26 de fev. de 2009

Cuidado com as fábricas de assassinar coração e mente!


O meu desabafo ao jornalista Marcos Dérça do Imirante

Caro D'erça,

Não irei falar de ti. Sei do Tribunal, da Assembléia, do diploma... Mas, não sou de apontar dedos, pois nunca se vence pela ameaça. Para quem tem fé, os planos do inimigo sempre serão inúteis. Discuto idéias e acho que a alternância de poder é de fundamental importâcia para o Maranhão e nem entrarei no mérito das formulações do governo Jackson Lago, neste texto.

Tu tens publicado comentários mentirosos, com nomes inexistentes, sobre a minha vida particular. Isso será pra eu temer e me calar? Tu tens feito muita injustiça e não só comigo. Tu bem me conheces. O exercício da verdadeira profissão de jornalista sempre tem que ser nobre.
Vou falar de mim e sobre as prováveis pessoas que estimulam esses comentários no teu blogue, que são todas do território da política.

A minha origem de ativista político deu-se no movimento estudantil , alicerçado na filosofia judaico-cristã, originária do marxista. No movimento secundarista cheguei a ser candidato independente à presidência da UBES-União Brasileira dos Estudantes Secundaristas-, caminhava nessa época, com Lúcio Maia, Igor, Macieira, Rinaldo, Stênio, Petrônio, Heluy, James, Cabral, Caldas Jr, Antônio Andrade,Flávio, Mário Prazeres, Darlan, Lúcio Santos, Dominici, Sabak, Valentim, Poliana, Larissa, Jussara, Ceará,...- Marista-; Jerry, Geraldo e Patrícia -Meng-; Douglas e Flávio Braga-Escola Técnica-; Ney Belo -Dom Bosco-; Prazeres e Malheiros -Liceu- e outros. E na universidade fui dirigente do DCE-UFMA e vice-presidente norte da UNE (União Nacional dos Estudantes)- ao lado de mais companheiros(as), que não participaram do movimento secudarista, tais como: Wal, Josely, Isael, Pedro, Abrantes, Miterlandes, Márcio Honais, Pernabuco, Marlon, Décio, Jarbas, Martim, Dimas, Josinaldo, Eurípedes, Gilberto, Celijon, Marco Antônio, Jockson, Neil, Buzar, Ed Wilson, Jefesson, Agnaldo, Ricarte, Genivaldo, Madeira, Manuelzinho, Iroan, Periandro, Laurinda, Jackson, Bel, Cidinha, Mariazinha, Romeno, Paulo...

Mais tarde veio o trabalho nas assessorias de comunicação em entidades do movimento popular e sindical urbano e rural (Bancários, Comerciários, Previdenciários, Urbanitários, Funcionários e Prodessores das Universidades, Cáritas Brasileiras, Fetaema, Arquidiocese São Luís, Promotores...). Sempre uma combinação de trabalho, militância e estudos.

Foi no PT do Maranhão que a tortura psicológica contra mim tornou-se forte. Sempre participei das suas executivas municipal e Regional. Também era um dos quatro membro clandestino do PRC (Partido Revolucionário Comunista), no Maranhão, que combatia a ditadura e era entendido como embrião do partido de quadros, que deveria hegemonizar o PT e este último como partido de massa. Com a dissolução do PRC foram formadas duas tendências internas ao PT, abandonando-se a idéia do partido de quadros, formulado por Lenin e desenvolvido por Gramsci. Eram a Tendência Marxista, de perfil mais ortodoxo, embora diferente dos comunistas clássicos e a Nova Esquerda, um esforço para pensar os novos desafios do socialismo com a derrocada da antiga URSS e do leste europeu. Ingressei na última e entre os quadros nacionais destacavam-se: Tarso Genro, Tião Viana, Chico Mendes, Marina, Genoíno, Guimarães, Ozeias Duarte, Aldo Fornaziere, Pimenta, Marcos Rolim, Estilac, Carlito Merr, Fortunati...

Entretanto, a autofagia petista no Maranhão sempre me incomodou, nas suas plenárias sempre proclamava: 'nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos.' Os projetos do Pará e Piauí deram certo , em grande medida, em função da unidade partidária. Mas, parece mesmo que aqui a unidade terá muita dificuldade para dar certo. O diferente não prestava um para o outro. Como não aconteciam debates, não poderia haver sínteses, porque não existiam teses e antíteses. Os ataques pessoais sempre foram o combustível da política no PT maranhnse. A impressão de cada militante era sempre a projeção de sua vontade, distorcendo a percepção da realidade, simplesmente porque a projeção das vaidades mandavam. Terrível isso!

Foi uma fase bárbara, estava recém-casado e pai da minha primeira filha. Aos poucos fui me afastando das tarefas de direção do partido, em função da nesessidade de priorizar as 8h. de trabalho, 2h. de deslocamentos, 4h. de estudo, 2h para as refeições, 2h. para a militância e as 6h. restantes de cada dia para descançar. Qualquer militante proficionalizado, na época, dedicava-se todo seu para as tarefas da política.

Nada de grandioso se fará sem a paixão e a militância não me apaixonara mais. As duas principais correntes (PT de Aço com Dutra, Salvador, Manuel... e Articulação com Chico Gonçalves, Jomar, Magalhães, Monteiro...) controlavam a grande maioria dos sindicatos urbanos e rurais e organismos da igreja progressista, assim profissionavam seus militantes. A Nova Esquerda (Eri, Augusto, Genilson, Miltino, Buzar, Neil, Januário, Anibal,...) dirigia entidades estudantis e influenciava os sindicatos dos Bancários, Comerciários, Previndênciários, Funcionários e Professores Universitários, Profissionais Liberais, Enfermeiras e regiões da BR, São Mateus e Pinheiro. Sempre tinhamos de 15 a 20% dos encontros estaduais do partido. As eleições para a direção no PT obedecem, até hoje, o critério da proporcionalidade.

Teve um momento que tive de priorizar a sobrevivência para poder renovar diariamente as minhas energias e das pessoas que dependiam de mim . Então, criei o CCP- Centro de Comunicação Popular, com sede primeiro no Edifício Colonial e depois no Renascença. É dessa época o início da tortura psicológica. Petista não podia ter empresa. Tentaram imputar uma placa na minha testa de 'inidôneo'.

Eu próprio cheguei a questionar minhas posições se eram certas ou erradas. Uma paranóia permanente. Bateram na tecla única: que eu devia e por isso era 'desonesto'. O silêncio de muitos gerava cumplicidade com os algozes e isso quase contaminou uma província como São Luís. Conheço vários casos de autofagia, com outros rótulos, dentro do PT, tais como: 'Esse é badalo de sino e louco', 'aquele é bandido', 'rifou até a mãe', 'olha a turma dos contra-cheques', 'aquele ali vende emenda', 'o outro é o próprio escorpião', 'esse aí carregava as verdinhas', 'tem a turma das ong's', 'aquele nunca trabalhou','aquele virou deputado e acabou com o escritório','os sindicalistas criaram uma casta', 'homoxesual', 'personalista', 'chifrudo','...meu Deus quanta barbárie e falta de civilização. Que falso debate! Imaginem nos partidos de direita como isso acontecia e acontece.

Os moradores de uma nova sociedade, são inquilinos da velha. Sei que os valores, noções e conceitos do socialismo, impregnados nos sentimentos da igualdade, do coletivismo, da solidariedade, generosidade, liberdade, tolerância, compaixão e até do perdão, na primeira fase dessa luta, se entrelaçam com o pensamento burguês da mesquinharia, do fuxico, do individualismo, da mentira, da falsidade, da intolerância e até do uso da violência física.

Mas no PT fiz amizades também, não tenho rancor. Ali plantamos sementes que germinarão: Genilson Protásio e Nilse, Augusto, Rodrigo, Lamartine, Arnaldo, Márcio, Henrique, Edmilson, Robert, Januário, Miltinho Aragão, Bira, Segundo, Sibá, Ribamar, Silima, Vaner, Nivaldo, Robson, Zé Foba, Filipe de Viana, Irene, Daniel, Ancelmo, Chocolate, Mery, Moacir, João Octávio, Genilson de São Mateus, Luís, Ferro, Salvador, Ancelmo, Bira, Manuel Rosa, João Francisco, César, Lauber, Filipe, Evandro, Vandaí, Gico, Edilene, Henrique da Fetaema, Vila Nova, Carlito, Chocolate, Fernando, Washington e D. Alzira, Jomar e Teresinha, Profº Moacir, Profº Flávio Farias, Ivanise, Carmem, Ilse, Arlete, João de Deus, Rodrigo, Mundico, Bembém, Joan, Flanklin, Joãozinho, Adailton, Kleber, Chico Gonçalves, Dutra, Drº Heluy e Dª Helena, Neil, Valdinar, Magalhães, Monteiro, Zé Antônio, Manuel da Conceição , ...e tantos outros militantes que por acaso esqueço ao redigir este texto. Sem esquecer das memórias de D. Nenem Coelho e Messias.

O PT do Maranhão não pode mais ser uma fábrica de assassinar lideranças estudantis, sindicais, populares ou intelectuais. Bastam os partidos tradicionais e conservadores que não germinam a nova sociedade e que por isso mesmo não gostam de quem usa o cérebro. Haveremos de extrair da nossa capacidade de indignação a força necessária para superarmos a falta de unidade do PT do Maranhão. Não estou defendendo um clube de 'amiguinhos'. Estou defendendo o respeito ao ser humano que todos somos.

Dever é pecado e por que não falavam que eu pagava também? Talvez isso mostre o quanto com pouco sempre vivi, mas com honestade e sempre trabalhando. Quem nunca teve problemas financeiros pode se dizer que herdou quantias vultosas ou teve a felicidade de construir o seu próprio fundo pessoal soberano ou então o pior: subitraiu do erário público provavelmente e privatizou esse bem coletivo.

No último ano investir minhas poucas reservas na campanha do meu irmão Leo, em Pinheiro, do qual acredito na sua sinceridade e propostas. Tenho algumas dívidas sim, mas são recentes e as pagarei.

Voltei sem estardalhaço ao PT, por Pinheiro. Pela minha postura de acreditar na construção do socialismo e por vê-lo como um instrumento dessa luta. Talvez os comentários tentando me desqualificar no blogue do jornalista Marco Dérça, do Imirante, sejam de alguns remanescentes algozes do PT ou de alguns despeitados da última eleição de Pinheiro, potenciais aliados do grupo do senador Sarney. Não gosto de inimigos, por isso não os cultivo também.

Com relação ao caso do Dep. Geovane Castro, todos sabemos do que realmente se tratou. Para mim isso basta. Justiça já foi feita. Não apontarei dedo pra ninguém, mas se fosse apontar dedos no PT e fora dele...'Todos sabemos a dor e beleza de sermos o que somos.'

Quem trai e desaponta não é o distante, mas o próximo. Se os meus algozes realmente chegassem ao poder, não tenho dúvidas que fariam como os Granvizir's da ditadura Agentina. Falo dos 'desaparecidos políticos' atirados ao mar pelos militares: "Levavam-os de avião e lá pelas tantas diziam: dia bonito, saiam ao ar para brincar."

Os algozes tratam-se de pessoas sem sentimento, não conhecem o amor e tampouco a felicidade. Quanto a felicidade os algozes se iludem. Não acredito em pessoas que não sejam generosas. A eles meus pésames, morreram pra mim. Agora, se por acaso ressuscitarem sentimentos que conheçam o amor, estendo-lhes a mão da amizade.

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