7 de mar. de 2009

A direita neo-nazista da Itália quer Battisti


Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) importarão uma crise interna da Itália se decidirem, em março, extraditar o extremista italiano Cesare Battisti, contrariando o refúgio concedido a ele em janeiro pelo Ministério da Justiça. A avaliação é do historiador e escritor ítalo-brasileiro José Luiz Del Roio, que vive em Milão há 36 anos e foi senador no governo do ex-premiê Romano Prodi (2006-2008). Se quiserem entender o que estão discutindo, os brasileiros precisam levar em conta o momento atual da Itália, que é de uma polarização política radical, disse Del Roio ao Estado.O extremista foi condenado na Itália à prisão perpétua por quatro homicídios cometidos nos anos 70 e recebeu o estatuto de refugiado político no Brasil no mês passado, o que provocou forte reação do governo do premiê italiano, Silvio Berlusconi. Battisti é antes de qualquer coisa um grande azarado, disse Del Roio, que, no Brasil, foi membro da Aliança Libertadora Nacional (ALN), de 1967 a 1974 , e na época tinha contato com grupos políticos europeus, mas nunca ouviu falar do grupo de Battisti, o Proletários Armados pelo Comunismo (PAC).


Na quinta-feira, Berlusconi deu novos sinais de recrudescimento de sua política conservadora ao aprovar no Parlamento uma medida que autoriza médicos a denunciarem imigrantes ilegais que busquem os hospitais.

A nova lei também criou patrulhas civis para fiscalizar a população das periferias.Em resposta, o principal jurista do processo de combate às máfias italianas na década de 90, o político italiano Antonio Di Pietro, enviou uma carta ao presidente da Itália, Giorgio Napolitano, acusando Berlusconi de seguir os passos do Partido Nacional-Socialista Alemão dos anos 30, distanciando-se da democracia fundada no direito.

O ministro Tarso Genro recebeu apoio do Diretório Nacional do PT.
E só pra lembrar: Berlusconi é Maluf italiano.

Com Le Monde Diplomatique, em portugués

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