8 de out. de 2010

Maranhão, uma tirania oligárquica sem fim


          É triste em pleno século XXI olharmos para o Maranhão e ainda enxergarmos resquícios das tiranias encontradas na Itália fragmentada dos séculos XV e XVI. Mas, para sermos mais corretos com o nosso tempo e nossa forma de governo vigente, falemos em oligarquia, que a meu ver é apenas um termo moderno para dinastia e conseqüente monopólio do poder político.
          Maquiavel viveu em uma época conflituosa, onde ocupando um cargo na Chancelaria de Florença conseguiu obter uma visão mais complexa e elaborada que permitiu a formação de seu pensamento político. É perceptível que olhando para os últimos 40 anos da história do nosso estado percebemos que o líder do grupo atualmente comandante das ações políticas no Maranhão com certeza apreciou a obra desse grande estudioso que foi Maquiavel. Incorporando para si idéias de como se manter no poder, Jose Sarney é detentor hoje de uma das maiores fortunas do território nacional, amigo de pessoas como o senhor Eike Batista, como explicar tal fortuna e tão grande poderio político por ele conquistado? Fácil, tudo isso veio em cima do suor, do trabalho, e da ingenuidade do povo maranhense.
          Desde a primeira vez que assumiu o comando do nosso estado, em 1966, até os atuais governos de seus comandados, além de incorporar o princípio de se manter no poder, mas claro nunca visando os interesses públicos, apenas os interesses próprios e deu sua corja, os indicadores socioeconômicos do Maranhão ‘’desceram ladeira abaixo’’, e o mais incrível de tudo, em todos esses 40 anos sua fortuna só aumentou. Detentor de carros de luxo, propriedades monumentais, terras com jazidas petrolíferas, mansões no exterior, como um recém descoberto castelo no território português jamais declarado à Justiça Brasileira.
         Tudo isso parece ter deixado o Maranhão sem esperanças, não só por toda a miséria sem fim que se encontra o Maranhão, mas também por força da própria oligarquia que faz de tudo para pisar e esmagar qualquer pontinha que possa surgir desse sentimento, como ocorreu em 2006 quando finalmente em 40 anos um candidato da oposição, Jackson Lago, conseguiu chegar ao governo baseado no voto e vontade popular expressa nas urnas. Seria o fim desse período de terror oligárquico na história do Maranhão? Tristes os que assim pensaram. Dois anos após assumir o cargo de governador, Jackson Lago foi deposto do cargo pelo TSE e se tornou o primeiro governador na história do Maranhão a não completar o mandato por embargo judicial. Como explicar? Novamente é fácil, mais uma das articulações do nosso Pequeno (mas não menos perigoso) Hitler.

Como não associar esse domínio sobre o Maranhão a um totalitarismo, onde essa família faz o que quer, o que lhes dá na telha e nunca lhes acontece nada. É triste o estado em que se encontra o povo maranhense, que agora em 2010 teve novamente a chance de derrotar essa família e se livrar dessas correntes, mas mostrou que não está preparado para julgar a história do maranhão, pois como já dizia Maquiavel ‘’que o passado tem que ser estudado e entendido, para com base nele tomarmos decisões futuras. ’’
‘’Mas peço ao povo maranhense que não desanime, pois essa guerra, por mais que pareça, não é uma guerra perdida, ainda há esperança, ainda há formas de lutar, ainda há formas de sonhar... ’’.

Por Ângelo Sousa Lima
Nota: O autor do texto é filho do economista Cândido Lima, eis a sua rebeldia inaugural.

Nenhum comentário: