Quando li a reportagem de capa da revista Veja sobre Ernesto "Che" Guevara observei , além da habitual catilinária anticomunista, que a Veja desceu a lenha no Che principalmente porque o argentino 1) teria dado sinais de fraqueza diante da morte iminente, 2) teria sido um mau ministro da Indústria e 3) teria sido um executor frio e sanguinário dos adversários políticos da sua revolução.
Comento rapidamente os pontos de crítica da Veja. No ponto 1, não enxergo muita valentia em tripudiar sobre alguém que supostamente deu sinais de fraqueza diante da morte inevitável. Do mesmo modo que não vejo coragem em fazer ironia com o eventual (mau) comportamento de quem esteve submetido a tortura.
Não cabe a nós, mortais, julgar o limite do sofrimento suportado por nossos semelhantes. Tem algo de anti-humana a arrogância de quem se coloca de um ponto de observação "superior" para fazer o juízo do comportamento de alguém prestes a ser privado da vida. Ou para fazer o juízo de alguém submetido à humilhação de implorar a seu algoz que interrompa seu sofrimento.
Sobre o ponto 2, eu consideraria mais as críticas à suposta incompetência do Che ministro se fosse hábito dos críticos de Che julgar unicamente pela competência. No Brasil, por exemplo, os responsáveis por todos os desastres econômicos dos anos 60 para cá são tratados nos círculos dominantes como sábios, são ouvidos e respeitados como sumidades. Escrevem artigos de destaque em jornais e revistas e são figuras permanentes nas entrevistas de rádio e televisão.
Enquanto isso, o governo atual, que conduziu o país à melhor situação econômica da nossa História, é tratado como um bando de incompetentes e trapalhões - na versão benigna da crítica. Por isso é que eu vejo o ponto 2 com reservas.
Quanto ao ponto 3, diferentemente do que pretende a reportagem da Veja, Ernesto "Che" Guevara não virou mito porque a propaganda o despiu dos seus prováveis muitos defeitos. O Che virou mito porque sobreviveu e sobreviverá como símbolo da luta por mais justiça. Infelizmente, a direita sul-americana não tem um símbolo para contrapor ao Che.
E dizer, como diz a revista, que Che foi um executor frio e sanguinário, nem faz cosquinha na imagem do argentino. O fato é que as pessoas talvez estejam dispostas a agüentar executores sanguinários e frios, se a ação deles for para "o bem". Não é isso, por sinal, que nos vendem todos os dias na política? Dia após dia justifica-se o assassinato "branco" de políticos em nome do "bem". Ou da "ética".
Comento rapidamente os pontos de crítica da Veja. No ponto 1, não enxergo muita valentia em tripudiar sobre alguém que supostamente deu sinais de fraqueza diante da morte inevitável. Do mesmo modo que não vejo coragem em fazer ironia com o eventual (mau) comportamento de quem esteve submetido a tortura.
Não cabe a nós, mortais, julgar o limite do sofrimento suportado por nossos semelhantes. Tem algo de anti-humana a arrogância de quem se coloca de um ponto de observação "superior" para fazer o juízo do comportamento de alguém prestes a ser privado da vida. Ou para fazer o juízo de alguém submetido à humilhação de implorar a seu algoz que interrompa seu sofrimento.
Sobre o ponto 2, eu consideraria mais as críticas à suposta incompetência do Che ministro se fosse hábito dos críticos de Che julgar unicamente pela competência. No Brasil, por exemplo, os responsáveis por todos os desastres econômicos dos anos 60 para cá são tratados nos círculos dominantes como sábios, são ouvidos e respeitados como sumidades. Escrevem artigos de destaque em jornais e revistas e são figuras permanentes nas entrevistas de rádio e televisão.
Enquanto isso, o governo atual, que conduziu o país à melhor situação econômica da nossa História, é tratado como um bando de incompetentes e trapalhões - na versão benigna da crítica. Por isso é que eu vejo o ponto 2 com reservas.
Quanto ao ponto 3, diferentemente do que pretende a reportagem da Veja, Ernesto "Che" Guevara não virou mito porque a propaganda o despiu dos seus prováveis muitos defeitos. O Che virou mito porque sobreviveu e sobreviverá como símbolo da luta por mais justiça. Infelizmente, a direita sul-americana não tem um símbolo para contrapor ao Che.
E dizer, como diz a revista, que Che foi um executor frio e sanguinário, nem faz cosquinha na imagem do argentino. O fato é que as pessoas talvez estejam dispostas a agüentar executores sanguinários e frios, se a ação deles for para "o bem". Não é isso, por sinal, que nos vendem todos os dias na política? Dia após dia justifica-se o assassinato "branco" de políticos em nome do "bem". Ou da "ética".
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