
O escritor de mil livros
Quem vê o homem de ascendência oriental caminhar tranqüilamente pelas ruas de Gonçalves, pacata cidade do sul de Minas Gerais, com um saco de verduras ou um cachimbo nas mãos, não imagina se tratar de um escritor frenético.
Hoje, ele escreve, em média, três livros por ano, mas já foram três por dia. José Carlos Ryoki de Alpoim Inoue, um médico paulista de 59 anos que abandonou as cirurgias de tórax para se dedicar à paixão de infância, aprendeu a ser ágil com as idéias e colocá-las no papel por uma questão de sobrevivência. Coisas de escritor brasileiro. Hoje, já são mais de 1.070 livros publicados, um recorde mundial.
A carreira de escritor começou em 1986, aos 40 anos, com ‘Os Colts de McLee’, um pocket book publicado por uma editora carioca, que vendeu 15 mil exemplares. Com o sucesso, vieram outros, centenas de outros livros de bolso, com histórias policiais, de western, amor, guerra ou ficção científica. Mas o que as editoras pagavam a Ryoki era tão pouco que mal dava para cobrir os gastos com o papel, a fita da máquina de escrever e o envio do original pelo correio. A solução foi aumentar a produtividade. ‘Eu tinha de escrever muito para garantir um padrão de vida mínimo. Foi por isso que eu sempre escrevi tanto’, revela a NoMínimo.