Não pensaram. Fizeram.
Há pouco mais de sete anos, a revista Veja trouxe matéria de capa intitulada Eles pensaram que o Brasil era o Maranhão. A revista se referia a eles, os Sarney, naquela ocasião representada pela filha primogênita do chefe do clã, Roseana Sarney Murad, que havia sido pega em flagrante no caso Lunus.
Há pouco mais de sete anos, a revista Veja trouxe matéria de capa intitulada Eles pensaram que o Brasil era o Maranhão. A revista se referia a eles, os Sarney, naquela ocasião representada pela filha primogênita do chefe do clã, Roseana Sarney Murad, que havia sido pega em flagrante no caso Lunus.
O episódio representou o fim da pretensa candidatura dessa senhora à Presidência da República, como muitos recordam. Mas o título da matéria mostrou qual a percepção que a redação da Veja tinha em relação à família: eles se comportam de uma forma na paróquia, mas não podem se comportar da mesma forma no plano nacional.
Agora, o chefe do clã desmente a percepção da revista. De tudo o que foi mostrado em pouco mais de dez dias (e nada nos autoriza a pensar que outros fatos não virão à tona), o que se percebe é que o modus operandi da família repete – e até amplia – no Senado o que já sabíamos (e vemos) aqui: favorecimento a negócios de familiares, nepotismo, ocupação irregular de imóveis funcionais, uso de atos secretos para a nomeação de familiares e amigos, movimentação de contas paralelas (além do que deveria ser a conta única da instituição), utilização de servidores públicos em residências e assuntos privados. Toda uma série de atividades que proliferou longe da vista do público e cujo símbolo mais irônico é o mordomo conhecido pelo apelido de Secreta.
O vetusto senador jogou no lixo todo o verniz com que recobriu sua biografia e que, por décadas, vendeu à Nação, e, agora, no ocaso de sua existência e de sua vida política oferece em toda a nudez seu verdadeiro caráter e a pequenez de seu procedimento. Revelado em sua inteireza à opinião pública nacional, Sarney passa a enfrentar resistências onde sempre encontrou facilidades e portas abertas, a começar por seus pares no Senado e pelos jornalistas da grande imprensa nacional. A consciência nacional também começa a exigir o fim do longo reinado do velho morubixaba, cujas raízes se encontram no Maranhão e no Amapá, mas cujos tentáculos alcançam a Câmara Alta, ministérios e todo o setor energético do País, além de se estender pelos mais altos tribunais brasileiros.
Os maranhenses estão atentos ao desenrolar dos acontecimentos e, a começar pela juventude, a indignação gera atos de protesto. Na última sexta-feira, centenas de pessoas realizaram o primeiro ato cujas palavras de ordem principais eram o Fora Sarney. No nível nacional, manifestações estão previstas para as duas maiores cidades do País (São Paulo e Rio de Janeiro), ambas marcadas para o dia 1º de julho.
Para concluir, quero citar o jornalista Leandro Fortes que, em artigo divulgado na semana passada, fez uma acurada análise sobre a trajetória do senador José Sarney, à guisa de comentar o discurso de defesa do parlamentar: “Ao terminar de falar, havia se reduzido a uma massa subnutrida de dignidade, famélica, anêmica pela falta da proteína da verdade. Era um personagem bizarro enfiado, a socos de pilão, em um jaquetão coberto de goma. Na mesma hora, pensei no povo do Maranhão”.
Postado por Eri Santos Castro.
Agora, o chefe do clã desmente a percepção da revista. De tudo o que foi mostrado em pouco mais de dez dias (e nada nos autoriza a pensar que outros fatos não virão à tona), o que se percebe é que o modus operandi da família repete – e até amplia – no Senado o que já sabíamos (e vemos) aqui: favorecimento a negócios de familiares, nepotismo, ocupação irregular de imóveis funcionais, uso de atos secretos para a nomeação de familiares e amigos, movimentação de contas paralelas (além do que deveria ser a conta única da instituição), utilização de servidores públicos em residências e assuntos privados. Toda uma série de atividades que proliferou longe da vista do público e cujo símbolo mais irônico é o mordomo conhecido pelo apelido de Secreta.
O vetusto senador jogou no lixo todo o verniz com que recobriu sua biografia e que, por décadas, vendeu à Nação, e, agora, no ocaso de sua existência e de sua vida política oferece em toda a nudez seu verdadeiro caráter e a pequenez de seu procedimento. Revelado em sua inteireza à opinião pública nacional, Sarney passa a enfrentar resistências onde sempre encontrou facilidades e portas abertas, a começar por seus pares no Senado e pelos jornalistas da grande imprensa nacional. A consciência nacional também começa a exigir o fim do longo reinado do velho morubixaba, cujas raízes se encontram no Maranhão e no Amapá, mas cujos tentáculos alcançam a Câmara Alta, ministérios e todo o setor energético do País, além de se estender pelos mais altos tribunais brasileiros.
Os maranhenses estão atentos ao desenrolar dos acontecimentos e, a começar pela juventude, a indignação gera atos de protesto. Na última sexta-feira, centenas de pessoas realizaram o primeiro ato cujas palavras de ordem principais eram o Fora Sarney. No nível nacional, manifestações estão previstas para as duas maiores cidades do País (São Paulo e Rio de Janeiro), ambas marcadas para o dia 1º de julho.
Para concluir, quero citar o jornalista Leandro Fortes que, em artigo divulgado na semana passada, fez uma acurada análise sobre a trajetória do senador José Sarney, à guisa de comentar o discurso de defesa do parlamentar: “Ao terminar de falar, havia se reduzido a uma massa subnutrida de dignidade, famélica, anêmica pela falta da proteína da verdade. Era um personagem bizarro enfiado, a socos de pilão, em um jaquetão coberto de goma. Na mesma hora, pensei no povo do Maranhão”.
Postado por Eri Santos Castro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário