O PCdoB, parte do PT e a arte de tampar nariz

Que que isso companheiros?
Segundo os próprios Blogues do Portal Imirante, o PCdoB estava sim negociando participação no governo Roseana e que composição!O acordo só não teve êxito porque o partido queria dirigir, com as indicações de todos os cargos, o Iterma e a Caema.

Podem anotar: o PCdoB não terá dificuldade de assimilar uma aliança eleitoral com o grupo Sarney. A isso chamam de pragmatismo e senso de oportunidade e os 'comunistas' são especialistas desde à época do Colégio Eleitoral (85), quando da eleição indireta de Tancredo/Sarney, passando posteriormente pelo seu apoio ao PFL em São Luís, leia-se Jaime Santana, depois Cafeteira para governador e por aí ia e vai. Na última eleição de Prefeito tamparam o nariz e receberam o apoio do grupo Sarney.

O pragmatismo é uma falsa esperteza. Em prol de um projeto estratégico faz-se qualquer aliança para atingir tal objetivo, renunciando princípios. Quanto engano! As alianças espelham nossa visão do presente e também do futuro. Os meios jamais podem justificar os fins. Na verdade a cada meio se objetiva um determinado fim. 'Não basta que seja pura e justa a nossa causa, é necessário que a pureza e a justiça habitem em nós', eis uma sentença de Agostinho Neto, de Angola.Acho até legítima a tese da busca de uma alternativa eleitoral tanto a Sarney quanto ao PDT para as eleições 2010.

Agora participar do governo Roseana é um gravíssimo erro, com repercussão para muitas eleições. É o mesmo que chancelar apoio a reciclagem do que tem mais de atraso na política maranhense e do Brasil.

Lula revigora políticos reacionários
e atrasa agenda de renovação política
Tenho dito que o governo Lula salvaguardou os interesses dos excluídos e dos trabalhadores. Entretanto, ele errou politicamente na medida em que revigorou, com alianças, os setores mais atrasados da política nacional, que confundem direitos com favores, privado com público...É um enorme equívoco, com índices de aprovação jamais vistos, proporcionar 'vida após a morte' a Sarney, Collor, ACM Neto, Jarder Barbalho...Todos políticos do nordeste brasileiro, onde dinossauros ainda vivem.

Washington e Helena optam por
um caminho aparentemente florido
Nesse mesmo caminho erram os grupos petistas de Washinton e Helena. É um custo impagável o apoio à reciclagem do grupo Sarney. Lembro que os dois nunca precisaram do grupo Sarney para obterem sucesso tanto nos movimentos sociais quanto no território da política convencional. O companheiro e amigo Washinton chegou a ter mais de 20 mil votos livres somente em São Luís. Depois da aliança Sarney e Lula e os seus respingos no Maranhão, ele reduziu essa votação para menos da metade na capital. Acho que até foi um erro do Jackson (leia-se Aderson Lago) não ter dialogado com esses setores do PT, principalmente com o grupo de Washington que pagou com o Incra, quando o grupo Sarney tomou a superintendência de Monteiro e entregou para Cafeteira, por não ter participado do comício de Lula /Roseana em Timom (2006).

Já tinha falado ao Aderson Lago que o PT não era um bloco monolítico, ou seja, o PT não era somente o grupo de Dutra e que a corrente que mais dialogava com o presidente Lula era justamente a que Washington pertencia. Que era preciso dialogar com todos . Caso o Aderson me escutasse talvez o Lula não teria se metido na cassação do governador Jackson Lago.Esse caminho aparentemente florido tornará suas eleições caríssimas e sem a certeza de vitória. Eles migrarão do voto conciente e livre para a 'bolsa de valores eleitorais', onde quem dar mais leva o voto. Quando o grupo Sarney não precisar mais deles, veremos o que acontecerá.

É desinformação ou má fé dizer que Washington já foi beneficiado pelo grupo Sarney. Sou testemunha das suas dificuldades financeiras nas últimas eleições. A direção do Incra não foi Sarney quem deu ao seu grupo, Sarney na verdade tomou. Quem conquistou o Incra foi a sua luta reconhecida pelo presidente Lula, quando Monteiro foi candidato a governador junto com Lula presidente, este último se elegendo pela primeira vez.