17 de mai. de 2009
CPI: uma questão de negócio para o senador Sarney
Ou o começo do adeus de Sarney a Lula
O Filipe Klamt encaminho-me estas pérolas para melhor entender o jogo do senador Sarney no consentimento da CPI da Petrobrás.
Deu no Estadão
Para evitar se desgastar, Sarney deu aval a tucanos
Presidente do Congresso avisou Planalto que não impediria oposição
Christiane Samarco e Eugênia Lopes
O desfecho da sessão de ontem, no Senado, quando foi criada a CPI da Petrobrás, teve o aval explícito do presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP). Mas se Sarney é o “pai” do fato consumado, a “mãe” é briga política entre PSDB e DEM, destravada com a decisão dos democratas de apoiar o ex-presidente para o comando do Senado, em fevereiro.
A rusga na oposição cresceu com o debate interno sobre a criação da CPI da Petrobrás: o DEM, liderado pelo senador Agripino Maia (RN), é majoritariamente contra a instalação imediata da comissão, enquanto a maioria dos tucanos tem pressa de abrir a investigação. “A maioria da minha bancada tem posição mais cautelosa de ouvir o presidente da Petrobrás primeiro”, explica Agripino.
Não foi por acaso que Sarney deu sinal verde a seu primeiro-vice, senador Marconi Perillo (PSDB-GO), para que assumisse a presidência da sessão e fizesse a leitura do requerimento da CPI. Como presidente, Sarney seria o único que poderia tirar o vice da cadeira e impedir a leitura. Consultado por telefone, ele não só garantiu a Perillo que não iria ao Senado, como acrescentou que o tucano tinha legitimidade para proceder a leitura. Mais que isso: contou que avisara ao Planalto, na véspera, que não se desgastaria em um duelo com a oposição para evitar a CPI. (continua)
Deu no blogue do Nassif
Por Ronaldo Bicalho
Nassif,
O posicionamento do senador José Sarney é o mais óbvio nesse jogo. Usar o controle do desenvolvimento de uma CPI para conseguir vantagens junto ao planalto é prática corriqueira do PMDB governista. E isto também vale para qualquer votação importante no parlamento. Esta é a parte mais visível do jogo, contudo não é a mais importante a desvendar.
(…) Dessa forma, colocar o foco sobre as armações costumeiras do PMDB ou sobre a perda de rumo do PSDB esconde os atores decisivos desta trama. Na verdade, tanto um quanto outro são fichinhas diante daqueles que realmente bancam o jogo.
Pode-se reduzir esse evento a nossa novelinha política e seus tradicionais personagens canastrões, porém, o problema dessa solução é que o programa é outro e inclusive passa em outro horário e em outro canal. (íntegra nos comentários).
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