Qualquer um interessado em saber se uma ideia está
correta deveria, pelo menos, tentar confrontá-la com a realidade. Os
cientistas empregam esta estratégia de maneira sistemática através de
duas formas básicas:
-
Deduzir consequências a partir das hipóteses, determinando possíveis resultados empíricos e, só então, procurando evidências através de observações ou experimentos;
-
Comparar as consequências destas ideias com fatos já conhecidos – por exemplo resultados de investigações anteriores – e verificar sua adequação aos mesmos. Em muitos casos as hipóteses são constantemente ajustadas para dar conta de dados novos ou discrepantes.
Porém,
este segundo modo é considerado inferior a primeira forma no que
configura a chamada “tese da vantagem” (TdV). Mas o que exatamente
tornaria a primeira abordagem preferível à segunda?
Peter Lipton (1954-2007) publicou na prestigiada revista Science,
uma interessante reflexão sobre o assunto [1], ressaltando, entretanto,
que “acomodação” e “previsão” não precisam excluir-se mutuamente. A
maioria das grandes teorias bem sucedidas possuem elementos de ambas.
Entretanto, pode ser muito difícil estabelecer argumentos satisfatórios
que apóiem a visão de que predições seriam sempre preferíveis. Ainda
assim, parece haver um acordo tácito que as predições são mais
desejáveis e poderosas do que as acomodações. Veja o caso de Halley e a
passagem do cometa que viria a levar seu nome [1]. LEIA MAIS…
Editado por Eri Santos Castro.
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