11 de jan. de 2011

Vice-governador Washington: um diálogo entre iguais e diferentes

O vice-governador Washington Luiz e a imensa resposabilidade dos seus atos
O diálogo não pode se restringir apenas aos que se consideram iguais, mas também aos diferentes. Quando há afirmação da diferença, coexistem atores, com relações horizotalizadas e não verticalizadas. Portanto, não há espaço para cooptações e capitulações.

Quando há respeito e um mínimo de unidade que sustente o debate franco, a partir dos contrários, ocorre possibilidades de diálogos.

No último sábado (08), por mais de três horas, participei, na residência do professor e advogado Dimas Salustiano, de um encontro criativo entre seis pessoas: o vice-governador Washington Luiz, a sua esposa D. Alzira, o seu chefe de Gabinete Wellington, o eng. Jorge, e o anfitrião  profº Dimas. 

Tive maior aproximidade com Washington Luiz na época em que ele dirigia o grupo político Maurício Gabróis, junto com o companheiro Bartolomeu, nos últimos anos da década de 80. 
Esse foi o período em que romperam com o universo teórico do PCdoB e discutiam a participação na construção do PT.

O PRC-Partido Revolucionário Comunista, através do seu porta-voz nacional, o também cearense Ozeas Duarte, apoiou a entrada desse grupo dissidente ao PT. O próprio PRC já era uma dissidência aos dogmas do PCdoB, atuando no interior do PT, como uma organização revolucionária.

Depois, mais recentemente, reencontro Washington nas eleições municipais de 2004 e na sua campanha de deputado federal, em 2006. A Imagem, uma pequena agência de publicidade que dirijo, pilotou alguns projetos.

A culinária, o sol nestes tempos de chuva, a boa música, a literatura e a política ambientaram esse encontro de janeiro. Reproduzo algumas questões apontadas pelo vice-governador Washington Luiz:

1-O governo Roseana Sarney
Washington e o maior mito da política brasiliera: só aumentam resposabilidades
 "A aliança do PT com o PMDB, da governadora Roseana, deveu-se a um chamado nacional, diante da tática eleitoral para a eleição da presidenta Dilma Rousseff. A política não é um território de calmaria. Os conflitos nada mais são do que as percepções diferentes que os vários atores apreendem da realidade, num determinado momento histórico."

"Esse processo é dialético, sendo o seu maior desafio o alcance da erradicação da miséria e a transformação atravéz da educação do nosso povo. A governadora Roseana não só está aberta para esse diálogo, como dar sinais de incorporar e lutar por essas conquistas."

"O governo refletirá essa realidade e nós vamos contribuir com modo petista de governar, priorizando a erradicação da miséria em nosso estado, tendo em vista duas frentes fundamentais."
 
"A primeira frente é a transformação pela educação, eliminando o analfabetismo, criando um grande projeto para superação desse mal e preparar a nossa juventude para as grandes transformações que o Brasil, através do governo  Dilma, estará proporcionando para o nosso Estado. Nos próximos anos, serão oferecidas milhares de vagas no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão, e nas escolas proficionalizantes do Estado, em convênio com o Ministério da Educação e a iniciativa privada."

"A segunda frente é geração e distribuição de renda,  com a ampliação dos programas sociais- defendo a criação de um fundo estadual que compremente o programa Bolsa Família-, a aceleração do processo de desenvolvimento do Maranhão, com a instalação da refinaria da Petrobrás e centenas de outras indústrias de pequeno e médio porte e o fortalecimento da agricultura familiar."

2- Ações da Vice-governadoria

"O espaço das ações da Vice-governadoria é da colaboração com a governadora. O PT será um avalista do seu governo, porque teremos uma participação ativa."

"Além de estarmos incorporados nesse sentimento da práxis, de pensar e agir tendo em vista estes dois grandes desafios de transformar pela educação e acelerar o desenvolvimento do Maranhão, a vice-governadoria terá um papel relevante na articulação e fortalecimento dos diversos atores para a construção eficiente desse processo."

"Esses atores são os múltiplos setores dos governos federal, estadual e municipais, organismos internacionais  e também a sociedade civil, através dos  trabalhadores e suas organizações, empresários, igrejas, e os diversos Fóruns - juventude, mulheres, cultura, educação, segurança, produção, direitos humanos..."

“Vamos propor a criação de um comitê gestor sobre os 400 anos de São Luís. O ex-prefeito Haroldo Tavares pensou estrategicamente a cidade quando ele criou o anel viário, na década de 70. Agiu com os pés no chão e os olhos nas estrelas. Nós temos a responsabilidade de pensar São Luís e também as grandes cidades maranhenses para as futuras gerações. Esse comitê será um marco nesse sentido.”

3- Sobre o PT

“Na política não há porto seguro, pois  a morada do barco da história é o alto mar. E o mar é revolto. Sei do tamanho das responsabilidades do PT na história do Maranhão. Cumprirei a minha missão designada pelos companheiros, que historicamente  conheço seus compromissos com o socialismo e a liberdade. Não são apenas a Dilma e o Lula, a lista é grande.”

"O PT é o meu farol. Farei incursões permanentes em Brasília e São Paulo. Sou membro da Direção Nacional do partido. Portanto, estarei em sitonia com o presidente José Eduardo Dutra."

"Irei construir um grupo de discussão sobre as grandes questões que nos atingem, desde da filosofia, passando pela história, cultura e economia política. A princípio, deveremos nos reunir a cada 30 dias. Isso poderá se tranformar num projeto, tipo aquele 'Encontro Marcado', do final da década de 80, onde a UFMA reunia grandes pensadores brasileiros, com o objetivo de contribuir com as grandes questões estaduais, nacionais e internacionais.

"Precisamos pensar globalmente, embora nossa ação seja local.O Maranhão é da pré-amazônia, do Nordeste, do Brasil e do Mundo." 

"O PT para ser forte no governo tem que ser forte no Maranhão. Temos que fortalecer os movimentos sociais e participar das próximas eleições, elegendo o maior número de vereadores e prefeitos possíveis."

 4-As eleições de 2012

"O PT terá candidato a prefeito onde tiver competividade para disputar às eleições." 

"Não podemos deixar de ter candidatos nas grandes cidades, incluindo a capital São Luís e Imperatriz. Todos os partidos da base aliada do governo Dilma poderão ser nossos aliados em 2012. "

"Cada Diretório Municipal decidirá sobre a tática eleitoral mais conveniente para o crescimento do PT maranhense, tendo em vista a política de alianças aprovada pela Direção Nacional."

5-Outras questões

Outras questões foram debatidas, vamos aguadar o tempo. O tempo é a própria dialética, entre teses e antíteses.

Nota: O professor Dimas Salustiano embarcou, na madrugada desta terça, em companhia do vice-governador Washington Luiz, para Brasília. 

Enviado por Eri Santos Castro.

Um comentário:

elizeu Lira disse...

Caro Eri,

Boa matéria. As falas de WL demonstram que, quando quer, pode ir além das querelas partidárias locais - que demanda muita energia e produz poucos resultados práticos. Seria desastroso para as partes - roseanistas e petistas - se a aliança não se traduzir em ganhos qualitativos nas políticas públicas a serem implementadas e na inversão das prioridades: ao invés de produzir resultados financeiros para poucos, as ações públicas devem beneficiar a maioria. No entanto, reconheço que o desafio é enorme.

Abraços,

Elizeu Lira