Os países de economia emergente, como o Brasil, não só deverão enfrentar a baixa de suas exportações e a redução da confiança como também são as últimas vítimas de uma crise financeira que começou nos Estados Unidos, se estendeu à Europa e está transbordando agora para além das fronteiras européias.
Com a retirada em massa de capitais e de investimentos estrangeiros nos países da Europa Central e do Leste,observamosuma certa ironia da história.
É mais atraente repatriar aos países altamente industrializados o dinheiro investido nos últimos anos com altos rendimentos nas economias emergentes, por causa das medidas aplicadas pelos dirigentes dos países ricos para sustentar os bancos nacionais em dificuldades.
Isso complica a existência dos países de economia emergente. Para sustentar a demanda nacional, eles devem aceitar adotar medidas similares às anunciadas pelos países altamente industrializados, como exemplo as ajudas estatais temporárias aos bancos em dificuldades.
No entanto, a recente alta do nível de vida, principalmente nos antigos países comunistas, parece vir acompanhada do acesso a capitais estrangeiros, que vão começar a desaparecer rapidamente.
Estes países não podem enfrentar sozinhos estes novos desafios e os países industrializados devem estar dispostos a garantir os financiamentos que alcançarão uma quantia inédita.
Por fim, uma advertência diante da alternativa que consiste em recorrer ao protecionismo, ao controle de bancos e a moratórias, que são fatais para a economia mundial.
Há necessidade de um plano de nova governança mundial, articulado em cinco eixos, que reafirmará o papel regulador do Estado.
Esses cinco pontos que proponho não está baseado em nenhuma orientação socialista, mas do própriofamigerado capitalismo quais sejam: aumentar a liquidez dos países em dificuldades, aumentar os recursos do FMI, tirar as conclusões necessárias da crise, em termos de políticas econômicas, vigiar a aplicação de novas regulamentações financeiras e repensar um sistema mundial mais coeerente.