No fim da semana passada, participei
de um ótimo encontro com jovens da região tocantina, realizado na cidade de
Imperatriz. Ao longo de toda uma manhã, ouvi as ideias, angústias e propostas
de mais de 500 jovens da região. Ontem, o encontro foi em São Luís, com jovens
da Grande Ilha.
Em Imperatriz, os próprios estudantes
foram anotando seus desejos em um painel chamado “Sonhos para o Maranhão”, que
ficará em exposição na sede do nosso Partido. Um dos jovens, perguntado sobre
quais os sonhos tinha para o Maranhão, respondeu: “TUDO!”.
Achei muito interessante essa
resposta porque ela resume bem os anseios da juventude. E assim é mesmo em
nossas vidas. Desejamos “tudo”, no sentido que queremos bem-estar para nossa
família e um futuro digno para todos os que nos cercam. Em um ambiente
estendido, assim também é o que desejamos para toda a sociedade e, realmente,
queremos “tudo”: educação, saúde, segurança, emprego e desenvolvimento para
nosso estado.
Entre os jovens, esses temas
tornam-se ainda mais fortes.
Quando olhamos os números de violência no Brasil
e, em específico, no Maranhão, nos choca o verdadeiro extermínio de parte
importante da população jovem.
Somente em 2011, foram 52.198 jovens
assassinados em todo o Brasil. Segundo relatório da Presidência da República, o
Maranhão está entre os estados que “observam suas taxas subirem de forma
acentuada e descontrolada”. Nos últimos anos, o índice de assassinatos de
jovens maranhenses subiu 153%.
Falei aos jovens da região tocantina
e da ilha de São Luís que conheço diversas experiências positivas de redução de
crimes violentos, como o Programa Pacto Pela Vida. Em nosso estado, o governo
deve assumir um papel de líder de um grande pacto institucional e social de
redução de violência e proteção de seus cidadãos. Isso exige ações permanentes
e articuladas de várias instituições do Estado, como o Poder Judiciário e o
Ministério Público, além das polícias e organizações sociais que trabalham com
o tema.
No governo de Pernambuco, essa
estratégia obteve grande êxito, chegando mesmo a ser premiada pelo Banco
Interamericano de Desenvolvimento. Na Bahia, o mesmo programa foi implantado
mais recentemente. E também já se fez sentir na vida dos baianos: houve redução
de 7,6% nos crimes contra a vida em 2013. No Maranhão, ao contrário, a
violência só cresce, a partir da assustadora força do tráfico de drogas e das
quadrilhas.
Outro tema pulsante para os jovens é
o da educação. Precisamos fortalecer a UEMA e ampliar o número de universidades
estaduais ao longo de todo o território maranhense, a exemplo do que já foi
feito em outros estados.
Diferentes universidades, com reitores próprios e
autonomia financeira para tomarem e executarem decisões.
E também temos de investir na
educação profissionalizante.
É preciso dar oportunidades a nossos jovens para
que possam encontrar vagas no mercado de trabalho, batalhar por uma vida melhor
e, ao mesmo tempo, ficar longe das drogas. Nesse campo, nem é preciso dizer que
falta muito a construir.
Até o início deste ano, o Maranhão era o único estado
da federação que não tinha um aluno inscrito no Sisutec (Sistema de Seleção da
Educação Profissional e Tecnológica).
O fato foi denunciado por deputados da
oposição na Assembléia e, só então, o governo estadual se mexeu para aderir ao
sistema.
Juntos, temos de buscar e concretizar
soluções para as demandas da juventude, criando com nossas mãos o Maranhão mais
justo e com mais oportunidades, com que tanto sonhamos.
Que os versos inspirados do maranhense Deusamar
Santos, no belíssimo hino “Nossa Linda Juventude”, animem sempre a nossa
caminhada: “Voa e diz ao mundo liberdade, pois nada é impossível transformar. A
fé, a força e a nossa união, removem ditadores do lugar.”
(*) Advogado e professor da Universidade
Federal do Maranhão. Foi juiz federal (1994-2006), deputado federal (2007-2011)
e presidente da EMBRATUR (2011-2014)
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