9 de dez. de 2010

O drama do ensino brasileiro

Conseguimos avançar no ensino, mas ainda estamos em 53º lugar numa lista de 65 países. Nosso avanço maior se deu em leitura; nosso maior atraso, como sempre, se registra em matemática.
Isso sempre me intrigou no Brasil. Quando estudante, organizei protestos contra o professor de matemática. Até hoje estou em dúvida se fui justo. Não sei se era um professor medíocre ou estava escondendo do protesto minha própria incapacidade.
Recentemente, resolvi estudar a história da matemática, numa dessas férias de verão. Fiquei fascinado e, pensando restospectivamente, imaginei: se soubesse de tudo o que estou lendo agora, talvez fosse um melhor aluno de matemática.
O ensino brasileiro tem uma série de problemas, merece um debate amplo. Mas o caso da matemática é tão urgente que precisa ser examinado na frente. Por que não avançamos em matemática, não valeria a pena uma campanha nacional para mostrar a importância dessa matéria no nosso futuro?
Leitura avançada significa algo animador para todos. No meu caso pessoal, apenas confirmou um destino que não deveria ser imutável. Por que os problemas com leitura desaparecem e continuamos péssimos em matemática?
Nossas deficiências têm um peso, mas é necessário também olhar especificamente a formação dos professores de matemática, monitorar suas aulas, estimular seu crescimento. Sem isso, entregues ao nosso simples impulso autodidático, continuaremos sabendo apenas que dois e dois são quatro, e olhe lá.

Por Fernando Gabeira.
Enviado por Eri Santos Castro.

Um comentário:

Hugo Freitas disse...

Muito interessante seu texto, Eri. Infelizmente, ao falarmos de leitura num país com enormes índices de analfabetismo, principalmente o funcional, aquele em que não se entende o que se escreve e o que se lê, vemos com tristeza nosso Estado graçar nas primeiras fileiras, reproduzindo modelos arcaicos e estereotipados que nada ensinam nem avaliam o suposto aprendizado.
Daí nós rememorarmos nossa infância, quando tínhamos dificuldades com as letras e com os números.
Pense bem, se era (e ainda é, para muitos) difícil atribuir significados às letras em sua formação constitutiva das palavras, imagine aos números, abstração em essência??

Aproveito o ensejo para solicitar-lhe a troca dos links de nossos blogs, para ampliarmos assim a nossa blogosfera. Já adicionei o seu link.

Abraços fraternos.

Hugo Freitas