20 de set. de 2011

Entre a acomodação e a predição: Duas maneiras de se testarem hipóteses

Qualquer um interessado em saber se uma ideia está correta deveria, pelo menos, tentar confrontá-la com a realidade. Os cientistas empregam esta estratégia de maneira sistemática através de duas formas básicas:
  1. Deduzir consequências a partir das hipóteses, determinando possíveis resultados empíricos e, só então, procurando evidências através de observações ou experimentos;
  2. Comparar as consequências destas ideias com fatos já conhecidos – por exemplo resultados de investigações anteriores – e verificar sua adequação aos mesmos. Em muitos casos as hipóteses são constantemente ajustadas para dar conta de dados novos ou discrepantes.
 
Porém, este segundo modo é considerado inferior a primeira forma no que configura a chamada “tese da vantagem” (TdV). Mas o que exatamente tornaria a primeira abordagem preferível à segunda?
Peter Lipton (1954-2007) publicou na prestigiada revista Science, uma interessante reflexão sobre o assunto [1], ressaltando, entretanto, que “acomodação” e “previsão” não precisam excluir-se mutuamente. A maioria das grandes teorias bem sucedidas possuem elementos de ambas. Entretanto, pode ser muito difícil estabelecer argumentos satisfatórios que apóiem a visão de que predições seriam sempre preferíveis. Ainda assim, parece haver um acordo tácito que as predições são mais desejáveis e poderosas do que as acomodações. Veja o caso de Halley e a passagem do cometa que viria a levar seu nome [1]. LEIA MAIS…

Por Rodrigo Véras, no Bule Voador.
Editado por Eri Santos Castro.
Compartilhe.

Nenhum comentário: