6 de nov. de 2008


O racismo na nossa imprensa
Nestes tempos de Obama, longe ainda o fim dos diversos PRECONCEITOS( PRÉ- CONCEITO MESMO). Um deles o racial, barbárie disfarçada.

Não compro o Globo, ganhei uma assinatura trimestral. Tomo a iniciativa de puxar a orelha de colegas de ofício: disfarçar ou justificar o próprio preconceito é uma das coisas mais constrangedoras do mundo. Ainda mais publicamente, como fez o colunista do jornal O Globo:
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1 - O "preconceito" (racial) teria confundido uma sambista com uma cientista e, por isso (esperadamente), ela teria sido barrada ao entrar em estabelecimento público. Naturaliza-se a suposta superioridade da cientista em relação à sambista e seria então um ultraje que aquela fosse confundida com esta;
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2 - Para a cientista cabe o genérico enaltecedor do título, "mulher brasileira". Assim, um receptor desatento esquece que ambas, a suposta "mulata de escola de samba" e a outra, a cientista reconhecida, são uma só, uma mulher negra;
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3 - Os títulos acadêmicos e o prêmio redimiriam a cientista da humilhação racial e ela se tornaria digna de ser entronizada naquele espaço público;
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4 - Mantem-se intacto e reificado o estereótico das sambistas como lascivas e provedoras de sexo farto e fácil.
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5 - O racismo, sistema ideológico que hierarquiza racialmente os seres humanos e produz mecanismos (preconceitos, estereótipos, desigualdades)para que os considerados superiores mantenham suas posições de poder, em detrimento da subalternização de outros, permanece firme, forte, vivo e voraz. E dissimulado!