31 de mai. de 2009

A minha leitura da pesquisa do Datafolha



A 'Lulodependência' e seus efeitos colaterais

Pesquisa do Datafolha confirma pesquisa do Vox Populi. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), retomou o patamar recorde de aprovação que tinha antes de a crise econômica mundial aportar no Brasil, mostra pesquisa do Instituto Datafolha, publicada na edição de hoje do jornal Folha de S.Paulo. O governo é avaliado como ótimo ou bom por 69% dos brasileiros. Para 24%, a gestão é regular e, para 6%, ruim ou péssima.

A diferença entre Serra (PSDB) e Dilma (PT) caiu 8%. A diferença do tucano, ainda líder, para a petista estava em 30 pontos percentuais em março deste ano e agora caiu para 22 pontos, conforme. Dilma tem 16% das intenções de voto, contra 38% de Serra no principal cenário.

O Datafolha indica ainda que a possibilidade de o presidente tentar um terceiro mandato tem a rejeição de 49% das pessoas e o apoio de 47%. A candidatura exigiria a aprovação de uma emenda no Congresso.

A popularidade de Lula deu impulso à hipótese de o presidente concorrer a uma nova reeleição nas eleições de 2010. O cenário, hoje dividido praticamente meio a meio, era diferente em novembro de 2007. Na época, 65% rejeitavam a possibilidade do terceiro mandato e 31% apoiavam.

O Datafolha aponta ainda que, caso resolvesse se candidatar, Lula seria reeleito em primeiro turno, com 47% dos votos. O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), ficaria com 25% do eleitorado. Sem o terceiro mandato, o tucano lidera todos os cenários da disputa.

O levantamento foi feito entre os dias 26 e 28 de maio, com base em 5.129 entrevistas em 203 municípios de 25 Estados. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.

Sobre Dilma
Sobre a Dilma, é bom observar algumas coisas: 1- Faltam 1 ano e 5 meses para as eleições. 2-Toda pesquisa, neste momento, afere o grau de conhecimento do candidato junto ao eleitorado e aponta apenas uma tendência. 3- Dilma não tem as características mais apreciadas de Lula: carisma, empatia e identificação com o eleitorado de baixa renda, prazer e habilidade em discursar, experiência de várias campanhas políticas, entre outros. Enfim, quando a campanha começar Lula não poderá ficar subindo em palanque com Dilma. Eis o principal desafio da ministra: treinar para atuar as qualidades de Lula e até agora não se sabe como ela vai se virar em um palanque já que nunca se candidatou. 4- A características que teoricamente chamam a atenção em Dilma (capacidade administrativa, competência, organização) são justamente as características pelas quais seus opositores no PSDB são conhecidos. E eles tem a vantagem de ter experiência em eleições e ações de governo para mostrar. Se Dilma tiver habilidade de combinar as qualidades de Lula e as suas, podem preparar a faixa presidencial para ela, mas este ato de engenharia psicológica não é nada fácil.

Sobre o terceiro mandato
Falar em terceiro mandato de Lula é péssimo para o desenvolvimento e consolidação da candidatura de Dilma, pois semeiam-se dúvidas com relação ao sucesso do empreendimento Dilma.

A dependência de Lula é bom até certo ponto
A "Lulodependência" acabou se agravando pelos problemas enfrentados por vários políticos, que tinham potencial para sucedê-lo no comando do País, mas perderam prestígio nesse caminho. Dois exemplos são nítidos: José Dirceu e Antonio Palocci. Lula é o maior 'cabo eleitoral' deste país, mas a maior estrela tem que ser do próprio candidata à presidência. Caso contrário a candidatura de Dilma perderá personalidade e isso é péssimo em campanhas eleitorais.

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