O secretário de Segurança Pública do Maranhão, Aluísio Mendes deu
outros detalhes da Operação "Detonando", que culminou na prisão de sete
envolvidos na morte do jornalista Décio Sá. Em entrevista ao Bom Dia
Mirante desta quinta-feira (14), Aluísio afirmou que a quadrilha
envolvida no assassinato agia há muito tempo, e não descartou que a
quadrilha tivesse proteção política.
"Desde que assumimos essa investigação nós nos respaldamos na
legalidade. Não podemos fazer nenhum tipo de colocação nesse sentido sem
ter provas concretas de qualquer tipo de participação desse núcleo da
quadrilha. É claro que uma quadrilha dessa não atua de maneira impune,
durante tanto tempo, sem uma proteção maior, mas tudo isso está sendo
investigado", afirmou.
Foto: Reprodução

Aluísio Mendes, secretário de Segurança Pública do Maranhão
A quadrilha que planejou e executou a morte do jornalista Décio Sá
também é responsável por outros assassinatos. Aluísio Mendes explicou
como serão as ações da equipe de investigação após a elucidação do caso
Décio.
"A partir desse caso, foi
decoberto que essa quadrilha tinha outras ações e que se sentia
protegida de alguma forma. Agora, temos a responsabilidade de desvendar o
restante desse crime. Nosso foco inicial era a investigação do
homicídio do jornalista Décio Sá, e no andamento das investigações essa
comissão de delegados se deparou com uma grande sorte de crimes de todas
as naturezas. Ficou muito claro que a quadrilha tinha uma proteção para
cometer esses crimes sem serem penalizados, e agora essa comissão vai
se debruçar sobre essa investigação", esclareceu o secretário.
Aluísio Mendes agradeceu a participação da Polícia Federal, do
Ministério Público, do Judiciário e do Disque-Denúncia na elucidação do
crime. "Diversas instituições ajudaram a elucidar o crime. Agradeço
publicamente à Polícia Federal, na perícia técnica, e ao Ministério
Público e Judiciário que foram fundamentais. A compreensão do Judiciário
da importância dessa investigação e essa parceria forma fundamentais na
elucidação em tempo muito rápido. O Disque-Denúncia foi muito
importante, essa é, sem dúvida nenhuma, uma ferramenta importantíssima.
Nós devemos estimular a população a usar essa ferramenta", disse.
Sobre o assassinato de Valdênio da Silva, que supostamente teria
ajudado na fuga do assassino de Décio Sá, o secretário afirmou que a
morte pode ter sido uma ação de queima de arquivo feita pelos
integrantes da quadrilha. " Ele era parte dessa quadrilha, era muito
violento, tinha um histórico de crimes comprovados. Não conseguimos
provas concretas da participação dele no assassinato de Décio Sá, mas
ele era integrante da quadrilha. A soltura foi uma estratégia nossa, mas
ele não aceitou a proteção policial porque a proteção iria acabar com a
atividade criminosa dele. Essa morte precipitou a deflagração da nossa
operação. Antecipamos a operação após essa ação violenta que pode ter
sido praticada pela quadrilha no sentido de queima de arquivo", afirmou.
Sobre quanto teria sido pago para executar o jornalista Décio Sá,
Aluísio esclareceu que o executor não recebeu toda a quantia prometida
pelos mandantes. "O crime custou 100 mil reais. Desse valor, foram
efetivamente pagos 20 mil, o restante não foi pago. Havia uma outra
lista de pessoas para serem executadas. O Bolinha não repassou o
dinheiro e seria morto pelo Jonathan", finalizou.
Do G1 MA.
Enviado por Eri Santos Castro.
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