8 de jul. de 2010

Marketing inteligente: transformar adversidade em simpatia


O marketing inteligente é isso aí. Você colhe uma certa adversidade e a transforma em simpatia. Certa vez dirigia uma campanha de prefeito lá pela região dos cocais, quando me deparei com uma situação inusitada. Ao acordar, estava hospedado na casa do então candidato a prefeito, observei que o muro da casa estava pichado com a inscrição 'Dá-lhe porcão'. O candidato, quando também olhou, foi literalmente para a água de açúcar, tal era o sua fúria e indignação.
Tentei acalmá-lo e fui pra São Luís. Na viagem imaginava várias soluções para a situação. Defendia que deveríamos incorporar oficialmente o 'PORCÃO' nas peças de campanha. Dias depois retornei à cidade para participar de um comício. Antes do locutor chamar o candidato a prefeito, um gaiato da multidão deu um grito: 'Dá-lhe porcão'. O candidato a prefeito desceu do palco e correu atrás do sujeito. Foi aquela barbárie...loucura total. Os seus adversários encontraram o mote do embate.
De volta à São Luís preparei todas as peças, inclusive uma música, incorporando o 'PORCÃO'. A musiquinha ficou excelente. 'Na pisada do porcão, eu vou, eu vou...'. Chamei a família do candidato e todos foram convencidos. Criei uma grande expectativa no 'PORCÂO' , campanha nova, mudança de rumo, ...tudo para ganhar a eleição. Antes da apresentação das novas peças o 'PORCÃO' era só alegria. Quando ele se deparou com o cartaz e a musiquinha...meu Deus! Chamou-me de tudo quanto foi nome depreciativo, o menos ofensivo era que eu tinha me vendido para os adversários. Foi escantiado e o 'PORCÃO' já perdeu três eleições depois desse episódio.
Atualmente ele é meu amigo e vota em mim. Disputará a próxima eleição de prefeito e já admite assimilar o seu apelido. Assim sendo, 'PORCÃO' poderá ser o próximo prefeito de uma cidade remota dos cocais.
No caso de Lula, a resposta a FHC foi tiro no alvo da encrenca. Veja matéria do Blogue de Josias de Souza, da Folha.

PT cogita vender bonecos de Lula durante campanha

  Alan Marques/FolhaNuma das muitas frases que cunhou para fustigar Dilma Rousseff, FHC chamou a candidata oficial de “boneca de ventríloquo”.

O PT cogita subverter a lógica do chiste. Aproveitando-se da mega-popularidade do “ventríloquo”, planeja transformá-lo em boneco.

Deve-se a informação à seção Painel, editada, na Folha, pela repórter Renata Lo Prete. Leia:


- Lula de Bolso: O PT planeja usar nesta eleição instrumento inédito de marketing e arrecadação de fundos: bonecos de Lula a serem vendidos nas lojas do partido e em eventos da campanha.

Levada ao secretário de Comunicação, André Vargas, por um petista de Santa Catarina, a ideia dos "Lulinhas" teve boa acolhida dentro da sigla, que agora estuda como produzi-los em massa.

Feitas de material sintético, as miniaturas medem cerca de 15 centímetros e já existem em duas versões: numa, o presidente está de terno azul e gravata verde e amarela; noutra, veste a camisa 13 da seleção. Os petistas já discutiram até o preço do boneco: R$ 5.

Com Josias de Souza.
Enviado por Eri Santos Castro.

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