'Não sou candidato da família Sarney'
Palavras do vice-governador Washington Luiz ao ser perguntado pelo jornalista Felipe Patury, da revista Época, se teme a rejeição ao clã Sarney em São Luís:'Isso é um tabu. Antes dizia-se isso para tudo. Em 2010, Roseana ganhou aqui na capital e quebrou a regra, pelo menos, no que se refere a candidatos ao governo. Agora, não sou candidato da família Sarney. Sou um candidato aliado ao PMDB e outros partidos'.
'A população de São Luís está cansada dessa guerra de facções. Querem um prefeito que possa dialogar os dois lados da política, trabalhar em sintonia com o governo estadual e federal', complementou Washington.
Saiu no painel do Jornal Pequeno e veja a entrevista completa na revista Época, da semana:
ENTREVISTA COM O CANDIDATO: Washington Luiz (PT)
Apesar da irritação de parte do PT maranhense, o vice-governador Washington Luiz venceu as prévias e será o candidato desse partido na disputa da eleição de São Luís com o apoio da governadora Roseana Sarney (PMDB) e seus aliados. Há bônus e ônus no apoio de Roseana. O clã Sarney engrenta grande rejeição na capital. O vice aposta que o problema está superado. “A população de São Luis está cansada dessa guerra de facções. Querem um prefeito que possa dialogar os dois lados da política, trabalhar em sintonia com o governo estadual e federal”, disse, em entrevista ao jornalista Marcelo Osakabe.Existe a possibilidade de o PT sair rachado, como ocorreu na eleição de 2010? Naquele ano, estávamos apoiando outro partido. Teve então um acordo para que candidatos a deputado do PT subissem em palanques de outras coligações. Desta vez, é diferente. O candidato é do PT. Não quero impor nada. Iniciamos nesta semana conversas com o deputado Bira e seus apoiadores para tentar unificar o partido. Pode ser até que não haja entusiasmo em todo o partido pela minha candidatura, mas quero evitar um racha.
Quem serão seus aliados nessa disputa? Esperei o fim das prévia para começar a articulação. Já tenho o PMDB e estou conversando com os aliados da governadora, como PV, PR e PSL. Vamos procurar a base aliada do governo federal e que é oposição aqui no Maranhão, como PDT e PCdoB. Quero formar a maior aliança possível.
O senhor teme a rejeição ao clã Sarney em São Luís? Isso é um tabu. Antes dizia-se isso para tudo. Em 2010, Roseana ganhou aqui na capital e quebrou a regra, pelo menos, no que se refere a candidatos ao governo. Agora, não sou candidato da família Sarney. Sou um candidato aliado ao PMDB e outros partidos. A população de São Luís está cansada dessa guerra de facções. Querem um prefeito que possa dialogar os dois lados da política, trabalhar em sintonia com o governo estadual e federal.
Quais são os principais problemas de São Luís? A capital cresceu desordenadamente. Tem um milhão de habiantes. Acumulou problemas estruturais, em grande parte decorrentes desse racha político que nada ajuda a cidade. Mobilidade urbana é um deles. Nosso trânsito é caótico e precisamos investir em transporte de massa. Temos problemas com saúde, saneamento básico e limpeza da cidade. Nossas praias estão inviáveis para o banho, e isso tira mais uma opção de lazer para o cidadão.
E o que fazer? Quero estimular a participação comunitária e regionalizar a administração da cidade. Regiões como Itaqui-Bacanga, onde que mora um quarto da cidade de São Luís, precisam de um gestor que acompanhe mais de perto os seus problemas. Teremos que dividir a ilha em seis ou sete grandes regiões com afinidade geográfica, e a partir dessa divisão, atacaremos os problemas locais. Acima de tudo, quero planejar a administração da cidade, e quero fazer isso com a participação da população. Vamos criar um novo plano diretor, porque o que temos no momento simplesmente não funciona.
De onde sairão os recursos para esses investimentos? É necessário ter um nível de articulação política com os governos do estadual e federal. Recurso existe, existem municípios que estão conseguindo mudar sua realidade. Temos que superar o que Rio de Janeiro e outras cidades já fizeram, que são essas rixas estaduais que não levam a nada. São Luis não é uma cidade qualquer, tem 400 anos, é patrimônio histórico da humanidade. Se for necessário, vamos procurar no exterior os recursos para preservar nossa história e dar qualidade de vida aos que aqui vivem.
Enviado por Eri Santos Castro.
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