"Vivamos o ócio criativo: o terror de todas as formas de totalitarismo, que querem o povo trabalhando incessantemente, como escravos!" BSchopenhauer
É mesmo necessário, "pensar" o tempo todo? Trabalho, causas, problemas, incômodos, engajamento, funções, atividades, ativismo. Ler jornais e apenas conhecer a realidade, crua e nua, fazemos isso todos os dias. Não fazer, não é só um "direito" adquirido. É necessário. Desopilar. Vamos falar sério: isso é muito sério!
Estou no Rio de Janeiro. Uma mínima pausa, depois de 2 anos sem nenhuma, menor que mínima. Como não poderia deixar de ser, uma mesa, um botequim, serviram de desculpa para reunir cabeças pensantes, com uma enorme disposição para divertir, pensando. Mas com calor humano. Na configuração dessa mesa, Mirtes-Márcia, Bluesette, Norma, Chumbo Grosso, Leo, Jorge, Mari e eu. Muitas ausências sentidas. Lá pelas tantas de tantos assuntos, caímos exatamente nisso: a patrulha que nos patrulha porque não patrulhamos (e saibam, vocês que faze isso, são um saco, e tenho dito!). Porque nos concedemos o sagrado direito de desengajar, desengatar a marcha dessas marchas que tanto não marcharmos. Futebol, comida, piada, viagens, filmes, e até novela! Eu, fora dessa última. Mas quem quiser estar dentro, que esteja: é preciso se ausentar, de alguma forma, escapar do terror diário que nos é imposto.
Sorrir, ter liberdade para brincar, ter inteligência para discernir, compreender, assimilar, e participar, dessa brincadeira. Entrar no tom do outro, na pilha do outro, na alegria do outro. São momentos impagáveis, que reforçam laços, realçam brilhos pessoais, animam, aninham, acolhem, e nos relaxam.
Somos esmagados pela sensação do tempo. Pela cobrança de não tê-lo. É um pesadelo. Só existem duas maneiras de escapar desse pesadelo dos tempos modernos: trabalho, e prazer. Trabalhamos muito.
A vida precisa de pausas. É restauração. Não é desperdício de tempo, nem de talento, nem de qualquer coisa: é recarga. É certeza de que podemos sair do eixo sem sair do eixo: ninguém perde sua ingeligência por escapar para algum lugar, por escolher um pouco de leveza, beleza, encantamento, bom-humor, prazer. Rir é o melhor indicador da alma. Para quem escolhe escapar do pesadelo - ainda mais, destepaiz - pelo trabalho, o prazer é mérito. É o ócio criativo. Para nós, é mais. É o ócio produtivo.
A foto que ilustra o post é uma cena do filme Sideways, de 2004, baseado no romance do escritor Rex Pickett. Bons momentos, amigos, descobertas, alegrias, despedidas. Etc, inclusive no que se aprende sobre mundo e sobre si, com quem acaba de conhecer. Não é uma escolha literal, e quem assistiu ao filme ou leu o livro, pode estranhar, a parte do drama não ter a ver com o post. É mais uma metáfora, das minhas, que gosto tanto. Porque, vamos falar sério, quem disse que quero oferecer respostas? Gosto das perguntas. Até no momento em que abro mão de pensar, gosto de fazer pensar. E para encerrar, clica aí abaixo. Escolhi, sem legendas, e sem maiores explicações. Para os da minha prateleira etária, são desnecessárias. Para quem não entendeu... ah! Pensaê, vai!
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