7 de fev. de 2009

A crise tem rosto, mas trabalhador paga a conta

Correção: Este artigo foi encaminhado por Neil Barbosa, engenheiro, ex-secretário das prefeituras de Belém e Imperatriz. O autor desta colaboração ao blogue é o Profº Nildo Oliveira.

Quem são os responsáveis pela crise financeira global que provocou o atual pandemônio na economia e está levando milhares e milhares de pessoas a perderem o emprego aqui e em todo o mundo?

Os reflexos se dá na indústria, na construção civil, nas áreas de pesquisa, no comércio, nas equipes de arquitetura e engenharia, em todos os campos, enfim. E bastaram poucos meses para que isso ocorresse lá fora. Aqui, a crise demorou um pouco mais. Começou a ser sentida mais nitidamente há cerca de 30 dias. Em apenas 30 dias, a indústria brasileira viu suas potencialidades minguarem.

Os dados do IBGE, ontem divulgados, mostram que o desempenho negativo, hoje, só pode ser comparado ao desempenho negativo registrado em 1991.A desaceleração marca as faces e os bolsos de milhões de trabalhadores. E é isso que leva à indagação: quem são os responsáveis? E o que fazer com eles?Por aqui, o presidente da Comissão do Mercado d e Valores Mobiliários, Carlos Tavares, disse que os responsáveis são os Bancos Centrais. Ótimo. Só que isso não basta. É necessário identificar os rostos dos culpados pelas políticas que adotaram à frente dos Bancos Centrais. O jornal "Time", de Londres, resolveu ir um pouco mais além do que referências a bancos ou a outras instituições. Deu não somente a pista, mas os nomes dos que considera culpados. A relação, pela ordem, é a seguinte:Dick Fuld, ex-CEO do Lehman Brothers; Henry Paulson, ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos; Alan Greenspan, ex-presidente do Federal Reserve (FED); John Tiner e Hector Sants, encarregados de fiscalizar os bancos britânicos e que, pelo que o jornal apurou, não fizeram o dever de casa; Fred Goodwin, presidente do Royal Bank of Scotland (RBS); Gordon Brown, primeiro-ministro britânico, que teria previsto a crise há 10 anos; Georg Bush, ex-presidente dos Estados Unidos, que desencadeou guerras e mortes por dá cá aquela palha; Kathleen Corbert, diretor da Standard a poor´s até 2007; Hank Greenberg, ex-presidente da Seguradora AIG e Angelo Mozilo, ex-diretor da Countrywide, maior financiadora imobiliária dos Estados Unidos, que empurrava crédito para quem não podia pagar.

A propósito, é bom lembrar que por aqui essa moda de emprestar a quem não pode pagar também pegou e que os culpados se encontram visíveis e à mão. Haja vista, o caso dos créditos consignados. Milhares já não têm condições de pagar os empréstimos que o governo facilitou. Mas vamos adiante: quem está pagando a conta por toda a ignomínia cometida na economia são os trabalhadores. Assim como ocorreu na quebradeira de 1929 e assim como acontece em todas as demais quebradeiras aqui e alhures.

"Valores" brasileiros

Destaco duas observações, de dois colunistas da FSP, sobre questões relativas a "valores" brasileiros. De Janio de Frei tas: "... estimativas de custo de obras, no Brasil, são o que há de mais consagrada na ficção brasileira". De Fernando Rodrigues: "Nada se espera do PMDB no comando da Câmara e do Senado. O passado da legenda é um filme de terror".
Abraço,Neil Barbosa

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