5 de set. de 2011

RESPOSTA AO BLOG DO JORNALISTA ED WILSON



Sobre post publicado no Blog do Ed Wilson, neste sábado, 3 de setembro, cabe registrar alguns fatos:

Sobre a aliança de 2010 não vou me aprofundar, pois trata-se de uma posição política que foi derrotada e o blogueiro e uma parcela do PT não aceitam, portanto, qualquer tentativa de argumentação será inócua. 

Entretanto, cabe ressaltar que a aliança não foi no varejo, haja vista que o principal argumento foi a relação nacional e a prioridade era a eleição da Dilma como Presidenta, inclusive envolveu a direção nacional do PT. Além disso, têm algumas imprecisões quanto à composição do Governo no primeiro momento, ainda em 2010, senão vejamos: Rodrigo Comerciário, por exemplo, assumiu a pasta da Secretaria de Relações Institucionais neste mandato atual e não, em 2010, enquanto Edmilson Santos foi Secretário de Desenvolvimento Social (Sedes), em 2010 e não foi substituído pelo Chico Gomes neste mandato, pois este assumiu desde janeiro. Mas vamos às informações que considero centrais para esclarecer aos leitores(as) e demais blogueiros(as):

O PT possui duas pastas como titular e três Secretarias Adjuntas: Trabalho e Economia Solidária, encabeçada pelo Zé Antonio Heluy, Relações Institucionais, do Rodrigo Comerciário e os Adjuntos: Fernando Silva e Virna Teixeira na Educação e, mais recentemente, Kleber Gomes na Secretaria Adjunta de Segurança Alimentar (Sedes). Além destas, têm algumas assessorias específicas. Negar que os espaços de poder são alvos de disputas, é desconhecer os processos políticos, afinal, é assim que age o PMDB no Governo Dilma com reclamações constantes do Vice-Presidente Michel Temer. Porém, não me cabe aqui expor alguma divergência entre PT e PMDB, pois existem fóruns internos do Governo e envolve a relação entre a Governadora Roseana Sarney, o PT, assim como os demais partidos que integram a base do seu governo. De fato, o PT ainda tem pouco espaço no Governo e é necessário ampliar os espaços pela importância que o nosso Partido tem.  

Reconhecemos que existem limites na relação política e institucional entre o PT e o PMDB no Maranhão, mas se depender do Vice-Governador, esses desafios serão superados para que o nosso Estado possa dar um salto de qualidade em relação ao desenvolvimento, assim como tem enfrentado a Presidenta Dilma no Brasil. E em todo governo de coalisão os desafios são permanentes, ainda mais quando se trata do PT, Partido da Presidenta, que é preferência na sociedade brasileira (cerca de 30%), com a maior bancada na Câmara e no Senado e que nas eleições municipais terá o maior tempo de televisão.

Em nenhum momento, o PT que teve como interlocutores o atual Vice-Governador e o seu presidente estadual Raimundo Monteiro negociaram uma aliança em 2010 estendida para 2012, pois cada eleição é uma eleição e o PT tradicionalmente discute a sua tática eleitoral, como tem feito este ano e acabou de sair de um Congresso estatutário neste final de semana.

Como é de conhecimento público, o Vice-Governador do Estado não compareceu aos eventos recentes de inaugurações de obras (UPAS, em São Luís, e Hospital em Paulino Neves), devido a uma intervenção cirúrgica, realizada dia 1º de setembro e ficará recolhido por uma semana, conforme publicou em seu Facebook. Ele foi devidamente convidado pela Governadora Roseana, que mesmo sabendo de sua cirurgia ligou reiteradas vezes reafirmando o convite aos eventos citados.

Aproveito a oportunidade para ressaltar que o ex Presidente Lula inaugurou em sua gestão um novo perfil de Vice que passou a ter um papel de protagonista, como foi a postura do nosso saudoso José Alencar que divergia e criticava pontualmente o seu próprio Governo como vimos no caso das taxas de juros. Postura semelhante tem sido adotada pelo Vice-Governador do MA, afinal, esta aliança não é uma aventura como tivemos em 1996 na Prefeitura de São Luís, que levou o então vice-prefeito a uma ruptura inconseqüente.     
Afirmar que o Vice-Governador Washington Oliveira cumpre agendas insignificantes é desconhecer o seu papel público e a sua constante atuação, elogiada até mesmo por adversários. Washington Oliveira é responsável pela coordenação da Agenda Social do Governo do Estado que inclui o diálogo com os movimentos sociais, dentro dele as pauta de negociação, os Conselhos e a coordenação das Conferências no âmbito do Governo. 

O que tem de esdrúxulo em fortalecer o diálogo com a sociedade civil, os movimentos sociais e sindicais, como é o caso da negociação entre o Governo e o Sindicato dos Professores?  O Papel do Vice-Governador envolve ainda a relação direta com os órgãos do Governo Federal responsáveis pelos programas sociais e sua relação direta com os movimentos ou segmentos sociais, como é o caso do MDS, MDA, Secretaria Geral da Presidência, SEPPIR, Pesca, INCRA, Fundação Palmares e outros. Isto justifica sim, uma aliança programática pautada no projeto nacional iniciada no Governo Lula e que está em curso no Governo da Presidenta Dilma Roussef. 

Os programas sociais, a relação entre o estado e a sociedade civil na gestão democrática e no controle social são marcas do PT e isto tem pautado a nossa ação no Governo do Estado contribuindo com a gestão pública. Não é pouca coisa o Vice-Governador articular o Programa Estadual de Combate a Pobreza, marca de Governo e carro-chefe dos programas sociais da Presidenta Dilma. Além disso, a coordenação do ODM (Objetivos do Milênio), de responsabilidade da Secretaria Geral da Presidência que no Governo Estadual é coordenado pelo Vice-Governador, em parceria com o Comitê Estadual, composto por diversos órgãos públicos e da sociedade civil.

As agendas do Vice-Governador tem sido de grande relevância, elas são definidas em reuniões de planejamento com a Governadora Roseana Sarney que o designa para representar o Estado em agendas estratégicas, dentre elas as audiências com Ministros em Brasília, só para citar algumas: Washington Oliveira representou o Maranhão, no evento de lançamento do Programa Brasil Sem Miséria, em Brasília, dia 2 de junho e no final de julho, em Arapiraca (AL), do Plano Brasil Sem Miséria no Nordeste, dia 25 de julho, com a presença da Presidenta Dilma e os demais governadores da região. Assim o fez na reunião de governadores do Nordeste e do Norte, em fevereiro e maio, em Aracaju e Belém, respectivamente. Esteve presente no lançamento do projeto Norte Competitivo, coordenado pela CNI (Confederação Nacional das Indústrias), em abril passado, bem como em audiências com o Ministro Gilberto Carvalho, em julho, para tratar da agenda social que envolve desde a pauta dos quilombolas, especialmente Alcântara, incluindo a relação com os Conselhos e a realização de uma série de Conferências.

Quanto às eleições municipais, dizer que em 2012 repetiremos a mesma aliança para a Prefeitura de São Luís, é um tanto precipitada, pois foi exatamente o Vice-Governador quem primeiro pautou a candidatura própria, em maio, ocasião em que esteve no Maranhão, o Secretário de Organização do PT Nacional, Paulo Frateschi, com quem esteve junto e provocou um encontro com o provável candidato Bira do Pindaré. O PT têm as suas regras, e, historicamente, os debates apontam mais de um caminho. O PT tem tudo para ser protagonista nas eleições municipais e terá papel estratégico em São Luís, assim como teve em diversos momentos, e em 2008, quando apoiamos Flávio Dino. Portanto, na minha singela opinião, o melhor candidato ou candidata (para fazer jus às mulheres), certamente, será aquele (a) que apresente propostas para a cidade, para superar os principais desafios, que dialogue com os diversos setores da sociedade, que não assuma posturas que levem o PT ao isolamento, enfim, uma candidatura para valer, digna de uma cidade que completa 400 anos. Daqui para frente, depende do nosso esforço conjunto em busca de uma unidade que possa repactuar o nosso partido, do debate interno, da relação com os partidos aliados e da movimentação dos(as) pré-candidatos(as).  

Por Berenice Gomes da Silva – Assessora de Relações Institucionais do Vice-Governador, militante do PT/MA.
Editado por Eri Santos Castro.
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