Estamos a um dia do Dia
Internacional da Mulher. E a menos de um mês do Dia do Índio. Leio no jornal
Vias de Fato que Maria Sara Gregório Guajajara foi assassinada na
sexta-feira na periferia de Grajaú, no Maranhão. Ela tinha 13 anos
e estava grávida.
Os pais chamam-se Salomão Gregório
Guajajara e Maria Aurora Guajajara. Eles moram em um barraco na
Aldeia Chapadinha, na região do Bananal. Perto do local do crime. O suspeito é o próprio companheiro.
A fonte do jornal Vias de Fato é o
Conselho Indigenista Missionário, via Pastoral Indigenista de
Grajaú. Trata-se de um jornal ligado a movimentos populares, contra
as oligarquias maranhenses.
Maria Sara pode ser um símbolo de
várias lutas. Caso sua breve existência seja valorizada pelos meios
de comunicação. Pauteiros e blogueiros, interessam-se pelo tema?
A adolescente do povo Guajajara merece ser
símbolo de várias lutas. Sua morte expõe a violência contra as
mulheres, por um lado. A violência contra os povos indígenas, por
outro. E a miséria em que vive boa parte do povo maranhense. (Ironicamente, Grajaú já se chamou São Paulo do Norte.)
Maria Sara foi sepultada no domingo.
Caso ninguém ligue para sua morte, pode também ser apenas mais um
capítulo de um livro diariamente reescrito: o da Grande Indiferença
Nacional.
Alceu Luís Castilho (@alceucastilho)
Enviado por Eri Santos Castro.
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