Conhece-te a ti mesmo
Um
oráculo pode ser uma mensagem divina ou uma pessoa que recebe essa
mensagem e a repassa para quem perguntou. Na Grécia antiga, essa pessoa
normalmente era mulher e era chamada de sibila. Na cidade da Delfos,
havia um santuário para o deus Apolo, o patrono da sabedoria, onde,
sobre o portal da entrada estava a frase “conhece-te a ti mesmo”.
Sócrates foi até esse santuário para descobrir se era um sábio, como as
pessoas diziam; quando o oráculo perguntou o que ele sabia, ele disse:
“só sei que nada sei”, e o oráculo disse que ele era o mais sábio de
todos os homens por ser o único que sabia que não sabia. No filme
MATRIX, Néo também leu a frase “conhece-te a ti mesmo”, que significava
que só ele poderia saber se ele era “o escolhido”.
Neo e Matrix
Néo: novo, renovado.
Morfeu: filho do Sono e da Noite, era uma entidade que
vagava entre os mundos e invadia os sonhos; usava uma papoula vermelha para acordar (despertar) as pessoas.
Matrix: vem do latim, “mãe”, significa útero. Seu poder, no filme,controla as pessoas através de uma
realidade virtual. Um verdadeiro combate contra ela seria mental, e
vencê-la significaria libertar os seres humanos do mundo de ilusão em
que ela os colocou.
Neo e Sócrates
No filme, Néo era um hacker que invadia redes de computadores e decifrava seus códigos, era instigado por Morfeu a desconfiar que a realidade não era o que parecia ser.
Na Grécia antiga, Sócrates
dizia se sentir instigado por um ‘espírito interior’ a desconfiar da
aparência das coisas e buscar a essência delas, que supririam os anseios
da alma, e ficava em um mundo superior, o mundo das idéias.
O mito da caverna
Pessoas
presas dentro de uma caverna, com a possibilidade de ver apenas
sombras, que lhes parecem o mundo real. Um desses prisioneiros se solta e
sai da caverna, fica um pouco abalado ao descobrir o verdadeiro mundo,
mas acaba se acostumando e volta, para tenta mostrar aos outros
prisioneiros que o que eles conhecem não é real. Acaba sendo morto por
ter ameaçado a realidade conhecida e incondicionalmente aceita pela
maioria.
Fazendo
um paralelo, as pessoas são a comunidade em que Sócrates (ou Néo)
vivia, a caverna seria o mundo que parece real, o prisioneiro que se
solta seria o filósofo (ou o hacker), o mundo real seria o das idéias
(assim como no filme seria o mundo mental) e a caverna seria o mundo
aparente da polis (ou o que a Matrix criou).
Nossas crenças costumeiras
Temos,
em nossa sociedade, verdades estabelecidas que, embora sejam variáveis,
normalmente, não são questionadas. Acreditamos que as coisas e os
acontecimentos se relacionam e que podemos manipular essas relações em
benefício próprio.
Exercendo nossa liberdade
Cremos
ter uma vontade própria, e que quando a exercemos, estamos praticando
um ato de liberdade. Quando uma pessoa mente e nos avisa, ou mente sem
saber que o que diz é mentira, consideramos aceitável. E quando uma
pessoa mente de propósito e sem avisar, consideramos inaceitável. Isso
nos mostra o caráter da pessoa.
Conhecendo as coisas
Acreditamos
que para ver as coisas como realmente são, que devemos ser objetivos e
imparciais, sem nos deixar influenciar por sentimentos pessoais. No
entanto, tomamos por realidade muitas coisas que consideramos naturais
porque sempre estiveram presentes na nossa existência, como a vida em
sociedade.
E se não for bem assim?
Por
mais que acreditemos na nossa liberdade, somos dominados por regras
sociais. Algumas vezes vivemos um conflito entre o que queremos e o que é
socialmente aceito.
Momentos de crise
Acontecem
quando indagamos sobre a validade ou realidade ou origem de algo que,
para nós, sempre foi uma crença. Essa é a origem do pensamento
filosófico, e a sede de conhecimento exprime exatamente o significado da
palavra filosofia: “amor à sabedoria”.
Buscando a saída da caverna ou a atitude filosófica
Quando
alguém decide investigar as opiniões estabelecidas ao invés de
aceitá-las, buscando uma explicação racional (que possa ser entendida,
aceita, questionada e respeitada) para todas as coisas, se separa da
vida social e de si mesmo, iniciando uma atitude filosófica.
A atitude crítica
Geralmente
ocorre nos momentos de crise, quando negamos tudo o que é
pré-estabelecido e posteriormente questionamos “o que”, “por que” e
“como” sobre algo. Esses dois momentos formam a atitude crítica.
Para que Filosofia?
É
comum ouvirmos essa pergunta porque consideramos alguma coisa ‘útil’
quando podemos perceber seu uso prático e imediato. Nesse caso,
realmente, a filosofia não serve para nada. Podemos dizer que a
filosofia é a arte do bem-viver, que se baseia em virtudes, mas ainda
que possamos atribuir uma finalidade à filosofia e a atitude filosófica,
elas continuam sendo as mesmas e continuam a fazer perguntas
intrigantes.
Atitude filosófica: indagar?
Se realiza com três indagações, independente do assunto investigado: o que é, como é, e por que é. Tem atitude filosófica quem buscar conhecer a si mesmo.
A reflexão filosófica
É
a volta do pensamento para si mesmo, procura definir quais são os
motivos que nos levam a pensar (ou fazer, ou dizer) o que pensamos, qual
é o sentido desse pensamento e para quê pensamos isso.
Filosofia: um pensamento sistemático
Ocorrem
sistematicamente, ou seja, com lógica, coerência, precisão e provas
racionalmente fundamentadas, tudo de forma rigorosa para que as idéias
não se contradigam, sendo, portanto, válidas.
Em busca de uma definição da Filosofia
Embora nenhuma definição possa ser considerada completa, podemos encontrar, inicialmente, quatro: visão de mundo, que corresponde a cultura social de cada povo, e por isso mesmo sendo muito ampla; sabedoria de vida, ou seja, a arte do bem-viver;esforço racional para conceber o universo como uma totalidade ordenada e dotada de sentido, que difere de religião já que busca compreender o universo de forma racional e não por meio da fé;fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e das práticas,que se ocupa em conhecer os fundamentos racionais do conhecimento.
Inútil? Útil?
Nossa
sociedade considera útil o que gera resultados visíveis e imediatos.
Muitos filósofos importantes definiram filosofia de diferentes formas,
mas todas com um ponto em comum: o benefício humano. Tomando isso por
verdade, podemos afirmar que a filosofia é a mais útil das atitudes
humanas.
Editado por Eri Santos Castro.
Compartilhe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário