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26 de abr. de 2016

Juiz Federal José Carlos do Vale Madeira fala para Márlon Reis que a política pode ser território de pessoas probas e bons e o parabeniza




José Carlos Madeira para 

O juiz federal Dr José Carlos Madeira incentiva o agora ex-juiz Márlon Reis. 
Márlon Reis saberá fazer das suas convicções as suas barricadas em favor da construção de uma sociedade com homens e mulheres socialmente iguais, humanamente distintos e totalmente livres.

"Meu amigo Márlon Reis, parabéns pela coragem em deixar a Magistratura neste momento. Decisão certamente difícil!

Que Deus lhe abençoe ricamente e lhe proteja, sempre!

A política é território de homens maus porque os homens bons dela se esquivam!

Quando homens bons partem para esse território, sobretudo em momentos como o que vivemos, um alento toma conta de todos os que acreditam na Política com dimensão ética!

Parabéns!
Sucessos!" 

18 de fev. de 2016

Livro 'O Nobre Deputado' será utilizado em projeto de educação política de estudantes no Maranhão

De fevereiro a maio deste ano, o projeto “Ler, Escrever e Pensar – Conscientizar para Transformar” vai instigar alunos da rede pública de ensino do município de João Lisboa (MA) a desenvolver o pensamento crítico sobre o papel do indivíduo como instrumento de transformação social, utilizando como apoio pedagógico o livro “O Nobre Deputado”.

A iniciativa é do Ministério Público do Maranhão, através da 2ª Promotoria de Justiça de João Lisboa e envolverá, diretamente, vinte escolas públicas do município. De acordo com a promotora e coordenadora do projeto, Maria José Corrêa, “as informações trazidas pelo livro afetam a nossa comodidade, nos suscitam a inquietação com a nossa realidade social e política. E é isto que o projeto visa: levar os envolvidos à irresignação que os motive ao conhecimento, à informação, à participação política, à busca por mudança de sua própria realidade”. 

No momento em que os ranços políticos estão cada vez mais expostos na mídia, é reforçada a importância do papel da escola no processo de “ler, escrever e pensar” sobre o tema. 

Especialmente nas cidades do interior do Maranhão, estado castigado com os piores índices sociais, em decorrência da falta de políticas públicas e acesso à informação.

O livro a ser utilizado no projeto, “O Nobre Deputado”, é de autoria do juiz de Direito Márlon Reis, um dos idealizadores da Lei da Ficha Limpa, conhecido internacionalmente pelo seu trabalho no combate à corrupção. 

Na obra, que foi construída a partir de pesquisas inéditas, o autor dá vida a um personagem fictício, chamado de Cândido Peçanha, que encarna ele próprio as condutas de políticos corruptos e explica os meandros da política brasileira. Dessa forma, as salas de aula serão palanque para debates com temas como democracia, compra de votos, financiamento 
de campanhas e combate à corrupção. 

“O nosso maior desafio é conseguir motivar e tornar todos os envolvidos em um agente de multiplicação do conhecimento, da informação e de combate às ações dos horríveis Cândidos Peçanhas que, por certo, existem em todos os rincões deste País”, explica Maria José. 

A alguns meses das eleições municipais, este é considerado um momento histórico para o município de João Lisboa, já que com essa iniciativa pioneira, uma parcela significativa 
da população de cerca de 23 mil habitantes (IBGE, 2015) deve ser impactada com os debates da comunidade estudantil, que através de atividades proporcionadas pelas escolas, também envolverá amigos e familiares no debate sobre a conscientização política. 

O material de estudo será distribuído em toda a rede pública de ensino e, após período estabelecido, os alunos deverão produzir uma redação individual de até 90 linhas, que serão 
avaliadas por professores selecionados. Na primeira etapa, serão classificados três trabalhos de cada escola, de onde serão escolhidos os nove melhores a serem premiados com medalhas, smartphones, notebooks, tablets e bolsas de estudo, como forma de incentivo aos alunos.

De acordo com a coordenadora Maria José, a expectativa é que o projeto seja adotado em outros municípios do Maranhão.  “Há grande possibilidade e é esta a nossa vontade e disposição. De que o projeto seja encampado pelo Ministério Público do Maranhão, em todas as unidades de Execução”.

Lançamento – A solenidade de lançamento do projeto acontece no próximo dia 23, às 9 horas, no Ginásio de Esportes Nicolau Dino, na Av. Imperatriz, Centro de João Lisboa (MA), com participação e palestra do autor do livro “O Nobre Deputado”, o juiz de Direito Márlon Reis.

Por Mariana Castro.
Enviado por Eri Santos Castro.
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3 de jan. de 2016

Márlon Reis: Então, você ainda acha que 2015 foi um péssimo ano?

Um rápido diário de bordo de 2015, para quem acha que não foi um ano bom:
- O Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucionais as doações de empresas a candidatos, pondo fim à aceitação oficial do abuso do poder econômico, que agora pode ser combatido, estimulando a candidatura de maior número líderes autênticos, que muitas vezes se mantêm à distância das eleições;
- Ainda o Supremo Tribunal Federal proibiu as doações ocultas, permitindo que o eleitor saiba quem de fato está bancando a campanha de cada candidato;
- O Congresso Nacional, pressionado pela sociedade, sepultou a proposta abjeta denominada "Distritão";
- O Senado Federal rejeitou a proposta de manutenção das doações empresariais;
- Foi limitado a seis o número de partidos que podem ter os tempos de propaganda no rádio e na televisão somados nas coligações em cargos majoritários, enfraquecendo as chamadas "legendas de aluguel";
- o TSE manteve o entendimento de que prefeitos ordenadores de despesa ficam inelegíveis já após a rejeição das contas pelos tribunais de contas, afastando a necessidade de pronunciamento das Câmaras de Vereadores;
- Doações a candidatos terão que ser declaradas oficialmente na internet em até 72 horas após o recebimento, propiciando um grau de transparência às contas de campanha sem precedentes na nossa história;
- Centenas de organizações sociais e milhares de voluntários se mobilizaram para impedir a aprovação de uma "Reforma Política às avessas" pelo Congresso Nacional... e tiveram êxito;
- MCCE, OAB, CNBB e diversas outras organizações sociais anunciaram para 2016 a realização de uma Campanha Nacional contra o Caixa 2.
Então, você ainda acha que 2015 foi um péssimo ano?

3 de nov. de 2015

Juiz Márlon Reis é convidado para participar de programa de líderes nos EUA


Márlon Reis é um dos 100 brasileiros mais influente no país, segundo a revista Veja.
O juiz Márlon Reis, titular da 2ª Vara da Comarca de João Lisboa (639Km de São Luís), foi convidado pelo Governo dos Estados Unidos nesta para participar do Programa de Visita de Líderes Internacionais (IVLP), principal programa de intercâmbio mantido pelo país. Não há inscrição para o programa e os participantes são selecionados anualmente pelo staff diplomático norte-americano por todo o mundo, conforme destacada atuação em seus países de origem. Márlon Reis é um dos autores da Lei da Ficha Limpa, instrumento legal aplicado em complemento à legislação eleitoral, responsável pela instituição de diversas hipóteses de inelegibilidade..
Com o tema “Accountability, Media and Good Governance” (Responsabilidade, Mídia e Boa Governança), o intercâmbio vai ocorrer entre 28 de março e 15 de abril nos EUA. Lançado em 1940, o IVLP proporciona visitas de curta duração aos Estados Unidos de líderes estrangeiros que atuam em diversos campos para que desenvolvam e mantenham relacionamentos com norte-americanos e líderes de outros países com atuação na mesma área de interesse.
Durante sua permanência nos Estados Unidos, os líderes convidados mantêm encontros com profissionais de sua área, visitam organizações governamentais e privadas relacionadas ao tema do projeto e participam de atividades sociais e culturais.
O convite é um reconhecimento do governo americano ao trabalho desenvolvido por Márlon Reis no aprimoramento da legislação eleitoral. Em 2002, em conjunto com lideranças sociais de todo o Brasil, ele idealizou e fundou o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, rede de abrangência nacional que se propõe a promover a efetiva aplicação de normas contra o abuso do poder econômico e político nas eleições. 
A Lei Complementar 135/2010 (Lei da Ficha Limpa) foi a primeira a afastar a exigência do trânsito em julgado em decisões condenatórias como critério para o registro de candidaturas. A proposta chegou ao Congresso no final de 2009 com o aval de quase 2 milhões de assinaturas em um projeto de lei de iniciativa popular. Questionada, a Lei da Ficha Limpa foi declarada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal em fevereiro de 2012.
Experiência internacional – Marlon Reis já esteve nos Estados Unidos em 2012 para participar do Drapper Hills Summer Fellowship Program da Universidade de Stanford, na Califórnia, onde estudou com lideranças de diversos países temas como democracia, Estado de Direito e desenvolvimento sustentável.  Também esteve por duas vezes no México, além da Alemanha, Malásia e Tunísia para proferir palestras sobre temas relacionados ao aprimoramento dos processos eleitorais.

Assessoria de Comunicação
Corregedoria Geral da Justiça do Maranhão

13 de jul. de 2014

Márlon Reis: "erro grosseiro" sobre registro de candidatura

Um dos articuladores para a aprovação da Lei da Ficha Limpa, o juiz Márlon Reis afirmou nesta quinta-feira, 10, ser um "erro grosseiro" considerar o pedido de registro na Justiça Eleitoral como marco inicial de uma candidatura.
 

"Quem registra a candidatura é o Tribunal Regional Eleitoral quando defere o pedido, e não o candidato quando pede", disse Reis, ressaltando que fala em tese, sem tratar de caso específico. Ele explica que o processo para registro de candidatura é feito em cinco passos, sendo o pedido do candidato apenas o primeiro deles.  
http://www.aldeiaglobal.net.br/2014/07/marlon-reis-erro-grosseiro-sobre.html

6 de jun. de 2014

O contraditório da Globo conservadora: Não perca o Fantástico deste domingo com o juiz maranhense Márlon Reis

Não percam! No Fantástico desse domingo Márlon Reis vai explicar, passo a passo, os caminhos que percorrem os políticos corruptos até chegarem ao Congresso Nacional de forma jamais vista.

A reforma do sistema eleitoral é necessária.
 

A necessidade da reforma é urgente.

3 de jun. de 2014

Juiz Márlon Reis fala sobre o Movimento Ficha Limpa para o filme "Maranhão 2014"


O Juiz Marlon Márlon Reis, um dos principais mobilizadores do movimento Ficha Limpa, gravou hoje (03), nas primeiras horas da manhã, para o filme "MARANHÃO 2014: ESPERANÇA OU BARBÁRIE?"

2 de abr. de 2014

Washington Luiz e Márlon Reis proferem palestras sobre a ditadura militar na Unisulma, em Imperatriz

Washington Luiz e Márlon Reis proferem palestras sobre a ditadura militar, na Unisulma, em Imperatriz-MA

Cerca de 200 pessoas participaram do momento que discutiu época histórica do Brasil.

Na noite de segunda, 31, o auditório da faculdade Unisulma esteve lotado com o debate sobre os “50 Anos do Golpe Militar: uma análise histórica”. O evento teve a participação de acadêmicos de Direito e Serviço Social, bem como profissionais e alunos das mais variadas áreas do conhecimento. A palestra foi conferida pelo Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão, Joaquim Washington Luiz de Oliveira, e o juiz da 2ª Vara da Comarca de João Lisboa e coordenador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, Márlon Jacinto Reis.

A mesa de abertura teve a presença do presidente da instituição, Dimas Salustiano, do vice-presidente Lula Almeida e do coordenador do curso de Direito, Artur da Rocha. “Aqui nós temos a liberdade para o pluralismo político, o embate de ideias e as divergências para as mais diversas expressões da literatura, música e cultura brasileira”, ressaltou o presidente da Unisulma. Em seguida, os presentes acompanharam os palestrantes.

Para o conselheiro do TCE/MA, Washington Luiz, “um debate como este nos faz refletir, repensar a construção do processo democrático brasileiro, de liberdades políticas para evitarmos que tragédias como aconteceram no dia 1º de abril de 1964 se repitam”, enfatizou. 

O evento discutiu os 50 anos do movimento que derrubou o governo do presidente João Goulart e instaurou o regime militar de 64. Foram abordados aspectos que retratam a ordem pública da época sob o ponto de vista da instauração da “ditadura” no país. “É um momento importantíssimo para refletir um momento do passado que marca a valorização da democracia que temos hoje. É preciso rejeitar toda forma de autoritarismo que, infelizmente, ainda segue sob diversas formas na vida política, social e humana. Precisamos continuar marchando rumo a uma democracia plena”, destacou o juiz Márlon Reis.

Durante o debate no auditório Jorge Mendes, em uma sala de aula da Unisulma estava sendo realizada também uma palestra da pesquisadora e militante do Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Açailândia, Mariana de La Fuente. Na oportunidade, acadêmicos do 4º, 6º e 7º de Serviço Social marcaram presença no debate. A iniciativa da professora Fabrícia Carvalho buscou fazer um resgate histórico desse movimento, além de reforçar a luta pelos direitos humanos. Os professores Paulo Menis, Heloísa Helena e Maria Zenilda também participaram das discussões.
            
    Vale ressaltar que, ao final do evento, os palestrantes Joaquim Washington Luiz de Oliveira e Márlon Jacinto Reis receberam uma placa em homenagem pela luta em defesa da democracia no Brasil.

Por William Castro, assessoria - Unisulma.
Enviado por Eri Santos Castro.

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28 de mar. de 2014

Unisulma sedia debate sobre o golpe militar


Meio século depois, as marcas de censura, tortura e corrupção do período da ditadura ainda assombram o país. Nesta segunda-feira, 31, às 19hs, o auditório da Unisulma receberá o juiz de Direito e membro do Movimento de Corrupção Eleitoral (MCCE), Márlon Reis e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MA), Joaquim Washington Luiz para um debate sobre os 50 anos do golpe militar.

Sob o tema “50 anos do golpe militar: uma análise histórica”, o evento vai abordar aspectos do contexto histórico que levaram ao golpe civil-militar praticado contra o estado democrático brasileiro e seus impactos, contribuindo para a reflexão sobre a construção sócio-histórica e entendimento da atualidade.

Como membro do MCCE, Márlon Reis já percorreu quase todos os continentes mobilizando a sociedade em ações de combate à corrupção. Uma das grandes conquistas do movimento foi a aprovação e aplicação do projeto de lei de iniciativa popular conhecido como “Ficha Limpa”, algo impensável de ser colocado em prática na época da ditadura.

"A ditadura exterminou o comportamento cidadão. Qualquer crítico estava sob risco de tortura e homicídio. Seria impossível criticar a corrupção no governo ou lutar por iniciativas populares. Nunca podemos abrir sequer pensar em abrir mão da democracia", alerta Reis.

Aberto ao público, as inscrições para o evento são gratuitas e limitadas. Os interessados devem procurar a coordenação do curso de Direito da Unisulma com antecedência para garantir as inscrições, que dão direito a certificado.

Serviço:
“50 Anos do Golpe Militar: uma análise histórica”
Local: Unisulma – Rua São Pedro, 11, Jardim Cristo Rei
Data: 31 de março, segunda-feira
Horário: A partir das 19 horas
Inscrições gratuitas e limitadas 


Para maiores informações e inscrição:
Unisulma
Telefone: (99) 2101-0202
www.unisulma.edu.br


Por Mariana Castro.
Enviado por Eri Santos Castro.

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23 de fev. de 2014

Juiz maranhense, idealizador da Ficha Limpa foi ameaçado por colegas

Por Leandro Mazzini, São Paulo.
Marlon Reis, o idealizador do Ficha Limpa
Marlon Reis, o idealizador do Ficha Limpa
O roteiro da campanha era tão pitoresco que estava fadado ao fracasso: Como um juiz de primeira instância do interior do Maranhão – estado com mais baixo IDH do país e, a exemplo de outros, dominado por oligarquias políticas – conquistaria aliados para apresentar aos congressistas uma proposta de iniciativa popular que prejudicaria muitos deles, por suas biografias suspeitas? Pelo ‘exagerado otimismo’ de Marlon Jacinto Reis, o protagonista desse script. A gestação da Lei da Ficha Limpa se confunde com sua história. Na década de 90 o rapaz mulato, pobre, sem raízes nas esferas judiciais tinha tudo para virar um peão. Com espírito revolucionário, estudou e conquistou sua toga por mérito. Forjou na cabeça que não seria impossível neste século 21 quebrar resistências ao debate que acabou por aperfeiçoar a Lei de Inelegibilidades (1990). Seria sim muito difícil, e foi.
Nascido em Pedro Afonso (TO), filho de advogado bancário e uma dona de casa, Marlon Reis rodou o Brasil com os pais até se estabilizar no Maranhão em sua juventude, na década de 80. Aluno de escola pública, foi feirante quatro anos na capital São Luís vendendo melancias. Se hoje reconhece uma boa fruta pelo tom da casca verde, como diz, foi com a expertise de feirante que aprendeu a ter olhar malicioso para reconhecer um mau político pelo comportamento na banca. O mercado agora é outro.
Antes disso, a ingenuidade de estudante sonhador – e até na fase de juiz iniciante – o derrubou muitas vezes. Aos 18 anos na escola, mergulhou nas obras de Karl Max e liderou movimento estudantil. Depois peitou professor, ganhou antipatia do corpo docente na faculdade de Direito da UFMA. Fora dali, funcionário da Cervejaria Equatorial, fazia de um hobby um ganha-pão, literalmente, junto a goles de cerveja – tornou-se um boêmio tocador de violão num bar do ponto final do ônibus rumo de casa, na Forquilha. “Estudava de manhã e trabalhava à tarde e à noite. Fiquei reprovado um semestre inteiro”. A fase leninista-marxista durou pouco.
“Eu rompi tinha 20 anos de idade. Desde então nunca mais me aproximei de nada disso. Foi uma fase. Aprendi militância e ação coletiva. Não há arrependimento nenhum. Isso me propiciou três anos de crescimento intelectual, como por exemplo a tolerância para debater com alguém que tenha ideias opostas”, lembra.
Solta a frase num misto de experiência e ansiedade, para complementar como se numa sentença: “Aprendi muito o que era democracia”. Descobriu o mundo dos togados, que lhe revelou a cobiça, inveja, rasteiras mas também amizades e ajudas essenciais para sua biografia. Graduado, enfim trocou a cervejaria pela advocacia. Atuou por um centro de defesa dos direitos da criança. Pegou causas de indenizações “contra injustiçados”.  E na primeira, maior e mais visível de suas ações, no espírito do otimismo exacerbado que ele mesmo define, perdeu feio a defesa de uma jovem negra acusada de roubo pela direção de um shopping. Havia todas as provas de que era inocente. “Você vai perder porque a causa interessa a pessoas influentes”, revelou a ele um juiz à época. Eram meados dos anos 80, a capital São Luís crescia, o mercado em polvorosa com a chegada de grandes construtoras e centros comerciais, e não seria diferente ali: magistrados, políticos, empresários, todos se conheciam e se ajudavam.
Salto 
Nesse ínterim, Marlon tornou-se assessor do Tribunal de Justiça do Maranhão, convidado por um juiz que o acompanhou na polêmica ação e gostara do texto de sua petição. Deixou a causa para amigos. “Nunca fui de guardar mágoa, mas nunca fui de puxar saco de ninguém”, adianta. Como nada sai barato na vida, foi acusado por um movimento negro de se vender. Ele não desistiu e acompanhou de perto o caso. “Anos depois o TJ reformou a sentença e foram pagos R$ 50 mil”, à vítima, explica.
Como assistente de magistrado, ganhou na loteria. Seu primeiro salário, de R$ 1,6 mil – uma fortuna para a época e na cidade -, o incentivou a estudar para o concurso. “Depois dobraram meu salário para R$ 3 mil. Minha vida era boêmia, mas nunca fui muito vaidoso. Eu tocava violão, estava sempre nas festinhas, gostava de música popular, compunha. Boa parte do meu dinheiro ia para isso”, se entrega. Dedicado nos estudos madrugada adentro, passou para cargo de juiz no Tocantins, mas desistiu da prova oral para tentar novo concurso no Maranhão, onde se estabelecera. O risco era total. Ganhou um presente de aniversário dia 10 de Dezembro de 1986: passara em terceiro lugar. E começou sua trajetória jurídica que o levaria a um encontro fortuito que mudaria sua vida, e a de muitos brasileiros.
Resistências e ameaças
O ano era de 1999. A Seleção Brasileira perdera a Copa, mas estava feliz. O presidente Fernando Henrique Cardoso se reelegera com folga e a economia ia bem, apesar dos primeiros sinais da crise internacional que respingaria por aqui. Naturalmente qualquer mandatário perguntaria o que mudar na legislação? Marlon e amigos promotores estavam insatisfeitos. Ressuscitou o espírito revolucionário da juventude, a ponto de bancar excursões pelo interior do Maranhão e Piauí, num trabalho voluntário nos fins de semana, de conscientização popular para barrar candidatos processados na Justiça. Ele não sabia, já iniciara a campanha da Ficha Limpa – muitas vezes sob a mira de olhares desconfiados e coldres escondidos. Os amigos subiam em carrocerias de caminhões, com caixa de som emprestada.
“Organizamos comícios, bairro por bairro, reunimos mais de 2 mil pessoas em praça, para pedir que denunciassem compra de votos”.
Ao passo que o povo adorava aquele novo tipo de comício – ninguém pedia voto ou prometia nada – o juiz comprou briga com boa parte dos tribunais dos dois estados. Os magistrados mais veteranos se enciumaram, mas também houve aqueles que o ameaçaram por serem ligados aos mandatários com processos. E volta aquela história: todos se conhecem.
“Por conta desse movimento fui vítima de uma grande incompreensão no Tribunal de Justiça”, revela Marlon. “Havia desembargadores que queriam que eu fosse afastado da magistratura, e diziam que minha atitude era política”.
Isso era pouco. Resistência e ciumeira há em qualquer profissão. Ironicamente passou a ser chamado de “Ovelhinha Negra” do TJ. “Chegou a haver um pedido de afastamento, mas a decisão não saiu. Respondi a muitos processos administrativos disciplinares. Nenhum deles tratava disso, mas tudo que acontecia comigo virava um processo. Eu era malvisto dentro da própria magistratura”. Isolado e decepcionado, já decidira deixar a carreira. Não fosse uma conversa com um bispo católico amigo, hoje talvez não teríamos a Ficha Limpa. Aconselhado a ficar, resistiu.
Mas as pancadas do malhete deixaram feridas. E a situação ganhou contornos preocupantes. “Eu não aguentava mais. Recebia ameaça de morte, telefonema com ‘olha, eu sei onde sua filha está’. Tudo que eu fazia se virava contra mim. Havia um juiz corregedor que amedrontava os juízes novatos, que quem se aproximasse de mim não seria vitaliciado, e recebia ameaças por conta do que isso causava a políticas partidárias”. Apoiou-se na família e nos amigos, com quem bebia para esquecer tudo.
Descobertas
Foi num desses encontros, em 2002, na pequena Santa Filomena, Sul do Piauí, que nasceu a ideia da Lei – muito além da Inelegibilidade – para enquadrar de fato políticos enrolados. Foi na mesa de boteco a primeira ata informal do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) – hoje são 330 comitês espalhados pelo país.
O MCCE cresceu, Marlon continuou a peregrinação por conta própria a cidades, e isso chamou a atenção da Igreja Católica. Um dia recebeu um telefonema, dom Dimas Barbosa, secretário-geral da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil o chamou. Encontraram-se numa festa Julhina, dom Dimas tocava um acordeão com jeito enquanto sussurrou para ele “precisamos conversar”, “vamos marcar”, “não, quem marca não faz nada”, “então vamos resolver agora” e assim seguiu o diálogo ao ritmo do arrasta-pé. A CNBB já preparava uma agenda política sobre inelegibilidade, as ideias se encontraram e a entidade apoiou o MCCE, as novas excursões de Marlon e equipe. Nascia a campanha para coleta de assinaturas para a Lei, e com aliado nacional de peso. Somaram-se depois dezenas de movimentos como a OAB e a grande imprensa, cruciais para a campanha.
O aniversário do juiz sempre foi marcante. No dia 10 de Dezembro de 2007 o MCCE iniciou para valer o projeto, que culminaria com a entrega do calhamaço com 1,3 milhão de assinaturas dia 29 de Setembro de 2009, no Congresso Nacional e com ampla repercussão. “Nosso maior objetivo sempre foi mobilizar as pessoas. Eu desafio qualquer outro movimento a demonstrar que fez um trabalho de base tão profundo quanto o nosso”, relata o juiz.
A audácia do projeto trouxe desafios de igual tamanho. 
Naqueles dois anos de coletas, foram centenas de viagens. Numa das primeiras cidades, em Barra (PI), o prefeito interpelado em praça pública no começo de 2008 pelo próprio Marlon se recusou a assinar a lista. Dois anos depois foi cercado pela Ficha Limpa. Aliás, ainda não havia o nome para a Lei, e sim apenas a “campanha pela vida pregressa proba dos candidatos a cargos políticos”. Numa dessas conversas para explicá-la, Marlon estava na rodoviária de Teresina à espera de um ônibus com uma freira, quando num lampejo ambos falaram em uníssono a expressão “Ficha Limpa”.
Houve muitas resistências Brasil adentro, nos rincões e nas capitais, o que nessas andanças fez o magistrado descobrir um coronelismo político desses novos tempos. No dia 4 de Junho de 2010, o então presidente Lula sancionou a Lei Complementar nº. 135. Evidentemente muitos partidos e políticos atingidos direta ou indiretamente chiaram por causa do impasse judicial quanto à aplicação em meio à campanha daquele ano – nenhuma lei pode retroagir e a interpretação era variada tribunais afora –, e só 16 de Fevereiro de 2012 a Lei da Ficha Limpa foi declarada constitucional pela maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Venceu a persistência. Pelo vaivém dos recursos , não se tem um número certo, mas fato é que a Lei barrou mais de 50 prefeitos eleitos no ano passado.
“Sou exageradamente otimista. Isso é uma coisa depõe contra mim. Qualquer pessoa normal deveria ter pensado umas quatro, cinco, dez vezes antes tocar um negócio desse tamanho”, ressalta, num tom de autoanálise. “Nunca me passou pela cabeça que não fosse dar certo. Depois da lei aprovada, gente que ajudou na campanha me procurou para falar que não acreditava”. E por fim desabafa, numa associação involuntária que lembra sua trajetória pessoal. “Nunca teve atalho nenhum, sempre foi da maneira mais difícil”.
Foram três horas de papo. Ele ficou com vontade de comer melancia.
NOTA DO BLOG: Abro esse espaço para contar uma experiência vivida do lado de Marlon Reis, que bem exemplifica a sua condição de negro que virou juiz. Estávamos em um encontro de jornalistas promovido pela Fernaj em Ouro Preto, quando em determinado momento da festa de abertura fui ao bar pedir um caldinho de feijão, onde obtive como resposta que já tinha acabado. Ao voltar a roda de conversa, na qual ele estava, disse-lhe que não tinha mais o caldinho esperado, no que ele resolveu ir pessoalmente pedir um e voltou com um. Fiquei intrigado e me dirigir ao bar e perguntei porque me disseram que não tinha mais, e o meu “colega” tinha conseguido um. Me responderam: o caldinho era só para os motoristas! Ou seja: negro de paletó, é motorista!

2 de jan. de 2014

ELEIÇÕES 2014: JUIZ CRIADOR DA FICHA LIMPA PODE SER O CANDIDATO A GOVERNADOR PELO PT OU VICE NA CHAPA DE FLÁVIO

Márlon pode trocar a magistratura pela política
Com a possibilidade cada vez mais evidente do Partido dos Trabalhadores lançar candidato majoritário a governador nas eleições de 2014, aqui no Maranhão, começam a surgir especulações em torno de nomes.
O juiz Márlon Reis, um dos idealizadores da Lei da Ficha Limpa, surge com força e com a possibilidade de unir o PT  em torno de um projeto político. Crédito ele tem. Com excelente trânsito no meio jurídico e político de Brasília, o trabalho de Márlon tem  reconhecimento  nacional e visibilidade internacional. Com esse currículo se  o juiz pretender trocar a magistratura pela política partidária poderia ser uma grande surpresa na disputa das eleições de 2014. O prazo para filiações em partidos políticos de magistrados e militares para concorrer a tempo nas eleições do próximo são de seis meses antes do pleito. Como a conjuntura política é muito dinâmica daqui para frente  tudo pode acontecer.
Na sua época de Ufma, quando cursava direito, militou nas esquerdas, sendo filiado ao PLP - Partido da Libertação Proletária. Foi contemporâneo de  Flavio Dino no movimento estudantil (hoje no PCdoB  mas antes era filiado ao  PT).
Já existe pelo menos duas alas dentro do PT que defendem abertamente o nome do juiz para se filiar ao partido e sair candidato a governador. Só depende da vontade dele, disse uma liderança do partido. O convite ainda não foi feito oficialmente porque o partido ainda depende da resolução que oficializa a decisão de candidatura própria.

Com Blogue do Varão, confira aqui!
Enviado por Eri Santos Castro.
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5 de dez. de 2013

Senado homenageia dois maranhenses que Sarney não tira o chapéu: Jackson Lago e o juiz Márlon Reis. Por que?


  1. Entrega da Comenda de Direitos Humanos Dom Helder Câmara no Senado Federal em Brasília onde Dr. Jackson Lago fora agraciado e teve sua comenda recebida por nossa amiga Dra. Maria Clay Lago, e o Companheiro Márlon Reis também fora um dos homenageados pelo seu valoroso trabalho frente à Justiça eleitoral, pela aprovação do FICHA LIMPA e por ser fundador do MCCE-Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral. — com Geraldo Castro Sobrinho e outras 8 pessoas em Senado Federal.
    Foto: Entrega da Comenda de Direitos Humanos Dom Helder Câmara no Senado Federal em Brasília onde Dr. Jackson Lago fora agraciado e teve sua comenda recebida por nossa amiga Dra. Maria Clay Lago, e o Companheiro Márlon Reis também fora um dos homenageados pelo seu valoroso trabalho frente à Justiça eleitoral, pela aprovação do FICHA LIMPA e por ser fundador do MCCE-Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral.·