Em 2013 o PT faz 33 anos. Em 2013, pessoalmente, incorporo 25 anos de
militância no Partido dos Trabalhadores, primeiro e único em minha vida.
A atual conjuntura me exige a tomada de posições e decisões difíceis.
Depois de 20 anos,
desligo-me organicamente do grupo interno a que pertencia até então,
comandado pelo companheiro Vice-Governador Washington Luiz, por concluir
e entender que: outro caminho é possível.
Seguem comigo na busca deste outro caminho, muitos companheiros da CNB.
Outros queridos e nobres parceiros de ideais e de estrada ficam com o
grupamento de origem, sem que por eles, pessoalmente, não continue a ter
o mesmo respeito e carinho. Na política, como na vida, em determinadas
circunstâncias, temos que fazer opções.
Há
muito que não encontrava mais ambiente no campo que por tanto tempo
segui e militei no plano local. Creio que o PED de 2013 fechará um ciclo
no PT. É chegada a hora, mais do que na hora, de acabarmos com a
intolerância no partido. Creio ser findo o tempo das duas grandes
árvores que nos representaram nos últimos 20 anos, uma capitaneada pelo
companheiro Washington e a outra pelo companheiro Dutra.
O PT precisa reencontrar seu caminho histórico, na sua essência um
partido plural, de seus vários grupamentos a pregar variáveis políticas
distintas; contudo, com a mesma matriz ideológica. Um partido
enriquecido pelo debate interno, capaz de construir diretriz política e
partidária diferenciada, democrática e popular, cuja inclusão
se manifesta não só nas políticas públicas que adota, mas a partir do
protagonismo e exercício do povo no fazer político; com pontuações
programáticas e políticas divergentes, todavia, com unidade na ação.
Tempo
de enterrar o maniqueísmo que nos aprisionou durante duas décadas de
uma disputa interna que nos fez dialogar mais com os partidos e
interesses de fora do PT do que com os companheiros do partido e os
interesses do próprio PT.
Ao afirmar o que digo, o faço sem me eximir de culpa e
responsabilidade. Participei disso, ajudei a construir o que nos
tornamos. Não há erro de um, há erros de muitos, quem sabe de todos.
No plano nacional, continuo integrado a CNB, agora na personificação do
coletivo PT PARA TODOS, grupamento oficializado internamente na reunião
da tendência em São Paulo, nos dias 25 e 26 de Janeiro de 2013. Um
coletivo que nasce em 79 diretórios municipais - adesão de 53 vereadores
e 03 prefeitos petistas, dos 10 eleitos pelo partido. O coletivo conta
ainda com a presença do líder do PT na Assembleia Legislativa do Estado,
o Deputado Zé Carlos do PT e de 87 lideranças petistas, entre filiados e
militantes.
Nascemos na perspectiva de consolidar o que afirmamos na denominação:
UM PT PARA TODOS. Com disposição para ajudar na construção de um projeto
próprio para o partido, sem que tenhamos que nos reduzir a ser apêndice
de campo político A ou campo B; a cumprir um plano de ação e metas que
vise a ocupação dos espaços institucionais, vereança, prefeitura de São
Luís, prefeituras do Maranhão e Governo do Estado; por que não?
Em
resumo, focar na busca da hegemonia política no Maranhão, ou, no
mínimo, ser alternativa viável, a exemplo do que em outros estados o PT
já conseguiu, como é o caso do Piauí, Ceará, Pernambuco, Paraíba,
Sergipe, Acre, Pará e Bahia, só para ficar em alguns da região Norte e
Nordeste.
Para que esse intento seja factível, é necessária a disposição para o
diálogo interno, construir este objetivo comum com as demais tendências
do PT; caminho necessário para o nosso partido e para o povo, razão
maior das nossas vidas, enquanto militantes de esquerda.
Que
sejamos capazes de dialogar com as forças políticas da base de apoio do
governo Dilma, principalmente e prioritariamente com as forças de
esquerda; contudo, sem subserviência ou conveniências de uns poucos. Um
PT altivo, um PT soberano.
A partir de março, iniciaremos a vida orgânica do coletivo PT PARA
TODOS em um grande seminário estadual e daremos ciência dos nossos
passos à militância petista. Ciência das nossas decisões mais
importantes, da inserção e visão que temos e como pretendemos interferir
na conjuntura política local e nacional.
Outro caminho é possível, Um PT PARA TODOS E TODAS. Todos os petistas, todos os maranhenses, todos os brasileiros.
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