6 de fev. de 2014

DIVÃ MARANHENSE 9

Wellington, Kley Lago, Igor Lago e Eliziane Gama

O imbróglio continua, continua(!), continua(?), …

O sarneyísmo e os seus dissidentes, os reinaldo-dinistas, parecem continuar mergulhados na incerteza.

Estão ansiosos. Falam e fazem a mesma política, sob o mesmo paradigma e seguindo a mesma lógica.

Elaboram os seus passos na busca pelo poder baseados na conquista do apoio do poder central.

Foi assim com Benedito Leite, Urbano Santos, Vitorino Freire e, nos últimos 48 anos, com José Sarney.

(É o dilema da influência do poder central sobre os destinos de um estado periférico dependente).

Acham que a realpolitik é a norma. É a política decidida nos gabinetes com os conchavos e compromissos nem sempre divulgados.

Enquanto não tivermos a decisão petista, que poderá acontecer formalmente ou não, resta aos dois segmentos "politicar" pelo tão cobiçado apoio de quem, em 2010, obteve 70% e 79% dos votos, respectivamente, nos primeiro e segundo turnos.

Vale lembrar que o Bolsa Família estava presente em 53% das famílias maranhenses. Hoje, esse número é bem maior.

Recentemente, o pré-candidato ao governo dos dissidentes afirmou que "Lula e Dilma querem a saída do clã Sarney do governo do Maranhão"; "que o Sarney só apoiou o Lula quando a vitória já estava sacramentada",  "que o Sarney não foi sequer um aliado de primeira hora".

O sarneísmo, com os seus longos anos de realpolitik, nada respondeu. Está quieto conforme o momento exige. Sabe do apreço (e que apreço!) do Lula pelo senhor incomum, da sua amizade com as principais figuras da era petista cuja governabilidade é devida a ele e ninguém mais.

O divã permanece e o poder central poderá formalizar algo que nenhuma das duas forças poderão se distanciar.

2014 poderá ser mais uma edição de 2010, quando estas duas forças mantiveram-se, lado a lado, no apoio federal.

E como ficarão os acertos com os outros palanques presidenciais oposicionistas?

Talvez nem Freud poderá explicar. Quem ficará com o papel de traidor ou de traído?
Cabe aos que se encontram fora dos dois campos fazer crescer as candidaturas alternativas já postas, a da deputada estadual Eliziane Gama (PPS) e a do advogado Luis Pedrosa (PSOL).

Assim, poderemos fazer com que o divã não nos submeta ao sono profundo da mesmice.


Igor Lago, 05/02/2014.

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