Meu 11/9 inesquecível em NY, Maranhão
Eu estava lá!
11
de Setembro aqui é só o aniversário de Raimundo Nonato, 55, que mora ao
lado de um pontilhão de madeira muito parecido com a ponte do Brooklin.
Igualzinha mesmo.
Todo
11 de setembro seu Raimundo faz uma farra monstra. Quem lembra algo de
ruim é convidado a abandonar a taberna. Muita cachaça, cabrito, capões e
galinhas d´angola de tiragosto.
É
difícil morrer de algum tipo de violência em Nova Iorque. Morte matada
praticamente não se vê por aqui. Só morte morrida. De doença ou de
velhice.
De tédio também não se morre. Há uma beira de rio com as pin ups mais cheinhas e gostosas do universo.
O
banho no Parnaíba é como um mergulho naquelas águas milagrosas do filme
“Cocoon”. Voltei de lá sem as rugas que fizeram residência no meu
rosto. Voltei gato: dez anos a menos.
Lá é possível. Visite você também Nova Iorque e comprove.
De
torre atingível, só a cumeeira da igreja, sem para-raios, mas com Santo
Antonio, o padroeiro, ligadaço na proteção contra as intempéries.
“Wellcome Nova York”, como ainda se lê numa velha placa. A cidade fica a 500 km da capital São Luis.
O máximo do terrorismo possível é um fuxico que pode atingir a honra de uma moça.
Glorinha
(nome fictício para evitar maiores confusões) foi vítima. Tem 18 anos. É
virgem. Tocaram o terror, por inveja e ciúme, que seria “bolida”
–perdera a virgindade.
Nova Iorque, cujo batismo foi aportuguesado nos anos 90, tem 4.499 moradores.
Nem
na Espanha há um lugar mais adequado para se tirar uma siesta. Foi a
melhor da minha vida. Debaixo de um cajueiro, com o ventinho da praia do
Caju balançando a rede.
Nova
Iorque foi nome dado engenheiro da New York original Edward Burnes, que
esteve na área, em 1886, em missão que implantou o transporte no rio
Parnaíba.
A
sorveteria continua New York, sem aportuguesamento. Só as napolitanas
conseguem lamber com tanta elegância um sorvete como as moças
nova-iorquinas.
A cidade-irmã de Manhathan, 5.058º lugar no ranking do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) dos 5.507 municípios brasileiros.
Aqui se vive de roça, pesca e o turismo do banho de rio.
Opa,
repare no anúncio escrito em um muro: “Ao precisar, visite-nos.
Vendemos mais barato, facilitamos o pagamento. Cobrimos qualquer oferta.
Funerária Fênix”.
A mesma casa dispõe de uma espécie de consórcio para garantir um enterro decente.
O consórcio da funerária tem adesão dos mais velhos. A juventude bate na madeira três vezes.
“Quero
é ganhar mundo, rapaz. Tentar outra coisa lá fora, quase todos os meus
amigos já foram, vou no rastro deles. Esse negócio de comprar caixão é
atraso de vida”, diz Plácido Martins, 18, que trabalha em uma oficina de
bicicletas.
Não vê a hora de cair na estrada. Nem que seja sobre duas rodas.
Do blogue do Xico Sá, aqui!
Editado por Eri Santos Castro.
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