23 de abr. de 2008

O narco-governo e o verdadeiro terrorismo na Colômbia
Desde o massacre das Forças Armadas da Colômbia contra os guerrilheiros insurgentes das FARC, quando invadiram o território do Equador e mataram o comandante Raul Reyes e civis, a imprensa brasileira, com raríssimas e honrosas exceções, macaqueia as agências de notícias denunciando os “terroristas” e legitimando o narco-governo democrático do ex-traficante Alvaro Uribe.
O narco-governo da Colômbia vem sistematicamente sabotando as iniciativas diplomáticas pela libertação de prisioneiros das FARC. Sempre se recusou a efetivar a troca por guerrilheiros capturados. A ação propagandística sobre o caráter “terrorista” das FARC aumentou com a ação repressiva. A imprensa não registra uma linha sequer sobre as relações do governo de Uribe com o tráfico de cocaína e com os assassinos paramilitares, aliados oficiais do regime. As forças armadas da Colômbia preparam o terreno e depois entram os paramilitares com o terrorismo. “Nos numerosos massacres que perpetraram colocaram (os paramilitares) em prática todas as técnicas de terror que a guerra pode produzir: deceparam cabeças, esquartejaram corpos com motosserra – sua arma mais característica – dissolveram os inimigos em ácido, deixaram os cadáveres das vítimas expostos por vários dias, à vista dos familiares e da população em geral, e desalojaram milhões de colombianos(...) o pânico de apossou dos campos e das cidades(...) ao matar seus inimigos e forçar a migração, os paramilitares assumiram o controle territorial, administrativo, econômico e militar de várias regiões”.“Eles (os paramilitares) conseguiram também eleger, com apoio dos partidos liberal e conservador, diversos senadores, representantes na Câmara, governadores e prefeitos (...) os chefes paramilitares já afirmaram que detinham o controle de 35% do Congresso”.Tudo dentro do Plano Colômbia, financiado pelos Estados Unidos com 5 bilhões de dólares, 800 oficiais, 140 helicópteros de combate, 45 pequenos aviões para fumigação aérea, engenheiros de manutenção de equipamento eletrônico.

É a democracia colombiana legitimada pela imprensa brasileira contra os “terroristas” das FARC.O jornal Le Monde Diplomatique Brasil, de abril, tem excelente matéria sobre a “Asfixia das FARC”. Devia ser leitura obrigatória para nossos jornalistas, de modo que não continuem fazendo papel de otários.