16 de abr. de 2008

Versos censurados
O amanhã desbotado
Por ventura ao longe
Circunstancias rompem o ímpeto
Cheio de adeus e desventuras,Desbotando o amanhã
Contido na visão turva do poeta
Que na ruptura das lógicasEsvazia o ângulo das idéias.

Na altura de dias frios
O poeta cobre-se
Com palavras raptadas
Nas UTI das ilusões e pinta
Com tintas sem cor
Olhos envoltos em mistério.
No declínio de seus sonhos
Bebe a culpa de ser poeta
Em mares onde o subjetivismo
Não passa de retalhos sem valor.

Em ondas fortes o poeta embarcou
Nos ruídos da solidão
Sobre os ventos incertos
Derrama sua alma,
Pensamentos imperfeitos
Desfeitos e refeitos.
Lá ao longe ele arrisca
Alguns retratos
Que logo verte um conto
Enfunado de juntura
Incapazes de silenciar
A voz fraca de suas poesias
Mas munidos de acusações
Que mesmo sem sentido ou corpo
Obrigam o poeta á omitir versos censurados.

E assim o auto-retrato da poesia
Borda ao som do tédio
O amanhã desbotado.

Nesse delírio a imaginação padece em febre
Ao presenciar a limitação de seus passos
Sendo acusados de loucura e poluir
A arte pura.