O jornal Pessoal-Eri Castro republica editorial da
Carta Maior:
O vilão do PiG e o quindim de Iaiá do PiG
A crítica dos ‘mercados’ ao programa de investimentos da Petrobrás (US$ 224 bilhões até 2014), e sobretudo à decisão da empresa de construir cinco novas refinarias no país (US$ 73,6 bi), não se resume a um conflito paroquial entre governo e oposição.
Trata-se, na verdade, de mais um embate entre a lógica financista que motivou as tentativas de privatizar a empresa, no governo FHC, e as políticas soberanas de investimento resgatadas pelo governo Lula, mas nunca digeridas pelo mercadismo e seus ventríloquos na mídia. A pressão contra o investimento é diretamente proporcional à ganância dos acionistas pela captura dos lucros da empresa.
A lógica é simples: o lucro canalizado para a expansão produtiva não será distribuído aos acionistas, leia-se, investidores individuais, grandes bancos, fundos e mega-interesses internacionalizados. Não adianta dizer que o investimento feito hoje apenas adia os ganhos embolsáveis num primeiro momento, para ampliá-los no passo seguinte. Personagens típicos da era da financeirização, os fundos e bancos de investimentos são instrumentos do imediatismo rentista. Avessos a projetos de desenvolvimento de longo prazo, preferem comprar empresas prontas – de preferência estatais, deliberadamente sucateadas e barateadas – a apostar em expansões ou novas plantas produtivas.
O presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, recusa-se a administrar o patrimonio soberano do pré-sal pautado pela ganância infecciosa que levou o mundo à maior crise capitalista desde 1929: “Não investir em refinarias neste momento é suicídio a longo prazo”, diz ele para completar: “o país está no limite do refino e há um crescimento exponencial (da oferta no horizonte)… se a empresa não der prioridade a seus investimentos, nos próximos anos terá que exportar petróleo e importar derivados”, arremata. Talvez seja isso mesmo que os críticos almejam: transformar a Petrobrás numa Vale do Rio Doce.
A mineradora decidiu distribuir US$ 4 bilhões aos acionistas em 2011, mas se recusa a investir US$ 1,5 bi numa fábrica de trilhos no país. Exportamos ferro bruto para a China; importamos trilhos chineses para as ferrovias do Brasil.
Saiu na Carta Capital.
Sugestão de pauta: Marlon Henrique.
Enviado por Eri Santos Castro.
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