Está nos jornalões de hoje,30/12: Contra "Comissão da Verdade", comandantes ameaçam sair
Os comandantes do Exército, general Enzo Martins Peri, e da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, ameaçaram pedir demissão caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não revogue alguns trechos do Plano Nacional de Direitos Humanos 3, que cria a "Comissão da Verdade" para apurar torturas e desaparecimentos durante o regime militar (1964-1985).
Eles não querem reconhecer a violação dos direitos humanos durante a ditadura militar. Não querem a retirada de nomes dos torturadores homenageados em locais públicos, como ruas, escolas, viadutos e praças. Temem que os locais onde se praticaram as torturas e atrocidades do regime militar sejam alvos de depredação ou invasão. Dizem que vai haver constrangimento no Exército com a retirada das homenagens a torturadores sanguinários.
O que eles querem, de fato, é que a verdade permaneça escondida. Passados mais de 40 anos do golpe militar, eles sentem vergonha do que fizeram, dos crimes e barbáries que cometeram, das mentiras que contaram. Hoje eles temem responder na justiça pelos crimes cometidos, pelas torturas e mortes nos porões da ditadura, pelos cadáveres insepultos. Não é revanchismo, não é vingança, é o direito de a população saber a verdade, é o resgate da nossa história como ela aconteceu de fato. Isso inclui revelar os atos heróicos praticados pelos que lutavam contra o golpe, contra a ditadura militar, contra as atrocidades, contra a barbárie, contra a censura. Se hoje vivemos em democracia, devemos isso aos heróis que enfrentaram os ditadores e seus algozes, que foram torturados e mortos para que o Brasil se tornasse livre, soberano, um país de todos. As Forças Armadas só têm a ganhar se reconhecerem os erros do passado, se vierem a público pedir perdão ao povo brasileiro pelas barbáries cometidas. Isso só as engrandeceria. Pedir demissão, esconder-se para não participar do resgate fiel da história só demonstra omissão e covardia.
Por Jussara Seixas
Enviado por Eri Santos Castro
Um comentário:
Concordo com você meu amigo, mas eu gostaria que "todos" os excessos cometidos fossem colocados de público. A revisão da Anistia afetará muitos perdoados, como o assessor especial Marco Aurélio Garcia e outras pessoas próximas ao Lula, que foram assaltantes de banco, foram raptores, foram qüestradores, e assassinos.
Somente lembrando, um dos perdoados o ex-líder da ALN Carlos Eugênio Sarmento, que admitiu que comandou a execução de Márcio Beck "porque o companheiro queria abandonar a guerrilha". O comandante agiu como policial, promotor, juiz e carrasco.
Mas creio que chegou a hora de abrir tudo, e deixar que se tome conhecimento os excessos e as motivações de "todas as partes" envolvidas naquele conflito.
Foram muitas as vitimas inocentes naquele conflito, tenho parente morto por bala perdida por estar transitando próximo a um dos embates entre Lamarca e seus algozes.
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