17 de out. de 2007

A fome não espera, mata

A alimentação é reconhecida pela FAO (organismo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) como direito elementar e precedente a todos os outros. Uma concepção que representa um avanço na área e se coloca como um desafio a todos os governos do mundo: começa por defini-lo como direito e não como benesse, elevando-o ao patamar das políticas públicas. Para colocar esse direito em prática temos de estabelecer as devidas integrações entre políticas.
No Brasil, essa concepção se traduz na implementação do Fome Zero, estratégia do governo federal de integrar políticas para garantir acesso à alimentação, sobretudo aos mais pobres, implantando no país as bases de uma política nacional de segurança alimentar e nutricional.
Na mesma linha de promover integração das políticas, o governo federal produziu, junto com o Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea), o projeto de criação da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (Losan), cuja importância foi amplamente reconhecida pelo Congresso Nacional, que a aprovou prontamente no ano passado. Ela prevê a criação do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan).
A fome, como nos alertava o saudoso Herbert de Souza, o Betinho, não espera; mata. Isso justifica a proposta de combater a fome articulando, como propõe o Fome Zero, ações emergenciais e estruturantes, superando a falsa dicotomia entre dar o peixe e ensinar a pescar. Em muitos casos, para ensinar a pescar é necessário dar o primeiro peixe, porque, de barriga vazia, ninguém se sustenta em pé. Sem alimentação adequada, em quantidade e regularidade suficiente, não há saúde. A criança com fome, quando consegue ir à aula, não consegue aprender. Sem aprender, o adulto não consegue se posicionar no mercado de trabalho de maneira digna.

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