12 de jun. de 2016

Até agora nenhuma autocrítica do PT. A sua direção só fala que há perseguição e o eclipse do PT só vem aumentando


O PT errou em não realizar, em quase 14 anos, as reformas estruturantes que o país precisa e também a subordinação às alianças com as oligarquias regionais e não com os movimentos sociais.

E a Dilma, em tom de autocrítica: “Meu maior erro foi ter feito uma aliança com quem eu não devia".

É simplista a explicação.

Esperava-se do PT cinco reformas fundamentais:
1) Reforma agrária, para democratizar o acesso à terra.
2) Reforma política, para melhorar a representação e diminuir o peso do poder econômico.
3) Reforma tributária, para fazer com que caísse sobre os mais ricos a maior carga de impostos.
4) Democratização dos meios de comunicação, para quebrar o monopólio privado da mídia.
5) Uma política econômica que deixasse de privilegiar o sistema financeiro e os rentistas e baixasse os juros de forma drástica.
A opção do PT por não fazer reformas estruturais é que o levou a se aliar com as velhas oligarquias, e não o contrário. Para ficar em reformetas de maquiagem, não era preciso politizar a sociedade. Bastava sentar-se no colo do PMDB.
Claro que houve ilusões de classe, ao não acreditar lhe seria puxado o tapete, quando a crise apareceu e as classes dominantes resolveram que aos trabalhadores seriam exigidos sacrifícios ainda maiores do que aqueles que o PT lhes enfiava pela goela.
Mas isso foi consequência. A opção de se aliar com o Centrão e não de mobilizar os trabalhadores é consequência dos horizontes mesquinhos que escolheu. As manifestações de denúncia do golpe demonstram que havia farto espaço para buscar apoio na sociedade se fossem feitas reformas.
É um pouco como PT do Maranhão que, depois de subordinação ao PMDB, só se descolou dele depois do golpe. Até então, dirigentes estaduais do PT pediam participação em espaços federais ao grupo Sarney. O PT no Maranhão sustentou integralmente o que exigia a máfia peemedebista. 

O PT  somente superará sua crise, reconhecendo os seus erros e assim realizar a sua superação. Até  agora não fez uma autocrítica desse papelão, por tímida que seja. 

Anotações a partir de algumas reflexões de Cid Bejamim.
Enviado por Eri Santos Castro.
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