente é um obstáculo ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)?
Marina – O PAC é importante e estratégico para o desenvolvimento do país. Agora, mais que acelerar o crescimento é dar qualidade ao desenvolvimento. Nem sempre crescer significa melhoria da qualidade de vida das pessoas. O PAC, em si, não pode ser definido como bom ou ruim, depende de como será feito. Há uma visão açodada, que encara as questões ambientais como ações protelatórias. Aí, ele passa a ser problema. O PAC é importante, mas é igualmente importante que as obras a serem feitas tenham a sustentabilidade ambiental.
ÉPOCA – Qual é sua opinião sobre a ministra Dilma?
Marina – Não gosto de reducionismo. De pegar uma pessoa e dizer que ela é responsável isoladamente. Agora, se você me perguntar se a ministra Dilma tem uma visão de sustentabilidade ambiental nos mesmos termos que eu, diria que não. Ela ainda tem uma relação muito forte com a visão tradicional e antiga de desenvolvimento.
”Dilma tem uma relação muito forte com a visão tradicional e antiga de desenvolvimento”
ÉPOCA – No governo, a senhora teve vários embates com ela sobre isso. A visão dela está ganhando?
Marina – Existe uma visão desenvolvimentista no governo e na sociedade. O que foi feito, mesmo na minha gestão, foi apenas um pequeno começo. Temos de ter uma matriz energética limpa, renovável e segura, estradas com baixo impacto, produção de biocombustível certificada, produção agrícola e de carne certificada. O caminho é esse, não há atalhos. Há um processo em disputa no governo e na sociedade. Um setor do governo tem muita dificuldade de lidar com esse conceito. O transgênico pode existir, mas tem de coexistir com as sementes normais. Isso só é possível com rastreabilidade e armazenagem separada. Mas, quando você diz isso, pronto! Você é contra o transgênico e contra a ciência. Se você quer uma agricultura, pecuária, exploração de madeira de forma sustentável, é rotulado de ser contra o desenvolvimento e o progresso. Estão em luta duas mentalidades, atitudes e visões de mundo. Que desenvolvimento o Brasil quer?
Postado por Eri Santos Castro.
ÉPOCA – O meio ambiente é um obstáculo ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)?
Marina – O PAC é importante e estratégico para o desenvolvimento do país. Agora, mais que acelerar o crescimento é dar qualidade ao desenvolvimento. Nem sempre crescer significa melhoria da qualidade de vida das pessoas. O PAC, em si, não pode ser definido como bom ou ruim, depende de como será feito. Há uma visão açodada, que encara as questões ambientais como ações protelatórias. Aí, ele passa a ser problema. O PAC é importante, mas é igualmente importante que as obras a serem feitas tenham a sustentabilidade ambiental.
ÉPOCA – Qual é sua opinião sobre a ministra Dilma?
Marina – Não gosto de reducionismo. De pegar uma pessoa e dizer que ela é responsável isoladamente. Agora, se você me perguntar se a ministra Dilma tem uma visão de sustentabilidade ambiental nos mesmos termos que eu, diria que não. Ela ainda tem uma relação muito forte com a visão tradicional e antiga de desenvolvimento.
”Dilma tem uma relação muito forte com a visão tradicional e antiga de desenvolvimento”
ÉPOCA – No governo, a senhora teve vários embates com ela sobre isso. A visão dela está ganhando?
Marina – Existe uma visão desenvolvimentista no governo e na sociedade. O que foi feito, mesmo na minha gestão, foi apenas um pequeno começo. Temos de ter uma matriz energética limpa, renovável e segura, estradas com baixo impacto, produção de biocombustível certificada, produção agrícola e de carne certificada. O caminho é esse, não há atalhos. Há um processo em disputa no governo e na sociedade. Um setor do governo tem muita dificuldade de lidar com esse conceito. O transgênico pode existir, mas tem de coexistir com as sementes normais. Isso só é possível com rastreabilidade e armazenagem separada. Mas, quando você diz isso, pronto! Você é contra o transgênico e contra a ciência. Se você quer uma agricultura, pecuária, exploração de madeira de forma sustentável, é rotulado de ser contra o desenvolvimento e o progresso. Estão em luta duas mentalidades, atitudes e visões de mundo. Que desenvolvimento o Brasil quer?
Postado por Eri Santos Castro.
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